Um dispositivo barato ajuda os alunos com perda auditiva.
Fabiola Czubaj - Tradução da SULPÉ um aro (anel) magnético que estudantes de escolas técnicas fabricam e instalam
NOTA: TEMOS AQUI FALADO DE UM TIPO DE ARO MAGNÉTICO QUE SE USA EM CONJUNTO COM APARELHOS AUDITIVOS (TECLA T), O EQUIPAMENTO DESCRITO
É UM ARO MAGNÉTICO PARA ALUNOS QUE NÃO POSSUEM APARELHOS AUDITIVOS.
Oitenta escolas de educação especial do país já têm um dispositivo fabricado por alunos de escolas técnicas para que crianças com perda auditiva possam ouvir a aula. Um receptor muito barato, do tamanho de uma caixa de fósforos em pouco tempo poderá ser usado por crianças que não podem ter acesso a um aparelho auditivo convencional.
Com 37 peças eletrônicas que não chegam a 60 pesos argentinos (uns 15 dólares americanos) e um manual muito simples feito por uma equipe de técnicos do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial - INTI - alunos avançados de cursos técnicos aprendem a fabricar uma ferramenta para a classe e ao mesmo tempo saber o que é a hipoacúsia, uma diminuição leve, moderada ou profunda da audição, que afeta a 5 de cada 1.000 recém nascidos.
Como nas escolas técnicas do Chaco, Formosa, Corrientes, Entre Ríos, Missiones, Rio Negro, Salta, Buenos Aires e Santa cruz, os alunos portenhos Félix Irala, Matias Henríquez e Fábio Beratz fabricaram o dispositivo chamado aro magnético, para uma sala de aula da Escola de Educação Especial e Formação Laboral n. 36, de Parque de los Patricios. No primeiro andar, numa sala oficina esperavam Gustavo (25 anos) que tem perda auditiva, Martin (25 anos) e Victor (21 anos) usando aventais azuis de trabalho. Enquanto lixavam cadeiras de madeira para serem restauradas, observavam curiosos como Félix, Matias e Fábio, uns dois anos mais jovens, instalavam um cabo elétrico que funciona como aro no perímetro do recinto. Ao ser conectado a um amplificador esse cabo forma o campo magnético que "copia" a voz do professor para que os alunos com perda auditiva possam captá-la sem interferência dos ruídos do ambiente.
"Ouço melhor" diz Gustavo, enquanto treinava com Martin escrever em letra de imprensa, num caderno. Enquanto isso os alunos convidados faziam os últimos ajustes. "Isso me permite aprender, mas também me afeta o ânimo: vejo a cara das crianças que me devolvem um sorriso. Com certeza receberemos mais sorrisos porque vamos montar mais dispositivos em nosso colégio" disse Félix, aluno do 4º da Esc.Tecn. nº 29 de Boedo.
Puro entusiasmo
Pelo que conta a equipe do INTI, dirigido pelo engº Rafael Kohanoff, a produção de dispositivos para pessoas com deficiência motora e auditiva desperta entusiamo nos alunos das escolas técnicas que visitam. Tanto que Matias, Fabio e Felix trocaram a produção de uma válvula com dos pistões no Clube de Ciências da escola pela fabricação dos 3 aros magnéticos, dois para salas do Palácio San Martin e um para a escola do Parque Patrícios.
"Embarcamos no projeto do aro porque é mais importante para outras pessoas. Treinamos e saiu bem com ajuda do manual"disse Matias. E Fábio foi mais longe: "Muitas vezes nos perguntamos para que serve muito do que temos que aprender no colégio. Mas quando nos deparamos com algo assim percebemos para que estudamos. Toda essa informação também serve para ajudar as pessoas".
A ponto cumprir 86 anos o Engº Kohanoff ainda se emociona quando vê como os jovens se integram facilmente. "Não inventamos nada; adaptamos soluções técnicas existentes à necessidade das pessoas com deficiência. Começamos pelos que mais precisam, as pessoas com deficiência, principalmente as do interior onde há muita carência."
Mais de 250 escolas já pediram a instalação do aro e outras 100 receberam capacitação e o manual."Quando me dizem que um grupo de alunos de uma escola técnica de Salta visitou uma escola de educação especial para entender as necessidades das crianças, comprovo que o valor dessa integração não tem medida" disse Kohanoff, diretor do Centro de Tecnologias para a Saúde e Deficiência do INTI.
inti.gov.ar
A diretora da escola de educação especial, Silvina Larrosa, explicou: "Muitas vezes, a deficiência também tem relação com a falta de estímulos. Nesse caso, o aluno para quem se instalou o aro magnético tem aparelho auditivo, mas o aro magnético vai melhorar sua qualidade de vida na escola. Além desse aluno temos uma professora deficiente auditiva, e para ela também o equipamento será muito útil.
O aro magnético conforme explica Juan José Agrelo, supervisor adjunto de Educação Especial da Cidade de Buenos Aires, é útil para alunos com perda auditiva de leve a moderada, perda de 30-40%, bi ou unilateral.
Para conpensar a falta de aparelho auditivo (notada pelo eng. Kohanoff em visita a escolas de várias províncias) o técnico Mario Aguilar Salomón desenvolveu um protótipo de receptor econômico, que custa uns 20 pesos argentinos (cerca de 5 dólares norteamericanos) com pilhas recarregáveis por célula solar como a de calculadoras. "E realmente funciona bem" garante Aguilar Salomón.
traduzido por S.Ramires de Almeida)
Fonte: La Nación
Argentina, 05/10/2011
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