A coleção Era uma vez um Conto de Fadas Inclusivo, do fisioterapeuta Cristiano Refosco, está longe de ser um faz de conta. Cada vez mais, encontramos Brancas Cegas de Neve, Chapeuzinhos das Cadeiras de Rodas Vermelhas e Aladowns que encantam e procuram ter um final feliz. A tarefa não é fácil, visto que a inclusão ainda engatinha. O tema é tão presente e tem se popularizado que os 11 livros ficaram esgotados, tamanho o assédio na sessão de autógrafos.
As histórias não foram elaboradas em um momento de inspiração. Cristiano trabalha no Centro de Integração da Criança Especial e teve que incluir as histórias nas ocasiões mais dolorosas para os pequenos: o início da fisioterapia. "Para distraí-las eu comecei a contar as histórias que povoam a imaginação de cada criança, mostrando que existe aquele João, o do pé de feijão, que não tinha braços, e a Chapeuzinho usava uma cadeira de rodas", relembra.
Esse cuidado oferece às crianças que possuem alguma deficiência vislumbrarem a sua realidade com um toque de magia. O objetivo principal da coleção é se tornar um instrumento de apoio no trabalho de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, fomentando a utilização dos livros tanto nas atividades escolares quanto no convívio familiar.
A coleção inclui um CD com audiodescrição das histórias.
As crianças que se aproximavam de Cristiano, na realidade, queriam, principalmente, ficar próximas a uma das princesas mais populares, a Branca Cega de Neve. O personagem foi interpretado pela Miss Deficiência Visual do Rio Grande do Sul 2012 e 1ª princesa na final brasileira, Mirian Antunes de Mello. A jovem, que mora com sua irmã - também cega – e estuda pedagogia, celebra a iniciativa de Refosco. Ela considera fundamental esse tipo de publicação, pois o preconceito e a dificuldade de aceitação é muito grande. "Nossa deficiência é aparente, mas muitas pessoas têm um problema maior que é a deficiência de coração", define.
Fonte:Journal Petit Enfant
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