Publicada em 09 de agosto de 2011
Em determinados pontos da calçada, o caminho traçado é interrompido por postes de eletricidade ou árvores, representando risco aos cegos. Da forma como está configurada a calçada, a trilha que deveria ter como objetivo guiar com segurança conduz ao perigo. O que mais intriga os moradores é que o piso podotátil foi construído recentemente, como se os executores do serviço ignorassem a presença dos obstáculos. "A gente costuma dizer que testa de cego tem ímã para poste. Nesse caso, não precisa nem de ímã", brinca o guarda municipal João Farias, que é deficiente visual, a respeito do risco que falhas desse tipo no piso tátil podem gerar.
Conforme o guarda municipal, os pisos táteis devem ser feitos, preferencialmente, em linha reta, sem obstáculos ou desvios. Quando não é possível que o piso seja feito sem desvios, ressalta, o ideal é que seja sinalizado que há um perigo à frente e que seja desviado o caminho - o que não é o caso da Rua dos Potiguaras.
Além da Rua dos Potiguaras, em vias como as ruas dos Tremembés e dos Cariris, localizadas próximo ao Estoril, os operários trabalhando e os materiais de construção há meses compõem diariamente o cenário. Na região estão sendo feitas a padronização das calçadas, intervenções de paisagismo e melhorias na iluminação pública.
Mesmo em trechos onde o serviço de requalificação se encontra praticamente finalizado, a reforma, na opinião daqueles que estavam habituados à calçada antiga, foi prejudicial. Inconformado com o resultado do serviço feito na Rua dos Cariris, o cabeleireiro Vicente Freire Júnior diz não entender a intenção da Prefeitura.
As intervenções realizadas nas vias fazem parte das obras de requalificação da Praia de Iracema, executada pela Coordenadoria de Projetos Especiais e Relações Institucionais e Internacionais (Cooperii). Segundo a assessoria do órgão, o material que constitui as novas calçadas consiste em uma pedra de cimento com revestimento de concreto lavado.
O piso podotátil
A Cooperii informou ter encaminhado ofícios à Companhia de Energia Elétrica do Ceará (Coelce) para a retirada dos postes. Em relação às árvores, a Secretaria Executiva Regional (SER II) tem realizado estudo para determinar quais árvores poderão ser tiradas. No caso daquelas que não possam ser retiradas, o percurso será modificado.
Sobre a intenção da Prefeitura de retirar postes em trecho da Rua dos Tabajaras e adjacências para a construção de espaços de mobilidade para deficientes visuais, a Coelce informa que recebeu uma série de solicitações da Prefeitura para a retirada de postes na região, mas sem justificativas para a referida remoção das estruturas.
A Coelce disponibiliza equipe para fazer, com representantes da Prefeitura, visita técnica aos locais indicados pelo poder público para analisar a viabilidade dessa retirada, tendo como critério fundamental a manutenção do fornecimento de energia elétrica aos clientes da região.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/
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