quinta-feira, 28 de junho de 2012

Surdo e sem identidade, homem busca parentes por meio de rede social no interior de São Paulo

Um perfil no Facebook e um apelido. Isso é tudo o que possui um homem surdo e sem identidade encontrado às margens da rodovia Raposo Tavares, em Alambari (160 km de São Paulo), há cerca de dois anos.

Fabiana Marchezi
Com o intuito de encontrar a família de “Joca”, apelido do homem, o perfil “Surdo Longe de Casa” foi criado há 50 dias pelo professor de língua brasileira de sinais (Libras) Alexandre Elias dos Santos, de 37 anos.
Em apenas 17 dias, o perfil atingiu sua marca máxima, 5.000 amigos. “O número atingiu o limite do site”, disse Santos. "Agora, criamos uma fan page (página para que fãs acompanhem o perfil na rede social) com capacidade maior de seguidores", informou.
Santos ensina Libras na Integra, uma instituição filantrópica em Sorocaba (107 km de São Paulo) que oferece o curso gratuitamente para surdos. Ele está engajado em encontrar a família Joca desde quando ele foi encontrado e levado para um abrigo em Itapetininga (177 km de São paulo), onde vive até hoje.
"Quando ele foi encontrado, o pessoal do Serviços de Obras Sociais (S.O.S.) de Itapetininga, para onde foi levado, me ligou para que eu tentasse contato com ele. Logo percebi que o homem não falava, por causa da surdez, e também não dominava a Libras".
A busca por sua família ficou difícil. Sem documentos e sem saber se comunicar, Joca enfrenta dificuldades em todas as áreas da vida. Não consegue trabalho porque não tem registro. Até para conseguir consulta médica enfrenta dificuldades.
O professor conta que toda essa mobilização pela internet já rendeu alguns representantes da causa em pelos menos oito Estados do país. Ele conta que sempre que alguém de outro Estado fica sabendo do caso e procura por ele, logo o professor pede para que a pessoa se torne um representante e abrace a causa.
"Além de São Paulo, tem pessoas divulgando o caso dele no Rio Grande do Norte, Piauí, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Maranhão. Essas pessoas conheceram a história dele pelo Facebook e estão ajudando a divulgar."
Santos mostra que os colaboradores estão realmente comprometidos com a causa. "Eles não ficam apenas compartilhando no próprio Facebook, também atuam fora da internet, divulgando nas suas cidades, comentando na comunidade e na imprensa local."
"Voz da esperança"
Segundo o professor, a campanha já rendeu dois contatos, apesar de frustrados. O primeiro partiu de uma família de Limeira (150 km de São Paulo), que foi pessoalmente à instituição onde o homem vive e outra de Goianésia (173 km de Goiânia).
"Os dois casos foram frustrantes. Mas o de Goianésia foi pior. Parece que uma amiga viu no Facebook e avisou a família. Como eles são pessoas mais humildes, da zona rural, a mãe que procura pelo filho surdo foi até um mercadinho no centro da cidade para usar a internet. Foi a primeira vez que ouvi a voz da esperança, mas ainda não foi dessa vez. Foi muito triste."
Apesar das decepções, Santos está confiante na campanha. Ele disse ter duas novas ações em andamento. Uma é colocar cartazes com a foto de Joca em empresas de ônibus. "Queremos fazer cartazes sobre o homem surdo e divulgar nas empresas de transporte. Se a empresa tiver 200 ônibus de turismo, serão 200 cartazes. Assim a história do homem vai estar viajando pelo país."
A segunda ação é uma campanha de arrecadação para o abastecimento dos carros dos voluntários que transportam Joca entre Itapetininga, onde está morando, e Sorocaba, onde ele estuda Libras duas vezes por semana


Fonte: UOL
Itapetininga - SP, 28/06/2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Acessibilidade urbana em discussão

Vencer as possíveis barreiras arquitetônicas existentes na cidade é um dos desafios da pessoa portadora de necessidades especiais. Os seus direitos estão previstos em legislação própria

da Redação
Caucaia Municípios da Região Metropolitana de Fortaleza e do Maciço de Baturité estiveram reunidos ontem em Caucaia para discutir perspectivas para as pessoas com deficiência. É a etapa regional que antecede a Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Com a temática de "Novas perspectivas e desafios", um dos principais pontos discutidos no evento foi a acessibilidade urbana.
O debate cearense já faz parte das metas do "Viver sem limite", o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, lançado em novembro do ano passado pelo Governo Federal. O plano prevê investimentos de R$ 7,6 bilhões até 2014.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência afirma que os Estados são obrigados a "adotar todas as medidas necessárias, inclusive legislativas, para modificar ou revogar leis, regulamentos, costumes e práticas vigentes que constituírem discriminação contra pessoas com deficiência".
Conselhos Municipais
Mas existem outras ações importantes até se chegar à acessibilidade. Assim, uma das propostas da conferência regional realizada ontem em Caucaia é a criação e o fortalecimento dos Conselhos Municipais das Pessoas com Deficiência. Esses organismos farão frente às reivindicações da população diante das políticas públicas municipais.
A etapa regional da III Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência foi realizada na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, no Centro de Caucaia. O tema foi "Um olhar através da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência: novas perspectivas e desafios".
O Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência é vinculado à Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus). As reuniões regionais acontecem englobando todas as macrorregiões do Estado até o final de agosto, quando acontece a Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Ceará (de 29 a 31 de agosto). O primeiro evento regional aconteceu em Sobral (para os Municípios da Zona Norte), no início do mês.
Documento
Os eventos setoriais visam à formulação de um documento de sensibilização e de reivindicações das causas e lutas do Conselho Estadual. Além das palestras com os temas centrais, foram divididos grupos de trabalho com temas específicos à causa das pessoas com deficiência. Cada Município da Região Metropolitana de Fortaleza encaminhou dois representantes: um da sociedade civil e outro do Governo.
De acordo com o IBGE, 45,6 milhões de pessoas no Brasil têm algum tipo de deficiência, o que representa 23% da população nacional.
Em novembro do ano passado, o Governo Federal criou o "Viver sem Limite", o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. São ações estratégicas em educação, saúde, cidadania e acessibilidade.
O plano tem metas para serem alcançadas até 2014 e a previsão orçamentária é de R$ 7,6 bilhões. Coordenados pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República, o Viver sem Limites pretende criar ações até a outra ponta dos organismos: os conselhos municipais.
A meta é assegurar o cumprimento da legislação no nível local, na cidade, comunidade, localidade, seja da zona urbana ou rural, onde estão os moradores.
Mais informações:
Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ceará
Rua Tenente Benévolo
1055, Fortaleza
Telefone: (85) 3101.2870


Fonte: Diário do Nordeste
Fortaleza - CE, 25/06/2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Campanha alerta para os direitos da pessoa com deficiência

O objetivo é combater o preconceito gerado pela falta de informação, sobre as pessoas com deficiência

da Redação
O Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, a Fundação de Ação Social (FAS) e a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência promovem neste sábado (23) uma ação especial no calçadão da XV de Novembro para a promoção da inclusão, chamando a atenção da sociedade para os direitos da pessoa com deficiência. Trata-se da campanha "Conscientização e Cidadania”.
“Serão distribuídos cinco mil adesivos com a frase “EU RESPEITO” e cartazes com quatro mensagens: “Não bloqueie as guias rebaixadas”, “Dê preferência ao embarque e desembarque do ônibus”, Dê preferência na travessia elevada de pedestre” e “Não pare em vagas preferenciais”.
Uma barraca será montada em frente ao Mc Donalds da avenida Luiz Xavier, das 8 às 13 horas, com a presença de alunos de escolas especiais e entidades de atendimento a pessoa com deficiência.
Para o presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e da ADFP – Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Mauro Nardini, a política especial de Curitiba avançou muito nos últimos anos. “Temos muito que comemorar em nossa cidade”, explicou, lembrando que ainda há preconceito gerado pela falta de informação sobre assuntos relacionados aos portadores de deficiência.
“Apesar da legislação a pessoa portadora de deficiência física enfrenta grandes desafios, como falta de estrutura que impede a acessibilidade, obstáculos físicos, guia não rebaixada e ônibus adaptados que não atendem a demanda, entre outras dificuldades.
A presidente da FAS Marry Ducci disse que o objetivo da campanha é sensibilizar os curitibanos sobre valores que melhoram a qualidade de vida das pessoas com deficiência.
Maiores informações sobre a campanha pode ser obtida na secretaria executiva dos conselhos, pelo telefone (41) 3250-7918.


Fonte: Portal da Prefeitura de Curitiba
Curitiba - PR, 22/06/2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Deputado apresenta proposta que irá beneficiar deficientes auditivos

Como uma pessoa que possui deficiência na fala ou auditiva se comunica em situações de emergência? A partir desta pergunta, o deputado estadual José Domingos Fraga (PSD), apresentou Projeto de Lei N° 358/2012 que tramita na Assembleia Legislativa.

da Redação
O projeto em questão pretende autorizar o poder público a aderir o serviço de mensagens curtas (SMS) via celular, para comunicação com os serviços emergenciais. Com a implementação do serviço, qualquer pessoa poderá se comunicar com a polícia militar e com o corpo de bombeiros através de mensagens de texto enviadas através do celular. Especialmente os portadores de deficiência auditiva ou aqueles impossibilitados de se comunicar através da fala, que se encontra em situação de risco para requerer os serviços emergenciais, dependendo, muitas vezes, de terceiros para disporem de socorro.
No estado de São Paulo, tal procedimento já é adotado com sucesso, fazendo com que os portadores que se enquadram nestas limitações possam usufruir também destes serviços por uma questão de cidadania. Vale destacar ainda que o serviço do SMS de emergência esta regulamentado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio da Resolução n.º 564/2011. Segundo a Lei proposta pelo deputado, os seguintes serviços emergenciais: Polícia Militar 190, Samu 192, Corpo de Bombeiros 193 e Defesa Civil 199, ficaram à disposição de toda população matogrossense.
Após receberem a mensagem, os serviços públicos de emergência deverão responder imediatamente à solicitação, informando e orientando o comunicante através de mensagem curta (SMS), endereçadas para o número que foi originado o chamado.
As operadoras de telefonia móvel estarão obrigadas, após solicitação dos responsáveis pelos serviços públicos de emergência, encaminhar as mensagens de texto de seus Usuários destinadas ao respectivo serviço público de emergência. O deputado conta que este serviço não será usado somente por deficientes auditivos. É importante deixar claro que não será cobrado valor algum nas mensagens enviadas para os serviços de emergência.
“O Projeto de Lei pretende beneficiar os deficientes auditivos, mas, qualquer pessoa em situação de risco poderá utilizar o SMS”.


Fonte: O Documento
21/06/2012

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Audiodescritores descrevem Rio+20 para cegos

Equipe de 38 profissionais trabalha para tornar acessível aos que não enxergam tudo o que acontece na conferência.

da Redação
Graças ao trabalho dos audiodescritores, os cegos podem entender cada detalhe do que ocorre na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Uma equipe de 38 profissionais, capitaneada por um grupo de gaúchos que comanda a produtora carioca Lavoro, dedica-se para tornar acessível o conteúdo do evento também àqueles que não enxergam.
O trabalho do audiodescritor é fazer uma espécie de tradução simultânea, descrevendo em palavras as imagens e acontecimentos que são apresentados durante a assembleia. Tudo é transmitido ao deficiente visual por um fone de ouvido, para que ele não perca nenhum detalhe. "Antes de começar a conferência, descrevemos a sala, falamos das características, de como é a mesa, das pessoas que estão chegando", explica o coordenador da equipe, Fernando Pozzobon, 28 anos, que nasceu em Santa Cruz do Sul, mas vive no Rio de Janeiro há dez anos. Junto com ele trabalham as irmãs Lara e Graciela e mais seis gaúchos. "Quando começa a conferência, paramos de falar para não interromper o entendimento do cego", detalha o gaúcho.
Além do Riocentro, palco principal da Rio+20, a equipe de audiodescritores atua em outros quatro lugares onde ocorrem eventos paralelos. A descrição é feita em português e inglês. "É fantástico, porque conseguimos incluir um grupo de pessoas em um evento deste porte", descreve Pozzobon. De acordo com ele, o secretário-geral da ONU para a Rio+20, Sha Zukang, pediu que o evento fosse um modelo de acessibilidade. No entanto, segundo o audiodescritor, o recurso não teve uma grande divulgação. "Como são delegações estrangeiras há poucos (cegos), mas em todas as conferências nós os abordamos e oferecemos a possibilidade da audiodescrição", acrescenta Pozzobon.
A produtora Lavoro atendia, inicialmente, deficientes visuais que iam ao cinema, descrevendo em palavras detalhes como cenários e figurino, dando ao público a chance de entender cada particularidade do filme, mesmo sem poder enxergar. Para atender a um evento de grande porte, onde não há um roteiro pré-determinado, algumas adaptações tornaram-se necessárias. "Temos de ter uma percepção do ambiente e saber falar frases rápidas. E também saber trabalhar com a voz, tanto a maioria são atores ou atrizes", observa Pozzobon.
O serviço segue sendo prestado até o final da conferência, no dia 22 de junho.


Fonte: Correio do Povo
Blog da Audiodescrição
20/06/2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Homem com derrame cerebral utiliza movimentos dos olhos para usar o Twitter

Sete anos após sofrer um derrame cerebral que deixou seu corpo totalmente paralisado, Tony Nicklinson conseguiu escrever seu primeiro tuíte com ajuda da tecnologia "eye-tracking".

da Redação
O britânico de 57 anos se comunica por meio de um computador que rastreia o movimento dos seus olhos para escrever as mensagens no Twitter.
No início do ano, Nicklinson foi autorizado a entrar com o pedido para que o tribunal permitisse que um médico lhe retirasse a vida. De acordo com suas declarações, ele alega estar farto do modo como vem vivendo desde que aconteceu o acidente em uma viagem de trabalho.
Para amenizar sua dor e tentar retirar o desejo de ter um suicídio assistido, Tony foi motivado a participar da rede social, visando conseguir maior interação com outras pessoas e a participação em debates.
A primeira mensagem deixada por ele na rede dos 140 caracteres foi: “Olá, mundo. Eu sou Tony Nicklinson, tenho síndrome do encarceramento e este é meu primeiro tuíte. #tony”. Em poucos dias, seu perfil já conta com mais de 6 mil seguidores.
Jane Nicklinson, sua esposa, deu um depoimento otimista explicando que acredita que será bom para ele a permanência no Twitter, embora tenha precisado convencê-lo dessa ideia.



Fonte: TechTudo
19/06/2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Faculdade é condenada a indenizar estudante com deficiência visual

Faculdade Sumaré impossibilitou estudante de participar de exame vestibular porque a instituição não disponibilizou os meios para supressão de sua deficiência.

da Redação
A 8ª Vara Cível do Foro Regional de Santana (SP) condenou a Faculdade Sumaré a indenizar em R$ 60 mil uma estudante com deficiência visual, impossibilitada de participar de exame vestibular porque a instituição não disponibilizou os meios para supressão de sua deficiência sensorial.
Ela sustentou que a faculdade, ao não lhe proporcionar acessibilidade adequada, descumpriu mandamento constitucional que dispõe ser dever da sociedade assegurar atendimento especializado a pessoas com deficiência física, sensorial e mental. Destacou que a omissão lhe causou dano moral, pois, além de ser tratada de forma desigual e preconceituosa, ficou impossibilitada de iniciar o curso de administração de empresas que pretendia. Em razão disso, pediu indenização no valor de R$ 60 mil.
A faculdade alegou que não a tratou com discriminação e não cometeu ato ilícito, apenas esclareceu que não poderia disponibilizar o curso que pretendia porque não possuía condições materiais para auxiliá-la na realização do exame vestibular no qual ela se inscreveu.
Em sua decisão, o juiz Ademir Modesto de Souza entendeu que o tratamento preconceituoso e discriminatório dispensado pela ré à autora é flagrantemente ilícito e condenou a instituição ao pagamento de R$ 60 mil por danos morais.
De acordo com o magistrado, o procedimento da ré, ao orientar a autora a não fazer seu exame vestibular, ao invés de proporcionar-lhe condições adequadas à superação de sua deficiência, viola a lei nº 7.853/89, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social, além de constituir crime punível com pena de 1 a 4 anos de reclusão pela negativa de acesso a pessoas com deficiência às diversas atividades da vida social.
"Ao contrário do que supôs a ré, a autora, conquanto portadora de deficiência visual, não é pessoa diferente da dos demais alunos que frequentam seu estabelecimento. Ela é exatamente igual a eles e como tal devia ser tratada, sendo certo que a plena igualdade poderia ser alcançada mediante a disponibilização de um dos instrumentos que suprissem a deficiência de que é portadora."


Fonte: JusBrasil
18/06/2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Jogos de computador acessíveis para deficientes visuais

Os games, que são gratuitos, oferecem aos deficientes visuais

da Redação
Com os audiogames, através de recursos sonoros e informações textuais, são construídos os mais diversos ambientes e situações, permitindo ao deficiente visual a perfeita interação com todo esse mundo de aventuras e fortes emoções.
A Audiogames Brasil, empenhada na difusão gratuita de jogos adaptados e traduzidos para a língua portuguesa no Brasil e outros países lusófonos, não vende, aluga ou comercializa esses jogos de nenhuma forma. Todos os jogos disponibilizados são freeware, ou seja, livres para serem baixados e distribuídos gratuitamente.
Entre para esse universo onde tudo é possível, seja um herói numa guerra estelar, um corredor pilotando seu veículo preferido numa pista com curvas radicais, um aprendiz em jogos educativos nas mais diversas áreas e muito mais!


Fonte: Audio Games
14/06/2012

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Torneio de Futsal para cegos será realizado em Florianópolis

Evento ocorre de 15 a 17 de junho.

da Redação
A Associação Catarinense Para Integração do Cego - ACIC, realiza o I torneio de futsal para cegos, entre os dias 15 a 17 de junho.
Local dos jogos:
Associação dos Empregados da Eletrosul.
Quatro times, participarão do torneio, destaque para ADEVIPAR - Associação dos deficientes visuais do Paraná, uma das principais equipes do sul do país. A final será realizada no dia 17 de junho e a premiação feita na sede da ACIC.
Contato: João Batista Coordenador de esportes da ACIC
Cel: (048)9123-5536
- Jairo da Silva, presidente da ACIC.
Cel: (048)9146-7281
SERVIÇO:
Evento - I torneio de futsal para cegos - ACIC 35 anos
Data - 15 a 17/06
Local - Associação dos Empregados da Eletrosul - ELASE.
Rua: Deputado Antônio Edu Vieira, 999 - Florianópolis/SC.
Horário - abertura oficial 14h30



Fonte: Rede Saci
Florianópolis - SC, 14/06/2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Associação dos Deficientes Visuais cobra mais ações do Poder Público

A audiência ocorre nessa quarta-feira, 13 de junho.

da Redação
O representante da Associação dos Deficientes Visuais de Goiás, Romeu Fernandes, no ato representando também as demais associações presentes, é uma das autoridades componentes da mesa da audiência pública que debate Acessibilidade e Mobilidade, nesta quarta-feira, 13, no Auditório Solon Amaral. O encontro é iniciativa do deputado Francisco Júnior (PSD).
Fernandes lamentou que depois de 24 anos da Constituição Federal ainda discute-se uma maneira de garantir o direito de ir e vir estabelecido no texto.
“É praticamente impossível locomover-se pelas ruas de Goiânia, principalmente quando a pessoa é portadora de alguma deficiência. São carros estacionados sobre a calçada, orelhões mal dispostos, obstáculos, desníveis e inúmeras situações que impedem que o pedestre possa se locomover pelas calçadas.”
Deficiente visual, Fernandes disse que nem mesmo o Poder Público, que deveria garantir a segurança da população, respeita a questão da mobilidade e da acessibilidade. “Por várias vezes já me deparei com carro da Polícia Militar estacionado sobre a calçada ou sobre faixa de pedestre, impedindo que o pedestre siga com segurança o seu caminho.”



Fonte: JusClip
13/06/2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Faculdade é condenada a indenizar estudante com deficiência visual

Universidade foi processada por não disponibilizar o vestibular

da Redação
A 8ª Vara Cível do Foro Regional de Santana condenou a Faculdade Sumaré a indenizar em R$ 60 mil uma estudante com deficiência visual, impossibilitada de participar de exame vestibular porque a instituição não disponibilizou os meios para supressão de sua deficiência sensorial.
Ela sustentou que a faculdade, ao não lhe proporcionar acessibilidade adequada, descumpriu mandamento constitucional que dispõe ser dever da sociedade assegurar atendimento especializado a pessoas com deficiência física, sensorial e mental. Destacou que a omissão lhe causou dano moral, pois, além de ser tratada de forma desigual e preconceituosa, ficou impossibilitada de iniciar o curso de administração de empresas que pretendia. Em razão disso, pediu indenização no valor de R$ 60 mil.
A faculdade alegou que não a tratou com discriminação e não cometeu ato ilícito, apenas esclareceu que não poderia disponibilizar o curso que pretendia porque não possuía condições materiais para auxiliá-la na realização do exame vestibular no qual ela se inscreveu.
Em sua decisão, o juiz Ademir Modesto de Souza entendeu que o tratamento preconceituoso e discriminatório dispensado pela ré à autora é flagrantemente ilícito e condenou a instituição ao pagamento de R$ 60 mil por danos morais.
De acordo com o magistrado, o procedimento da ré, ao orientar a autora a não fazer seu exame vestibular, ao invés de proporcionar-lhe condições adequadas à superação de sua deficiência, viola a lei nº 7.853/89, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social, além de constituir crime punível com pena de 1 a 4 anos de reclusão pela negativa de acesso a pessoas com deficiência às diversas atividades da vida social.
“Ao contrário do que supôs a ré, a autora, conquanto portadora de deficiência visual, não é pessoa diferente da dos demais alunos que frequentam seu estabelecimento. Ela é exatamente igual a eles e como tal devia ser tratada, sendo certo que a plena igualdade poderia ser alcançada mediante a disponibilização de um dos instrumentos que suprissem a deficiência de que é portadora.”


Fonte:  TJSP
São Paulo-SP, 12/06/2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Primeiro filme com audiodescrição é apresentado no Estacine

O projeto Estacine Audiodescrição, acontecerá sempre na última quarta-feira de cada mês com filmes audidescritivos, para o que público com deficiência visual também possa ter acesso às obras cinematográficas nacional e internacional.

da Redação
Com objetivo de levar cultura para todos os públicos de forma gratuita, o Projeto Estacine fez a primeira sessão aberta para portadores de necessidades especiais da visão. Nesta quarta-feira (30), a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) exibiu o primeiro filme com audiodescrição, na sala de audiovisual no segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no altiplano. Nesta primeira sessão foi exibido o filme “Casa da Mãe Joana”, estrelado por Hugo Carvana.
A primeira exibição especial e experimental, ocorrida em abril deste ano, contou com a participação dos membros da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (FUNAD) e do Centro de Atividades Especiais Helena Holanda (CAEHH). A receptividade foi imediata, com relatos empolgados de pessoas que nunca tiveram contato com este tipo de experiência.
Como funciona -A Audiodescrição (AD) é a tradução de imagens em palavras, descrevendo todos os detalhes importantes de uma obra visual que não estejam contidos nos diálogos. Roupas, expressões, cenários, cores e tudo que possa influenciar na compreensão de um produto audiovisual são descritos para o melhor entendimento de deficientes visuais, pessoas com baixa visão, Síndrome de Down, idosos, disléxicos e qualquer outra pessoa com dificuldade de compreensão. Este recurso pode ser usado em peças, óperas, concertos, programas de televisão, comerciais, filmes e todos os outros produtos audiovisuais.
Por meio de uma segunda faixa de áudio inserida no filme, um narrador descreve durante os espaços, em silêncio, toda imagem que traga alguma relevância para o desenrolar da história contada na tela. Sem interferir nos diálogos dos personagens, o narrador ajuda o deficiente visual a compreender a obra como um todo, o que deixa de acontecer quando o recurso da Audiodescrição não é utilizado.


Fonte: PB Agora
Paraíba, 11/06/2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Legenda oculta - consulta pública do Ministério das Comunicações

O Ministério das Comunicações abriu consulta pública sobre proposta de alteração do valor mínimo de horas para veiculação obrigatória de legenda oculta em emissoras de televisão (detalhes ao final). A consulta está disponível no endereço eletrônicohttp://consultapublica.mc.gov.br/consulta/logon.asp até às 23h59 do dia 07 de junho de 2012.
A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência incentiva a todas as pessoas que divulgem a consulta pública, estudem a proposta e insiram suas sugestões no sistema do Ministério das Comunicações.
Confira o decreto na íntegra Abaixo:
PORTARIA Nº 740, DE 30 DE MAIO DE 2012.
O SECRETÁRIO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 1º, inciso IV, do Regimento Interno da Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica, constante do Anexo IV da Portaria n º 143, de 12 de março de 2012, resolve:
Art. 1º Dar publicidade à Consulta Pública SCE nº 04/2012, com vistas a submeter a comentários e sugestões do público em geral a proposta de ato normativo, constante do Anexo a esta Portaria, que altera texto do item 7.1 da Norma Complementar nº 1/2006, estabelecendo regime mínimo de horas para veiculação obrigatória do recurso de legenda oculta para emissoras do serviço de sons e imagens e de retransmissão de televisão, nos termos da Portaria n.º 310, de 27 de junho de 2006.
Art. 2º A proposta de ato normativo a que se refere o art. 1º estará disponível no endereço eletrônico http://consultapublica.mc.gov.br/consulta/logon.asp, a partir das 12 h do dia 31 de maio de 2012.
Art. 3º As contribuições e sugestões deverão ser fundamentadas, devidamente identificadas e encaminhadas apenas por meio de formulário eletrônico do sistema informatizado do Ministério das Comunicações, disponível no sítio eletrônico http://consultapublica.mc.gov.br/consulta/logon.asp, relativo a esta Consulta Pública, até às 23h59 do dia 07 de junho de 2012, fazendo-se acompanhar de textos alternativos e substitutivos, quando envolverem sugestões de inclusão ou alteração, parcial ou total, de qualquer dispositivo.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
GENILDO LINS DE ALBUQUERQUE NETO
PORTARIA N.º , DE DE DE 2012.
Altera texto do item 7.1 da Norma Complementar nº1/2006, estabelecendo valor mínimo de horas para veiculação obrigatória do recurso de legenda oculta para emissoras do serviço de sons e imagens e de retransmissão de televisão.
O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, resolve:
Art. 1º O item 7.1 da Norma Complementar nº 1/2006, aprovada pela Portaria nº 310, de 27 de junho de 2006, passa a vigorar com a seguinte redação:
 
(...) 7.1.1 No tocante ao recurso de legenda oculta, a obrigação de que trata o item 7.1, "e", poderá ser substituída, a critério da emissora, pela veiculação de, no mínimo, 112 horas semanais, das quais, para efeito de contabilização, no máximo 2 horas diárias veiculadas entre as 2 e as 6 horas.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
PAULO BERNARDO SILVA
Fonte: http://consultapublica.mc.gov.br/consulta/logon.asp

Ministério das Comunicações discute alterações nas regras de legendas ocultas na TV e quer conhecer a opinião pública

A partir das novas modificações, o tempo de exibição televisiva com legendas ocultas irá para 12h, somando 84h semanais.

Comentário SACI: A consulta pública refere-se exclusivamente ao recurso da LEGENDA OCULTA, não afeta nem tem qualquer relação com o recurso da AUDIODESCRIÇÃO. Paulo Romeu
Grupo Direitos Humanos - Brasil (Facebook)
Pela lei em vigor (Portaria 310/2006), a partir de agosto as emissoras de TV terão que transmitir 12 horas por dia de programação com legenda oculta (closed caption) e audiodescrição, sendo seis horas entre 6h e 14h e as outras seis horas no período entre 18h e 2h da madrugada. No total, serão 84 horas por semana.
Agora, o Ministério das Comunicações está propondo uma alteração no item “e” do artigo 7.1 da portaria. Pela nova proposta, o total de horas subiria para 112 por semana. Mas atenção: com a mudança, as emissoras é que escolheriam os dias e os horários em que colocariam no ar os programas com recursos de acessibilidade.
O Ministério das Comunicações quer saber se as pessoas são contra ou a favor dessa mudança.
Até dia 7 de junho, participe da consulta pública pela internet, no link e dê sua opinião.


Fonte: Consulta Pública
06/06/2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Metas educacionais voltam a apoiar classes só para deficientes

Novo texto do Plano Nacional de Educação prevê o atendimento em casos que a inclusão não funcionar, polêmica entre educadores

Priscilla Borges
O Plano Nacional de Educação (PNE) ganhou metas diferentes das propostas pelo Ministério da Educação no Congresso Nacional. Se o texto for aprovado como está, as classes exclusivas para estudantes deficientes voltarão a receber estímulo. A definição contraria as políticas mais recentes do ministério, que defende a inclusão desses alunos em escolas convencionais.
A mudança na redação original do PNE, proposta pelo relator do projeto na Câmara dos Deputados, Ângelo Vanhoni (PT-PR), causou polêmica entre especialistas na última semana. E representou alívio para muitas famílias e representantes de entidades que cuidam de espaços de atendimento específico para deficientes.
Para o MEC, as crianças com deficiências ou transtornos globais de desenvolvimento devem estudar em escolas públicas convencionais. Os colégios têm de se adequar às necessidades dos alunos e dar a eles a chance de conviver com pessoas sem deficiência. A inclusão, na opinião dos gestores e corroborada por muitos especialistas, promove o fim do preconceito e crescimento dos estudantes.
O texto apresentado por Vanhoni aos parlamentares, que votarão a proposta no dia 12 de junho, abre possibilidades diferentes. Define, na meta 4, que será objetivo do País atender esses alunos, de preferência, na rede regular de ensino. Porém, “garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns”.
Na opinião do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que faz parte do movimento das Apaes há 30 anos, o relatório, agora, “contempla o anseio da sociedade”. Para ele, a decisão “muito técnica” do MEC foi superada por uma “decisão política de governo”.
Mais opções
“Somos a favor da coexistência dos dois tipos de escola para a ampliação das oportunidades educacionais para muitas crianças que não recebem atendimento adequado em escolas regulares”, comenta Sandra Marinho Costa, secretária-executiva e procuradora jurídica da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), entidade que atende pessoas excepcionais.
Sandra conta que 250 mil pessoas são atendidas pelas Apaes em todo o Brasil. Muitas delas, ela diz, tentaram se manter em escolas convencionais, mas não tiveram sucesso. “Fazer matrícula e ir para a escola é uma coisa. Estar incluído é outra bem diferente. Há pessoas com comprometimentos tão sérios que não conseguem receber atenção adequada e terminam isoladas nesses ambientes”, diz.
A representante de uma das associações que mais trabalhou, nos bastidores, para convencer o deputado Vanhoni de que a mudança na meta de número 4 do PNE era importante garante que a defesa das Apaes é por um sistema inclusivo de educação. Segundo Sandra, as famílias têm de ter opções. “E há crianças que, após um atendimento especializado, são plenamente capazes de frequentar escolas regulares e aprender. Outras não”, ressalta.
Sabine Antonialli Arena Vergamini, diretora de Unidade Socioeducacional do Centro de Educação para Surdos Rio Branco, em São Paulo, também critica a ideia de que as escolas regulares fazem inclusão. “Divisão do espaço físico não significa incluir. Para 99% dos surdos, uma escola só deles é muito melhor”, afirma. Na escola que coordena, Sabine conta que as crianças são alfabetizadas, primeiro, na Língua Brasileira de Sinais (Libras). A língua portuguesa é ensinada como uma segunda língua. As famílias são incluídas no processo.
Mantida pela Fundação Rotariana de São Paulo, a escola só atendia crianças carentes até bem pouco tempo. Por conta da demanda, eles decidiram abrir algumas vagas para famílias que podem pagar uma mensalidade: um aluno por cada classe. As turmas têm, no máximo, 10 crianças e as atividades ocorrem em período integral.
Ambientes para poucos
Os centros especializados em educação especial não são numerosos no Brasil. No ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2011, eles atendiam apenas 0,38% dos 50,9 milhões de estudantes da educação básica. A maior parte dessas matrículas está em colégios da rede privada. São 130 mil alunos em classes especiais ou escolas exclusivas particulares.
Com a política de inclusão definida pelo MEC, o número de estudantes nesses ambientes específicos é bem menor hoje do que no passado. Em 2007, havia 224 mil alunos em salas ou escolas exclusivas da rede privada. No mesmo ano, a rede pública tinha 124 mil alunos na mesma condição. Hoje, eles somam apenas 63 mil. Em classes comuns da rede pública, há 558 mil estudantes especiais. Nos colégios privados, eles são apenas 32 mil.
O Centro de Ensino Especial nº 1 de Brasília é uma das exceções de atendimento especializado da rede pública. Possui 150 funcionários, que atendem 311 alunos com mais de 14 anos. Tânia Guimarães, de 51 anos, é uma das mais antigas estudantes matriculadas no colégio. Está lá há 38 anos. “A idade cronológica deles não é a mesma da idade mental e isso precisa ser considerado”, diz a supervisora pedagógica da escola, Claudia Garcia.
A proposta pedagógica do CEE 1 de Brasília não é como a de uma escola convencional. Não há um currículo obrigatório a ser superado por todos os alunos. “Aqui, as possibilidades de cada um são analisadas por equipe multiprofissional. Nosso objetivo não é pensar nos limites, mas nas potencialidades deles. Para muitos, a missão é socializá-los, dar autonomia para atividades práticas do dia a dia”, conta Adriana Cruz, diretora do centro.
Dos 311 estudantes, 121 estão matriculados em escolas regulares e só realizam atividades complementares nos ambientes da escola.
Retrocesso
Para Claudia Gabrois, do movimento Inclusão Já, a nova definição da meta é um retrocesso. “Ela fere preceitos constitucionais. As pessoas com deficiência têm o direito à educação em escolas regulares. Se existem recursos nas escolas especiais, eles podem estar dentro das escolas comuns. Essas pessoas não podem ser segregadas da sociedade”, defende.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também defendeu a inclusão. Para ele, foram as políticas inclusivas que aumentaram a presença de pessoas com deficiência nas redes de ensino. “A escola de atendimento especial é um direito, sim, mas para ser exercido de forma complementar e não excludente”, afirmou.


Fonte: iG
04/06/2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Relator do PNE ignorou parecer do MEC sobre Meta 4

No documento apresentando, a redação da Meta 4, que trata da inclusão escolar, voltou ao que foi apresentado no primeiro substitutivo do relator (redação esta que causou indignação por parte da sociedade civil e gerou grande polêmica).

da Redação
Na tarde de ontem, o Deputado Angelo Vanhoni fez a leitura parcial de seu parecer final do Plano Nacional de Educação.
O texto do relator contraria os preceitos constitucionais (permitindo a triagem de alunos para o ingresso na escola e voltando com a segregação em escolas e classes especiais).
Vanhoni parece ter solenemente ignorado um parecer do Ministério da Educação a ele dirigido, no qual o órgão expressou total discordância ao texto proposto pelo deputado. O documento (veja a íntegra abaixo) comprova que Vanhoni foi orientado em relação à inconstitucionalidade do texto, afirmando que “a proposta do relator não está de acordo com os atuais pressupostos legais”.
Vanhoni ainda citou, em sua fala de ontem no plenário, o Decreto 7.611/11 para afirmar que o texto por ele redigido está de acordo com as ações do governo. A própria nota do MEC encaminhada a ele (veja abaixo) mostra que é justamente o contrário (o texto do relator vai contra o que o governo institui como política pública).
O que causa ainda mais estranheza é que Vanhoni, antes de ler a Meta 4, fez um pequeno cerimonial no qual rasgou-se em elogios a membros da bancada do PSDB (representantes de instituições assistencialistas), ignorando que, na última década, o Brasil traçou suas políticas públicas com base no paradigma do direito (educação não é caridade, tampouco direito de que se possa dispor). Na sessão de ontem, o parlamentar chegou a dizer que seu texto foi “discutido com as organizações” e “construído a muitas mãos”. Só se forem as mãos arrebatadoras de quem se beneficia da exclusão de seres humanos, uma vez que o deputado ignorou pedidos de audiência da sociedade civil organizada que defende a continuidade dos avanços da educação inclusiva no país. Outra fala bastante preocupante do relator do PNE é a que coloca a inclusão e os direitos das pessoas com deficiência em campos distintos (ou seja, pode incluir, mas não todos).
O texto original da Meta 4, apresentado pelo Ministério da Educação em 2010, foi fruto das deliberações da Conferência Nacional de Educação (Conae) – que teve ampla participação de toda a sociedade civil — e previa:
Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
O texto de Angelo Vanhoni traz a possibilidade de se discriminar pessoas que são público-alvo da educação especial:
Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente, na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns.
O texto traz conceitos já há muito tempo suprimidos de nosso marco legal, como “integração” (termo que, ao contrário da inclusão, determina que é o sujeito que deve atender ao meio, e não o meio deve dar condições de plena cidadania ao sujeito) e também deixa o direito à educação (direito inalienável, frise-se) nas mãos de “especialistas”, que poderão TRIAR quem pode ou não ir à escola comum. Um evidente desrespeito à nossa Constituição Federal e à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
Em resumo, o deputado Ângelo Vanhoni tornou-se, nesse episódio, um “ignorante”: ignorou os pedidos de audiência da sociedade civil, dando ouvidos apenas aos defensores da exclusão; ignorou os delegados e as deliberações da Conferência Nacional de Educação (Conae); ignorou um importante documento do Ministério da Educação; ignorou a recente manifestação do Fórum Nacional de Educação, que recomendou o retorno ao texto original, proposto pelo Executivo Nacional, com base nas deliberações da Conae; ignorou as mais de 14 mil assinaturas do Manifesto em defesa da Educação Inclusiva, da manutenção da atual política de Educação Especial e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência; ignorou todos os avanços da área na última década; ignorou nossa Constituição Federal.
Vanhoni disse que seu relatório tem espírito republicano. Mas suas ações mostram o contrário. No ano passado, a ONU reconheceu o Brasil como exemplo devido aos avanços da educação inclusiva. Agora, caso o texto do relator seja votado e sancionado, o país deverá prestar contas pelo RETROCESSO.
Veja a íntegra do parecer do MEC enviado ao relator (grifo nosso):

Com relação à proposta de redação da meta 4, cabe destacar que ao promulgar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ONU/2006, com status de emenda constitucional, por meio do Decreto n.6949/2009, a legislação brasileira adota a inclusão escolar como princípio, conforme reafirmado no Art.1º do Decreto n° 7.611/2011 que estabelece dentre as diretrizes para a educação desse público alvo:
I – garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;
III – não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência;
VII – Oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de ensino;
O inciso I supracitado afirma a inclusão escolar como condição para o cumprimento do principio da igualdade de oportunidades, enquanto o inciso III corrobora o entendimento de que não se pode excluir do sistema regular com base na deficiência e o inciso VII determina que a oferta da educação especial seja realizada preferencialmente na rede regular de ensino.
Fica claro que o termo “preferencialmente” se refere à oferta da educação especial cuja função é a disponibilização do atendimento educacional especializado e não a substituição do atendimento escolar no ensino regular. Para dirimir qualquer dúvida sobre a atribuição da educação especial no âmbito do sistema educacional inclusivo, o próprio Decreto n° 7.611/2011 especifica em seu Art.2º que “a educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização (…)”. Ainda nos incisos I e II desse artigo, a educação especial é ratificada como modalidade complementar ou suplementar, não sendo substitutiva à escolarização.
Por tudo isso, reiteramos a manifestação quanto ao equívoco conceitual da proposta do substitutivo que emprega o termo preferencialmente para referir-se ao acesso à educação regular, quando o Decreto nº 7611/2011 não preconiza essa definição, a fim de atender o compromisso assumido pelos Estados Partes ao ratificar a Convenção ONU/2006.
Dessa forma, a proposta do relator não está de acordo com os atuais pressupostos legais, que utiliza o termo preferencialmente para se referir ao atendimento educacional especializado, ofertado tanto pela rede regular de ensino quanto por instituições especializadas conveniadas com o poder público. Essa definição do atendimento educacional especializado realizado preferencialmente na rede regular de ensino está expressa no Art. 208 da Constituição Federal.
Por fim, a alteração da redação da meta 4, representa um retrocesso à implementação dos marcos legais, políticos e pedagógicos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva, contraria as deliberações da CONAE, bem como os compromissos firmados pelo Brasil de organização de sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis (Art. 24 da Convenção ONU/2006). Além disso, conduz a descontinuidade da política pública desenvolvida em articulação com os sistemas de ensino, desde 2003, que culminou na elaboração da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008), na definição de alteração da política de financiamento para o cômputo da matrícula no âmbito do FUNDEB e na instituição das Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº4/2009.
Considerando que o Plano Nacional de Educação prospecta a próxima década da educação brasileira, cabe ao relator, propor metas e estratégias capazes de promover avanços ainda maiores em relação aos já alcançados nos últimos nove anos, os quais tem sido significativos na efetivação do direito da pessoa com deficiência à educação como, por exemplo, pode ser observado na implementação de políticas públicas como o BPC na escola, que por meio de ações voltadas a promoção do acesso asseguraram a inclusão escolar de 69% dos beneficiários do BPC com deficiência, quando em 2007 apenas 21% deste público estavam na escola. Portanto, o conjunto de medidas de apoio são fundamentais para garantir a plena participação e aprendizagem destas pessoas na rede regular de ensino. Caso se altere essa política, como prevê este substitutivo, a meta eas estratégias do PNE contribuirão para manter a antiga política que tradicionalmente fomentou espaços segregados com base na deficiência, não adotando medidas de apoio à inclusão na rede regular de ensino, bem como para a oferta do atendimento escolar de pessoas com deficiência. Assim, a antiga política de educação especial, não fomentou, por exemplo, a acessibilidade na escola, que até 2000 representava um índice de 2% e em 2011 alcançou 22%.
Esses dados devem ser fundamentais para uma tomada de decisão por parte do relator, pois a evolução da matrícula de pessoas com deficiência na rede regular de ensino, saiu do patamar de 21% em 2000 para 74% em 2011, indicando que esse propósito é plenamente compartilhado pelos sistemas de ensino e, portanto, não se referindo um posicionamento isolado do MEC. Uma atualização da literatura nessa área também pode ser buscada para referenciar o entendimento de que a política de inclusão escolar representa um dos maiores avanços educacionais desta década, possibilitando as famílias e as pessoas com deficiência a desconstrução do estereótipo da incapacidade e o reconhecimento pela sociedade da necessidade da educação escolar possibilitar o desenvolvimento das potencialidades acadêmicas e sociais das pessoas com deficiência, em igualdade de condições com as demais pessoas.


Fonte: Inclusão Já!
31/05/2012