quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Aluno com deficiência auditiva defende dissertação sobre ambiente de EAD para surdos

Marcelo Amorim sugere melhorias no âmbito da acessibilidade e usabilidade no projeto Amadeus do CIn/UFPE.

da Redação
Quando um pesquisador convive na prática com a problemática do seu estudo, a apresentação dos resultados dessa pesquisa torna-se bem interessante; ainda mais, quando trata-se de um aluno com deficiência auditiva que se debruçou sobre o ambiente virtual de aprendizagem para surdos.

O mestrando Marcelo Lúcio Correia de Amorim defenderá sua tese "Estilos de interação web de navegação e ajuda contextual para usuários surdos em plataformas de gestão da aprendizagem", na próxima sexta-feira (31), às 10h, no Centro de Informática (CIn) da UFPE. A defesa é aberta ao público.

O problema de pesquisa surgiu a partir da dificuldade que Marcelo e seus colegas - todos surdos - da graduação na modalidade de Ensino à Distância (EAD) tiveram para utilizar o ambiente virtual nesta modalidade de ensino. Para as aulas do mestrado, Marcelo contou com a ajuda de um intérprete de Libras.

O mestrando, sob orientação do professor Fernando Fonseca, sugere melhorias no âmbito da acessibilidade e usabilidade no projeto Amadeus do CIn/UFPE, cuja próxima versão (1.0) terá recurso de acessibilidade para alunos surdos.


Fonte: NE10
30/08/2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

SP dá início a fórum sobre surdocegueira

Reuniões começaram nesta quinta-feira, 23, e percorrerão o Estado até 25 de outubro.

da Redação
O Estado de São Paulo fará uma ampla discussão sobre surdocegueira e deficiências múltiplas no ambiente escolar. Começou nesta quinta-feira, 23, o 1º Fórum de Surdocegueira e Deficiência Múltipla Sensorial: Perspectivas Educacionais da Rede Estadual de Ensino. O evento percorrerá dez regiões do Estado até o dia 25 de outubro.
A capital paulista foi a sede da primeira reunião, nesta quinta-feira. O fórum é uma iniciativa inédita do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado para disseminar informações e orientações sobre surdocegueira e deficiências múltiplas sensoriais, ou seja, a associação de duas ou mais deficiências.

O 1º Fórum de Surdocegueira e Deficiência Múltipla Sensorial contará com a participação de mais de dois mil educadores da rede estadual. A próxima reunião acontece no dia 28 de agosto, em Itapetininga. Os participantes discutirão o histórico do atendimento à surdocegueira na rede estadual paulista. Também haverá palestras sobre as necessidades educacionais de alunos surdocegos e sobre a comunicação com esses estudantes.


Fonte: Portal do Governo do Estado de São Paulo
29/08/2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pesquisa vai traçar perfil do turista com deficiência

O Estudo de Demanda do Turista com Deficiência deve delinear o comportamento e os desejos do turista com necessidades especiais.

da Redação
Propostas para a realização da pesquisa podem ser apresentadas até o próximo dia 10 no portal da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Fruto de uma articulação entre o MTur (Ministério do Turismo) e a SDH (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), o material deve estimular o desenvolvimento de ações conjuntas para fortalecer o turismo acessível no País.

Além do comportamento de consumo deste turista, a pesquisa vai levantar a percepção deste tipo de consumidor quanto à infraestrutura brasileira para o atendimento de portadores de necessidades especiais. Questões como barreiras para a realização de viagens estarão na pauta.

A tentativa é que gestores públicos e privados se sensibilizem quanto à adequação dos serviços oferecidos ao turista com deficiência. Medidas em busca do cumprimento da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, no que se refere à participação dessa população em atividades culturais, recreativas e esportivas, também devem ser abordadas.


Fonte: Hôtelier News
28/08/2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Conferência discute políticas públicas para universalizar acessibilidade de pessoas com deficiência

Os debates aconteceram até sábado (25), com a participação de 300 representantes municipais, para reunir propostas do estado a serem levadas para a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, prevista para dezembro.

da Redação
Os direitos das pessoas com deficiência já estão garantidos em lei. O que falta é uma mudança de atitude da sociedade e dos governos para que eles sejam respeitados. A opinião é do superintendente de Políticas para Pessoa com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro, Márcio Rodrigues, que participou na última quinta-feira (23) da abertura da 3ª Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Para Rodrigues, que também preside o Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa com Deficiência, a legislação avançou muito, mas ainda existe discriminação ao portador de necessidades especiais.

“Nós queremos discutir a acessibilidade universal. Ela é muito mais ampla do que a acessibilidade arquitetônica. Nós queremos, enquanto pessoa com deficiência, ter acesso à saúde de qualidade, a transporte com dignidade, ao trabalho digno. Merecedor de salário, como todo trabalhador, claro, respeitando as nossas limitações. Queremos ter uma política de assistência social”, disse.

De acordo com Rodrigues, a luta agora também passa por mostrar à sociedade que a pessoa com deficiência também pode contribuir para o crescimento do país. “O mundo inteiro via a pessoa com deficiência com outro olhar, de que éramos inválidos e doentes, que não éramos capazes de produzir. E hoje essa relação está mudando, você é capaz de mostrar pra sociedade que, respeitando as nossas limitações e dando para nós as possibilidades, nós podemos trabalhar, ter dinheiro e também mover a economia do país”, ressaltou.

Também durante a cerimônia de abertura, o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), presidente da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), defendeu que políticas públicas efetivas podem dar às pessoas com deficiência condições de competir em condições de igualdade.

“Se trouxéssemos a política pública para todos os espaços, não haveria pessoa com deficiência, nenhuma pessoa teria deficiência, se entendermos a deficiência como algo que nos limita. Porque uma vez dada a ela, por meio de política pública efetiva, acessibilidade, ela [estaria] em pé de igualdade com todos os outros”, disse.

Já o secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, lembrou que um dos objetivos da conferência é avaliar os avanços alcançados desde o último encontro. “É um ciclo que fecha. A outra conferência foi em 2008. Então, nesses últimos quatro anos, o que avançou no Rio de Janeiro, no Brasil, quais eram os nossos desafios em 2008 e quais são os nossos desafios agora?”

A subsecretária de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Maria Célia Vasconcelos Pucu, anunciou durante o evento que o governador Sérgio Cabral assinou na última quinta (23) a adesão ao Plano Viver Sem Limites, do governo federal.

Os debates no Rio de Janeiro ocorreram até sábado (25), com a participação de 300 representantes municipais, para reunir 40 propostas do estado a serem levadas para a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, prevista para dezembro em Brasília.

Entre os desafios do governo fluminense, o presidente do Conselho Márcio Rodrigues destacou a implantação dos conselhos municipais em todas as cidades. Hoje, apenas 36 dos 92 municípios do estado têm o conselho funcionando.


Fonte: D24 am
Rio de Janeiro - RJ, 27/08/2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Formação e capacitação profissional para pessoas com deficiência

Possibilidades de formação e capacitação profissional para as pessoas com deficiência serão demonstradas em 18 de setembro. Pré-inscrições estão abertas.

da Redação
A escola Senai Nadir Dias de Figueiredo (Senai – Osasco) em conjunto com o Espaço da Cidadania e seus parceiros pela inclusão vai sediar um encontro em 18 de setembro que esclarecerá as possibilidades de formação e capacitação profissional para pessoas com deficiência e cumprimento da lei de cotas.
As atividades se concentrarão no período da manhã e incluirá:
1. Visita às dependências da unidade escolar (que passou por ampla reforma para garantir acessibilidade aos alunos com deficiência ).
2. Esclarecimentos trazidos pelo Profº. Helvécio Siqueira de Oliveira (Senai Itu), por Sandra Chang (Programa Incluir – Senai SP), por Ronaldo Freixeda (GRTE-Osasco), autoridades na área, além de ampla programação.
Os participantes conhecerão as inovações na área de mecânica para inclusão de pessoas com deficiência, que abrem novas oportunidades de trabalho para cegos, amblíopes ou quem tenha baixa visão.
A visita é destinada a empresas, entidades especializadas, educadores, sindicatos e órgãos públicos que atuam na área. Várias unidades do Senai estarão presentes, abrindo um leque de oportunidades para todos os interessados.
A visita à escola Senai Nadir Dias de Figueiredo (Senai Osasco) será:
Dia: 18 de setembro
Horário: das 8:00h as 11:30 horas
Endereço: Rua Ari Barroso, 305 – Presidente Altino – Osasco – SP (próximo a estação Osasco da CPTM)
Como as vagas serão limitadas solicitamos que a confirmação de interesse na visita ocorra rapidamente porque os organizadores se reunirão em 05 de setembro para definir a distribuição dos convites aos interessados.
A confirmação deve ser feita no e-mail ecidadania@ecidadania.org.br.


Fonte: Espaço da Cidadania
24/08/2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Revista portuguesa para cegos chega em Setembro

A Biblioteca Municipal de Coimbra (BMC) publica, em Setembro, o primeiro número de uma revista mensal gratuita destinada sobretudo a cegos, que será publicada em versão digital, braille e áudio.

da Redação
A revista pretende, sobretudo, "divulgar temas relacionados com a inserção social das pessoas com deficiência visual, contribuindo assim para o esclarecimento da população em geral e fomentando boas práticas de inclusão social", disse ao Boas Notícias o coordenador do serviço de leitura para deficientes visuais da BMC, José Guerra.

Outro objetivo da nova publicação é "estimular a participação dos utentes em actividades culturais, nomeadamente as que são realizadas no âmbito do Departamento da Cultura da BMC", diz José Guerra.
Intitulada "Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural", a revista, com periodicidade mensal, tem uma redação composta por elementos fixos e colaboradores, apostando também na "divulgação de textos não inéditos, com a referência à fonte, sendo a mais-valia neste caso a divulgação através de formatos acessíveis a deficientes visuais".

O responsável explicou ainda que o formato digital será distribuído (gratuitamente) por correio eletrónico aos utentes do serviço de leitura e a qualquer pessoa que faça a inscrição para a sua receção. O formato áudio pode ser obtido a partir do formato digital, que inclui um link para efetuar o download.

Entre as rubricas da revista figuram "Tiflologia" - uma secção que aborda assuntos relacionados com as pessoas que têm deficiências visuais - e "Coimbra dos meus amores" com pequenos textos sobre a cidade e que, nesta primeira edição, fala sobre o Parque de Santa Cruz (conhecido por Jardim da Sereia), junto do qual está instalada a Casa Municipal da Cultura, onde funciona a BMC.


Fonte: Boas Notícias
23/08/2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ministério do trabalho atualiza regras para contratação de pessoas com deficiência

A Instrução Normativa nº 98, publicada na última quinta-feira (16) no Diário Oficial da União (DOU), regulamenta de forma mais objetiva a fiscalização e uniformiza os procedimentos adotados pela fiscalização do ministério.

da Redação
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou os procedimentos de fiscalização para a inclusão no mercado de trabalho de pessoas com deficiência e beneficiárias da Previdência Social reabilitadas. A Instrução Normativa nº 98, publicada na última quinta-feira (16) no Diário Oficial da União (DOU), regulamenta de forma mais objetiva a fiscalização e uniformiza os procedimentos adotados pela fiscalização do ministério.
Segundo a secretária de Inspeção do Trabalho do MTE, Vera Albuquerque, a nova instrução representará mais um passo de evolução na qualidade da fiscalização, por detalhar os procedimentos a serem seguidos pelos auditores fiscais do trabalho.
A uniformidade de procedimentos, o incentivo à qualificação de pessoas com deficiência e a regulamentação do procedimento especial de fiscalização certamente estimularão a contratação correta da pessoa com deficiência e sua completa integração no ambiente de trabalho, com ganhos significativos para os trabalhadores, para as empresas e para toda a sociedade, afirmou a secretária.
De acordo com a instrução, os auditores fiscais do trabalho devem participar do processo de captação da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, sua contratação, adaptação no ambiente de trabalho e eventual desligamento. Também devem incentivar as empresas a promoverem a qualificação das pessoas com deficiência contratadas. Para isso, os auditores poderão fazer reuniões locais com empregadores e entidades qualificadoras.
A nova instrução normativa também especifica como se dará a caracterização da pessoa com deficiência, regulamenta a centralização das ações entre as Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE) e prevê as formas de combate a práticas discriminatórias.
As contratações de pessoas com deficiência sob ação da fiscalização do MTE têm aumentado anualmente. Em 2009, foram 26.449 profissionais inseridos no mercado de trabalho, somente com a intermediação do ministério. No ano de 2010, os auditores do trabalho formalizaram a contratação de 28.752 pessoas com deficiência. Em 2011, este número teve um aumento de 19,62%, atingindo 34.395 pessoas em todo o país.
As ações de fiscalização visam cumprir o que estabelece a Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991, conhecida como Lei de Cotas. Segundo a legislação, empresas com mais de 100 empregados são obrigadas a preencher entre dois a cinco por cento de seus quadros de empregados com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.



Fonte: Dinheiro na Conta
21/08/2012

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Casa da Cultura de Lins, SP, exibe filme com áudio descrição

Trinta deficientes visuais estarão presentes. Filme exibido será "Ensaio Sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles.

da Redação
A Casa de Cultura e Cidadania de Lins (SP), projeto sociocultural viabilizado pela Lei Rouanet do Ministério da Cultura, realiza nesta quarta-feira (15) uma sessão de cinema com áudio descrição do filme "Ensaio Sobre a Cegueira", do diretor Fernando Meirelles. O evento faz parte do Cineco (Cine Popular).
A nova tecnologia utilizada no Cineco possibilitará a participação de cerca de 30 portadores de deficiência visual da Associação da Mulher Unimed de Lins (Amul). De acordo com a diretora da Casa, Célia Bossonaro “a tecnologia traz uma fala mais pausada e descritiva de tudo o que se passa no filme, então é preciso a utilização de mais recursos”, explica.
O Cineco, inaugurado no dia 4 de julho, realizou sete sessões gratuitas no último mês e já se tornou uma nova opção de lazer na cidade, uma vez que Lins tem apenas uma sala de cinema.
Festa Agostina
A Casa de Cultura ainda comemora no sábado (17) a cultura popular caipira com a realização da Festa Agostina da unidade. Aberta ao público, a festa trará danças e brincadeiras típicas, além de comida e bebida tradicionais. O evento tem início às 18h30.



Fonte: G1
Lins - SP, 15/08/2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dezenas assistiram Colegas com audiodescrição em Gramado

Filme Colegas foi exibido em Gramado, com audiodescrição
Dezenas de pessoas com necessidades especiais assistiram ao filme (Foto: Itamar Aguiar/Pressphoto)
Pela segunda vez em seus 40 anos de história, o Festival de Cinema de Gramado exibiu um filme com audiodescrição. Muito aplaudido ao final da sessão, "Colegas", de Marcelo Galvão, pôde ser acompanhado por uma plateia ainda excluída das salas de cinema Brasil afora: deficientes visuais, pessoas com síndrome de Down, problemas neurológicos ou dificuldades de memorização. "Saneamento Básico", em 2007, já havia usado o recurso.

O road movie integra a competição de longas-metragens nacionais e aborda de maneira leve e divertida o preconceito ainda enfrentado por pessoas com a alteração genética.
A trama retrata a jornada de três jovens com Down (Ariel Goldenberg, Breno Viola e Rita Pokk), que fogem de um instituto e partem para uma aventura dispostos a realizar seus maiores sonhos.
Antes da exibição, uma fila se formou no interior do Palácio dos Festivais, para a retirada de fones de ouvido. Por meio desse equipamento, o público com necessidades especiais recebeu informações em áudio sobre o filme, narradas ao vivo de uma cabine no canto superior da sala de cinema. Cenários, paisagens, figurinos e todas as ações que não pudessem ser percebidas apenas pelo som do filme eram descritas pelas narradoras, com riqueza de detalhes.
Pessoas com deficiência usando fones de ouvido durante a exibição de Colegas, em Gramado
Narração foi transmitida através de fones de ouvido distribuídos ao público (Foto: Márcio Luiz/G1)
A iniciativa partiu do produtor do filme, Marçal Souza, que perdeu a visão há sete anos. Durante o processo de produção do longa, ele notou que diante de si tinha a oportunidade de iniciar uma discussão sobre o assunto. A partir disso, entrou em contato com a Tagarela Produções, de Porto Alegre, uma das poucas do país com experiência na área. O próximo passo foi levar a proposta à organização do festival, que aceitou.
"Hoje que estou do lado de cá, percebo como a audiodescrição é importante. Ouvi antes e gostei muito. Eu conheço cada segundo desse filme e sei como ele é visualmente grandioso, com uma fotografia muito bonita. Os planos são abertos. Uma pessoa que não enxerga vai perder tudo isso se não tiver esse recurso disponível", destacou Marçal.
"Colegas" tem estreia em circuito comercial marcada para o dia 9 de novembro. Segundo o produtor, a ideia é levar o recurso da audiodescrição para algumas salas do Brasil, pelo menos nas principais capitais. Após a exibição nos cinemas, as cópias em DVD e Blu-ray do filme devem ser lançadas já com a audiodescrição.
por Márcio Luiz


Fonte: Portal G1 (RS)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

“Seis puntos sobre Emma”, filme espanhol sobre uma garota cega que deseja ser mãe

Filme lançado no ano passado na Espanha, pelo cineasta Roberto Perez Toledo. Toledo é cadeirante há 14 anos e apresenta seu primeiro longa, após assinar mais de vinte curtas incluindo o premiado “Los gritones” (2010).

da Redação
“Seis puntos sobre Emma”, história de uma garota cega, de 30 anos, que deseja ser mãe. Depois de descobrir que seu namorado não pode engravidá-la, termina o namoro e vai em busca de um espermatozoide perfeito. Sem amor, sem sentimentos… Parece fácil, mas vai descobrir logo que a cegueira não está só em seus olhos.

Segundo Toledo, o título “Seis puntos sobre Emma” é porque qualquer letra pode ser escrita em braile combinando seis pontos. O filme é um drama com elementos cômicos. Uma história sobre a cegueira em vários níveis, mas em última análise trata-se da cegueira sentimental. Sobre o tiro no escuro que damos para encontrar a pessoa certa, afirma Toledo.


Fonte: Cia. Teatral Olhos de Dentro
13/08/2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Hoje completo 30 anos como deficiente e eu me vinguei

Artigo de Rafael Bonfim, do blog 'Inclusilhado', pela seção Blogs da Gazeta do Povo.

Rafael Bonfim
Hoje eu completo 30 anos como pessoa com deficiência e posso dizer que realizei a minha vingança. Ao longo desse tempo todo passei por períodos de internação hospitalar, intervenções cirúrgicas e tive atendimento médico de diferentes especialidades. Entrei em consultórios de psicólogas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais e estive presente em incontáveis seções de fisioterapia, durante mais de 20 anos.
Percebi a falta de preparo arquitetônico e atitudinal em uma série de ambientes pelos quais passei. Ouvi minha mãe contar histórias de diretores de escola que não quiseram aceitar a minha matrícula, porque não queriam trabalhar a inclusão em suas salas de aula. Já tive propostas de emprego negadas, por duvidarem da minha capacidade e colocarem a culpa na porta do banheiro, que não era larga o suficiente. Já fiquei na fossa, porque aquela garota que eu estava paquerando não quis se envolver comigo, por ter vergonha do que os outros iriam pensar. Já passei períodos da minha vida pensando que eu precisaria me afundar em atividades pra ser feliz, já que aparentemente ninguém vai dar bola para um cadeirante.
Eu nasci deficiente devido a um parto de seis meses e o meu primeiro diagnóstico médico não foi dos melhores. Minha mãe já contou essa passagem de nossas vidas em um belíssimo texto. Clique aqui para ler o ponto de vista dela. A partir do momento em que nós aceitamos essa condição atípica, entramos em uma jornada paulatina, que hoje, chegou ao seu 30º ano de história com os meus pais a mais de 3 mil quilômetros de mim e eu tocando uma vida completamente autônoma.
Depois de 30 anos sem nunca ter dado um passo sem apoio, ou nunca ter corrido com as pernas, ou nunca ter me olhado no espelho e visto um homem que não fosse baixinho, magrinho, com as pernas tortas, realmente acredito que essa passagem deve ser comemorada porque eu venci algo ruim?
Será que eu estou sendo castigado?
Será que eu estou vencendo uma doença?
Será que eu sou iluminado?
Será que eu sou um coitado?
Será que eu sou uma super-pessoa?
Absolutamente não. E eu não estou falando de uma vingança malígna. Estou falando de uma vingança construtiva.
O conceito é de Robert Meeropol, filho de Julius e Ethel Rosenberg, que durante a guerra fria foram acusados pelo governo americano por espionagem. Em 17 de julho de 1950, Julius, um engenheiro eletricista, foi preso em Nova York sob a suspeita de participar de uma rede de espionagem em favor da URSS. Sua mulher, Ethel, foi detida em seguida. Foram acusados de ajudar a chegar aos soviéticos detalhes sobre o programa nuclear americano e condenados em março de 1951 por conspiração para espionagem. Em 19 de junho de 1953 foram executados na cadeira elétrica. Desde o final do século passado, depoimentos do governo dos Estados Unidos e documentos históricos vêm comprovando que a condenação não foi justa e foi motivada por fins políticos. Hoje Robert Meeropol é líder de um movimento mundial em prol de ativistas e filhos de pais envolvidos no ativismo e que sofrem ameaças.
Eu adorei essa ideia e acredito que ela se encaixa perfeitamente na vida de uma pessoa com deficiência. Ser deficiente não é fácil. Sofremos preconceito, temos complicações médicas, o imaginário popular em relação a nós é confuso e eu não sei porque diabos adoram adotar o diminutivo quando falam conosco. “Você quer uma aguinha? Vai tomar um solzinho?” “Ele é cadeirante, mas é tão bonitinho”. Por favor, vão catar coquinho.
Eu adotei a vingança construtiva do deficiente por causa de três pilares da minha vida, muito importantes: inclusão conjunta, viagens e sexo.
Inclusão conjunta
A inclusão conjunta derruba o mito de que a pessoa com deficiência supera as suas limitações sozinha. Isso é uma mentira. Ela não só precisa da ajuda de outras pessoas, como transforma o mundo de quem está por perto. Que tal você levar esse pensamento para a sua própria vida e fazer um exercício? Tente se lembrar de todos os momentos em que você se superou e coloque perto desse momento todas as pessoas que fizeram parte dessa conquista.
As pessoas ao redor das minhas conquistas fazem parte delas e isso vale para qualquer pessoa, independente do contexto. A inclusão é uma renovação no pensar, no agir,no relativizar e precisa ter seu escopo ampliado. Juntos temos a chance de derrubar preconceitos e estar no mundo de forma mais tolerante e engajada.
Viagens
Quando comento que viajo sozinho, o pessoal arregala os olhos e me pergunta se eu tenho coragem mesmo. Acho que a impressão seria pior se eu comentasse que eu fico hospedado em albergues, hotéis mais em conta, não planejo meus roteiros e vou com pouquíssimo dinheiro.
Eu já passei a virada do ano em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Buenos Aires. Visitei também Foz do Iguaçu e Montevidéu e em todos os destinos eu não estava acompanhado por ninguém. E a coisa de você estar sozinho quando viaja é muito relativa. Fatalmente você vai conhecer alguém.
Quando fui ao Rio de Janeiro, liguei para mais de 8 albergues. Nenhum deles tinha elevador, nem quartos grandes e nem banheiros com acessibilidade fácil. Eu já sabia disso, então a falta desses elementos não influenciou minha escolha. Eu escolhi o único lugar que me disse “Nós não temos elevador e o acesso aos quartos é por escada, mas venha que a gente dá um jeito”.
Descobrir como a cidade, ou as pessoas lidam com a questão da inclusão, ou de apoio ao próximo, é um dos trunfos da brincadeira.
O Uruguai me surpreendeu nesse sentido. Nenhum dos lugares que eu visitei ali estava arquitetonicamente pronto para um cadeirante, só que eu nem precisava pedir ajuda. A população se oferecia a me ajudar a atravessar a rua, subir escadas, abrir portas, guardar a cadeira em taxis e por ai vai. O mais interessante é que os uruguaios que eu conheci não faziam nenhum tipo de discriminação em relação a mim. Nem pelo fato de eu ser deficiente, ou por eu ser estrangeiro e não falar espanhol.
O pessoal do site Viajão, (uma página muito legal sobre viagens como experiência de vida) fez uma montagem com vídeos que eu fiz no Uruguai e eu compartilho aqui.
Sexo
Eu só consegui começar a ter uma vida afetiva, e consequentemente, sexual ativa, depois que eu resolvi realmente encarar o meu corpo e a maneira como ele se manifesta. É preciso vestir a carne e tomar posse das possibilidades dela. Você não enxerga? Não ouve? Não mexe as pernas? Não tem um membro? Não mexe as pernas, nem os braços? Que pena. Mas o que você faz? O que você pode fazer diferente? O que te faz se sentir bem, emocionalmente e fisicamente, quando você está com alguém?
Eu não consigo responder se todos os deficientes fazem sexo. Mas se não fazem, deveriam fazer.
Não considere as suas referências do cinema, da televisão, das revistas e muito menos dos filmes pornográficos. Se o foco for esse, a possibilidade de você cair em um mar de frustrações é imensa. Aliás, acho que isso é válido para qualquer pessoa, deficiente ou não. Isso para mim foi outra conquista importante: ignorar o que eu não sou, o que eu não posso, o que eu não atinjo, o movimento que eu não tenho, ou qualquer outro “não” que me atrapalhe.
Iniciar essa mudança de postura é uma jornada particular e bastante íntima, como não poderia deixar de ser. O ponto importante é nunca se entregar à ideia de que isso não é necessário, de que não é possível e que o fato do deficiente querer fazer sexo é um luxo. Essa vivência é fundamental para se conhecer melhor, conviver de maneira mais positiva com os próprios limites e explorar o que traz “sim”, ao invés do “não”. Um bom começo é refletir sobre a imagem que se tem de si mesmo. Depois de pensar bastante sobre isso, descobri que eu sofria do complexo do Ursinho Puff. O Ursinho Puff é bondoso, bonitinho, querido, uma graça e as mulheres acham ele um fofo. Mas ninguém se imagina transando com o Ursinho Puff. Eu não sou um ursinho, sou um homem. Incorporei isso e tratei de pôr em prática.
O assunto não envolve apenas deficientes. Envolve os parceiros e parceiras, famílias, psicólogos, sexólogos, a comunidade médica, profissionais da saúde mental e fisioterapeutas. A vida sexual do deficiente é para ser levada a sério e precisa ser desenvolvida de maneira saudável, orientada, discutida e vista sem preconceitos.
Eu enxergo o tema como um convite ainda mais amplo. Essa conversa é útil para todas as pessoas que se sentem incomodadas, ou oprimidas pelos padrões de beleza que são expostos diariamente. Essas pessoas podem se unir e questionar os conceitos culturais que temos sobre beleza.
Eu me vinguei construtivamente, com o apoio de muita gente. No início de uma nova década da minha história eu agradeço as mais de 12 mil leituras que o Inlcusilhado teve até hoje e aos comentários que enriquecem diálogos. Você é agente fundamental da transformação.


Fonte: Inclusilhado
09/08/2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Governo lança programa que promove a entrada de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

O Distrito Federal e os municípios brasileiros têm de identificar a partir da última sexta-feira pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre 16 e 45 anos.

Carolina Sarres
O Distrito Federal e os municípios brasileiros têm de identificar a partir da última sexta-feira pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre 16 e 45 anos, para participar do Programa BPC Trabalho, que visa a oferecer aos beneficiários acesso a trabalho, programas de aprendizagem e qualificação profissional. O BPC Trabalho irá intermediar a oferta e a demanda de mão de obra de pessoas com deficiência, considerando as habilidades e os interesses dos trabalhadores e incentivando autônomos, empreendedores e cooperativas por meio do acesso a microcrédito.
Os programas de qualificação serão oferecidos pela rede federal de educação profissional e em entidades nacionais de aprendizagem, tais como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O programa foi lançado por meio de portaria publicada hoje (3) no Diário Oficial da União pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com os ministérios da Educação, do Trabalho e Emprego, e com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH).
O BPC Trabalho integra o Plano Nacional dos Direitos da Pessoal com Deficiência - Viver sem Limite, de novembro de 2011. De acordo com a portaria, o DF e os municípios serão os responsáveis por executar o programa. Deverão buscar e orientar beneficiários potencialmente interessados em participar, designar servidores, fazer o registro de encaminhamentos no âmbito do programa e garantir o acesso às pessoas com deficiência a serviços e benefícios.
Os recursos do programa serão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). Têm acesso ao BPC, para receber um salário mínimo (R2), pessoas comprovadamente incapacitadas para a vida independente e o trabalho - mediante avaliação do serviço social e de perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - cuja renda mensal familiar per capita seja inferior a um quarto de salário mínimo (cerca de R$ 155).
Esse benefício é pago pela Previdência por meio do Sistema Único de Assistência Social (Suas), e suspenso caso a pessoa passe a ter renda maior. Para a coordenadora da área de direitos da pessoa com deficiência do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Priscilla Selares, apesar de a expectativa em relação ao programa ser positiva, a portaria é genérica e contraditória, pois menciona que para participar do programa a pessoa deve ter deficiência que incapacite para a vida independente e o trabalho.
De acordo com a Lei 8.742/93, que regulamenta o BPC, receberão o benefício aqueles que têm ''impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas''. ''A contradição está em uma medida que visa fomentar a oferta de trabalho, mas estabelece como pré-requisito a não condição de trabalhar e de ter uma vida independente'', disse Priscilla. Segundo ela, o Programa não contempla dificuldades importantes que pessoas com deficiência enfrentam para entrar no mercado de trabalho, como a própria suspensão do BPC caso haja aumento de renda derivada do trabalho.
''Hoje, independentemente da política, o que é mais importante é ter regulamentado de forma clara a questão da suspensão. Não adianta ter a política se a pessoa não se sente segura para abrir mão do benefício. Esse aspecto faltou ser abordada de forma mais clara. A grande preocupação é essa'', explicou a coordenadora do IBDD.


Fonte: Terra
06/08/2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

As meninas bailarinas e a audiodescrição

Mais um espetáculo da CIA FERNANDA BIANCHINI DE BALLET DE CEGOS foi apresentado com audiodescrição em São Caetano do Sul.

Lívia Motta
Mais um espetáculo da CIA FERNANDA BIANCHINI DE BALLET DE CEGOS foi apresentado com audiodescrição em São Caetano do Sul, desta vez no Teatro Santos Dumont, promovido pela Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência ou Mobilidade Reduzida, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Caetano.
O espetáculo dividiu-se em duas partes. Na primeira, foram apresentados trechos do Ballet de Repertório: A BELA ADORMECIDA, do compositor russo Tchaikovsky, baseado no conto de fadas do escritor francês Charles Perrault. E na segunda: DIVERTSSIMENTS, pequenos trechos de coreografias de grandes clássicos do repertório mundial e também coreografias contemporâneas, dentre elas: O AMANHÃ, VARIAÇÃO MERCEDES, VARIAÇÃO CARNAVAL EM VENEZA, SEGUIDILHAS, GRAND REAL, TIME STEP, VARIAÇÃO MASCULINA LAFILE, BRASILEIRINHO, HONEY-HONEY, DECLARE E MAMMA MIA.
O teatro, com capacidade para 370 espectadores entre platéia e mezzanino, ficou quase repleto. No meio dos espectadores, estavam muitas pessoas com deficiência visual que puderam acompanhar o espetáculo, visualizando com palavras os movimentos, as caprichadas coreografias, os delicados figurinos, alguns objetos e adereços que fizeram parte das coreografias. A grande maioria estava assistindo a um espetáculo de ballet pela primeira vez. Sensação compartilhada de alegria, prazer e respeito. Participaram do espetáculo, tendo conhecimento de tudo o que estava se passando no palco. Acessibilidade é isso: é o direito de ter acesso à cultura, às mesmas informações, à arte e ao entretenimento.
Bem na frente da cabine de audiodescrição, ainda havia alguns lugares vagos e foi lá que ficaram as meninas bailarinas: Thalía, Talita, Vitória e Cíntia que iriam dançar a coreografia HONEY-HONEY, na segunda parte do espetáculo. Chegaram apressadas, segurando os fones de ouvido, acompanhadas de algumas mamães orgulhosas. Também elas assistiriam pela primeira vez um espetáculo de ballet com audiodescrição. Já estavam prontas, com seus vestidos sem mangas, de cetim cor de rosa, bordados com pequenas flores de lantejoulas no mesmo tom, cintos pink; usando por cima do vestido coletinhos verde escuro rebordados com flores. Maquiladas com sombra cor de rosa nos olhos e gloss rosado nos lábios, os cabelos presos e óculos escuros na cabeça, as meninas bailarinas escutaram com atenção e indisfarçável emoção a introdução e a audiodescrição da primeira parte do espetáculo. Deram risinhos felizes quando registrei a presença delas na frente da cabine.
As meninas bailarinas puderam acompanhar, encantadas e muito concentradas, a coreografia intitulada VARIAÇÃO 15 ANOS. Viram Geiza entrar no papel da princesa Aurora, no dia do seu baile de 15 anos, vestindo um titi prato branco, sainha armada de tule, e corpete com delicados bordados prata. A Princesa Aurora dança sozinha no palco como se exibisse para os seus pretendentes; desloca-se com graça, em variações complexas, acompanhando com leveza as notas musicais de Tchaikovsky.
Em seguida, entram Raoni e Aldenice dançando o PAS-DES-DEUX PÁSSARO AZUL E PRINCESA FLORINE. O príncipe foi transformado em pássaro azul por Carabosse, a fada do mal. Essa coreografia exige grande aprimoramento técnico do pássaro, que precisa ser ao mesmo tempo leve e ágil; e da Princesa Florine, extrema delicadeza e movimentação harmônica.
As fadas verde, vermelha, azul e lilás apresentaram-se lindamente, na sequência, interpretadas respectivamente por Aldenir, Gisele Dantas, Aldenice e Marina. A Fada Verde é a fada da vitalidade, elegância e encanto e seus movimentos são ágeis e intensos. A Fada Vermelha, a fada da paixão, dança com movimentos energéticos e vibrantes. A Fada Azul é a fada das jóias, da opulência e da riqueza. Seus movimentos agitados traduzem sua alegria. A Fada Lilás é a fada da sabedoria; é ela quem salva a Princesa Aurora da morte, transformando o feitiço de Carabosse em sono profundo.
As meninas bailarinas ainda tiveram tempo de assistir à última coreografia da primeira parte: O PAS DES DEUX DA BELA ADORMECIDA – CASAMENTO. Geiza e Everton entram triunfantes nos papéis de Princesa Aurora e de Príncipe para a cerimônia final do casamento, ambos de branco e prata. Dançam passos elaborados e precisos com elegância e técnica apurada. E as meninas bailarinas pareciam nem respirar acompanhando tudo pela audiodescrição que, neste caso, mistura a tradução dos movimentos delicados de braços e pernas, rodopios, alguns termos mais técnicos para passos mais elaborados como arabesque, deboulés e sissone, por exemplo, além de informações sobre o enredo e personagens, figurinos e efeitos de luz.
Quando terminou a primeira parte, as meninas bailarinas levantaram apressadas, encaminhando-se para o palco. Abri a porta da cabine e ainda tive tempo de dar um beijo de boa sorte em cada uma.
Foi com a própria Fernanda Bianchini e com as jovens Leidiane e Bianca que elas dançaram a coreografia HONEY-HONEY, que faz parte do musical MAMMA MIA. Fernanda interpreta a jovem que está de frente para sua penteadeira, lendo seu diário. As irmãs, muito aborrecidas com a vida de criança, querem tudo da jovem adolescente. Começam a dançar e a infernizá-la, pegando suas coisas que estão sobre a penteadeira. A jovem faz, então, uma mágica e as irmãzinhas viram moças. Viraram moças as meninas bailarinas!!!


Fonte: Ver com Palavras
São Caetano do Sul - SP, 02/08/2012

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

No Balanço do Sonho Inacessível

Texto do site Deficiente Ciente.

Deborah Prates
O som era confuso. Um murmurinho danado de crianças numa das esquinas da Praia do Flamengo. Em sua cadeira de rodas Pedro, quase agarrado nas grades verdes do Palácio do Catete, cobiçava aquele balanço que ia e vinha cada vez mais ganhando altura. Os cabelos da menina embaralhavam seu rosto de forma engraçada. O menino sorria tristemente sonhando com a experiência de também estar naquele balanço.
No interior do parquinho Soninha acompanhava a gritaria atentamente tentando chegar, com sua pequena bengala, no escorrega para também dar o seu gritinho de satisfação no deslize do brinquedo.
Noutro lado do lago estava um grupo de crianças surdas conversando em LIBRAS com outros coleguinhas que se encontravam em frente dando pipocas aos patos.
Mães tentavam desviar seus filhos dos perigos oferecidos pelos brinquedos em movimento.
Nada de nada de acessibilidade! Nem mesmo marcações alertando distâncias – para proteção – a serem obedecidas pelos responsáveis e crianças existia! Falo de providências de custo baixíssimo!
Inacreditável constatar que até as crianças com deficiência permanecem INVISÍVEIS aos olhos da sociedade. O Sr. Gestor está indiferente à dor, às alegrias ou aos desgostos dos “pequenos”. Certo é que rodei com Jimmy Prates – meu pessocão – inúmeros parques e praças públicas em busca de acessibilidade nos brinquedos sem encontrar algum na grande Rio de Janeiro. No Aterro do Flamengo, por ilustração, achei, em boa quantidade, brinquedos com fezes dentro ou ao redor, dando conta da total apatia dos Srs. Administradores da enorme área de lazer. A saúde e a segurança das crianças não são negociáveis!
Ouvindo o noticiário televisual, não tão distante, estava a nossa presidente afirmando que as nossas crianças são o futuro do Brasil. Parece óbvio, né? Pois é, mas a realidade dá conta de que as crianças COM deficiência na RJ estão fora dessa contemplação.
Então é que vale repetir que INCLUIR É PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SOCIEDADE IGUAL PARA TODOS. O que notamos é que algumas crianças, para o gestor e coletividade, são mais iguais que outras! Sabido que através da brincadeira a integração, a participação e a socialização das crianças acontece de forma a transformá-las em adultos sãos.
Parabenizo a cidade de Cubatão que está muito à frente de nós. Lá existe um playground adaptado, doado por empresários que amam os seus semelhantes, composto por um carrossel e dois balanços frontais adaptados para cadeiras de rodas e uma casa do Tarzan, com cadeiras especiais para crianças com dificuldades de locomoção. O playground tem ainda uma casa de bonecas e outros dois balanços adaptados que já haviam sido adquiridos pela Prefeitura.
No entretanto, no PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE não há HUMANIZAÇÃO por parte da administração e empresários. Sempre prudente repetir que os cariocas não vivem nos cartões postais que a prefeitura exibe para o Planeta! Não. O nosso dia-a-dia é bastante cruel e sacrificado. Afora a parte turística a INACESSIBILIDADE é o retrato da RJ por todo canto. Precisamos ou não implementar a ACESSIBILIDADE ATITUDINAL JÁ? Temos que focar a FAMÍLIA, a fim de que passemos a ter PERSONALIDADES ÉTICAS.
Escrevendo essa crônica veio-me a mente um pensamento de Platão que, guardando-se as devidas proporções, ilustra legal a espiritualidade da RJ. “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.”
Quando despertaremos? Somos os culpados por tudo de mal – culturalmente falando – que nos acontece. O outubro eleitoral vem aí!
Carinhosamente.
DEBORAH PRATES e JIMMY PRATES


Fonte: Deficiente Ciente
01/08/2012