sexta-feira, 21 de junho de 2013

Projeto de acessibilidade auxilia pessoas com deficiência visual com equipamentos em sistema Braille


A Secretaria Municipal de Educação lançou o projeto de acessibilidade que foi concretizado em parceria com a empresa Multimídia Educacional.


da Redação
Com a ajuda da equipe da secretaria foi desenvolvido o sistema de aulas multimídias digitalizadas para pessoas portadoras de deficiência visual, no evento de lançamento foi realizado a doação de cinco teclados no sistema Braille e cinco fones de ouvido para complementar o equipamento.
A entrega contou com a presença de autoridades municipais, professores e gestores da rede municipal de Pirassununga.


Fonte: Repórter Naressi
Pirassununga - SP, 20/06/2013

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Associações lançam canal de web TV para surdos

Canal conta com 12 horas diárias de programação linear, incluindo alguns programas produzidos especialmente para ele

da Redação
A Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), anunciou o lançamento da TV INES, canal de web TV para surdos.
Primeiro canal desenvolvido para surdos no país, a TV INES conta com 12 horas diárias de programação linear, incluindo alguns programas produzidos especialmente para ele, como o humorístico "Piadas", o "Aulas de Libras" e o "Tecnologia", mostrando novidades e avanços tecnológicos que podem facilitar a vida dos deficientes auditivos.
Além disso, o canal conta com programas adaptados para a emissora, como "Salto para o Futuro", "Via Legal", "Brasil Eleitor", filmes e desenhos animados com edição e tratamento visual especialmente desenvolvidos para atender os surdos.
O canal exibe ainda o "Visual" em três edições diárias, uma revista dedicada aos deficientes auditivos no Brasil.
O projeto é destinado aos 9,7 milhões de deficientes auditivos em todo o país.


Fonte: Exame
19/06/2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

Pessoas com deficiência: consumidores que não podem ser esquecidos

Boa parte dos estabelecimentos comerciais do País não está preparada para receber tal público

Bruno Caetano
A parcela da população brasileira com alguma deficiência intelectual, motora, visual ou auditiva passou de 14% em 2000 para 24% em 2010, totalizando 45,6 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Há quem diga que tamanho aumento é fruto de alteração na metodologia da pesquisa. Outros veem uma mudança comportamental do entrevistado que, ao sentir-se mais respeitado em seus direitos, resolveu admitir sua condição.
O fato é que as pessoas com deficiência são um grande mercado consumidor. Porém, boa parte dos estabelecimentos comerciais do País não está preparada para receber tal público. Mas promover a inclusão desse grupo não se limita ao interesse mercadológico; é uma obrigação social e demonstração de respeito pelo próximo.
Quanto aos negócios, o dono da empresa deve estabelecer uma política de atendimento. O ponto de partida é o bom senso. A pessoa com deficiência não quer superproteção ao entrar numa loja ou solicitar um serviço. Não superestime nem subestime suas dificuldades e possibilidades. Ofereça ajuda e aguarde o consentimento antes de agir.
No caso de cadeirante, a locomoção pede cuidados. Daí a importância de rampas, piso sem irregularidades e espaço suficiente para o deslocamento. Lembre-se: cadeira de rodas, muleta e bengala são praticamente extensões do corpo e não devem ser manuseadas sem autorização.
Se o cliente tem problema auditivo, fale naturalmente e com calma. Certifique-se de que ele vê seus lábios e, se precisar, comunique-se com bilhetes ou gestos.
No caso de pessoa com deficiência visual, o primeiro contato pode ser um toque no braço. Em seguida identifique-se e ofereça auxílio. Jamais se afaste sem avisar e se for levá-la junto, dê seu braço ou ombro para segurar, sem nunca puxá-la.
As adaptações do estabelecimento incluem portas mais largas nos banheiros, torneiras e secadores automáticos. Ajuste também a comunicação: placas indicativas, cardápio em braile e site que permite atendimento de internautas com baixa visão e ferramenta de voz para aqueles sem nenhuma visão são bem-vindos.
Adequações assim só trazem benefícios. Mostram tino comercial, responsabilidade social e valorizam a imagem da empresa.
* Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP


Fonte: Incorporativa
18/06/2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Programa Vencer discute a empregabilidade da pessoa com deficiência

Nessa edição, o jornalista James Alcides dá os detalhes da discussão sobre empregabilidade da pessoa com deficiência, acontecida na APEC.

da Redação
O programa Vencer dessa semana mostra como foi o Seminário de Empregabilidade da Pessoa com Deficiência, realizado na Associação Pernambucana de Cegos. A APEC é uma associação filantrópica, defensora do direito da pessoa cega e com baixa visão.
Além disso, você também confere o quadro Karras Comenta, em que o chargista Alfredo Karras faz uma crítica em relação ao número de feriados gerados pela Copa das Confederações. No Direito de Vencer o assunto é a quota para deficientes nos concursos públicos.
Para assitir ao programa, clique aqui.


Fonte: Lei Já
14/06/2013

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Residências inclusivas para pessoas com deficiência: Uma reflexão acerca de acessibilidade e cuidados de enfermagemArtigo de Wiliam César Alves Machado. Wiliam César Alves Machado Estamos prestes a assistir apenas mais uma simples mudança na denominação do que se compreende por abrigos para pessoas com deficiência. Mais um lapso de natureza política para efetivamente mascarar a histórica exclusão dessas pessoas, agora, pela (re)criação de modelo assistencialista que já se mostrou ineficaz anos a fio, por falta planejamento consistente e escassez de recursos para manutenção dos serviços básicos que demandam usuários de unidades dessa categoria. Como executivos do alto escalão do governo federal ousam afirmar que as residências inclusivas oferecerão atendimento integral a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, se o cofinanciamento federal previsto é de apenas R$ 10 mil mensais para cada residência inclusiva? Nem mesmo contando com hipotético cofinanciamento dos governos estaduais, com repasse equivalente a pelo menos 50% do valor transferido pelo governo federal, o montante R$ 15.000,00 seria suficiente para pagamento de pessoal, materiais e equipamentos, imprescindíveis ao pleno e integral funcionamento das supostas unidades. (1) É importante enfatizar que atendimento integral à pessoas com deficiência, em situação de dependência, requer, em primeira instância, prever e admitir que podem variar de média a alta complexidade. E a depender do nível de complexidade e características dos usuários dos serviços, como tipo de deficiência, dependência funcional ou intelectual, a demanda por materiais, equipamentos e profissionais especializados pode surpreender e frustrar expectativas de natureza meramente política. Muito mais que despesas com alimentação, higiene pessoal, transporte adaptado, atividades lúdicas, esportivas e culturais, pessoas com deficiência, em situação de dependência, também não sobrevivem com estáveis níveis homeostáticos sem atendimentos e cuidados diários com profissionais de saúde que deverão atuar nas residências inclusivas. São pessoas que necessitam de avaliação e atendimentos médicos, fonoaudiológicos, odontológicos, de enfermagem, nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, instrutores de braile, intérpretes de libras,. Além de outros profissionais para desenvolver programas de educação e reinserção no mercado de trabalho. O Governo Federal ao lançar o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite definiu que suas ações envolveriam iniciativas nas áreas de educação, saúde, cidadania e acessibilidade. (2) No caso das residências inclusivas, todas essas áreas são essenciais para seu profícuo funcionamento, uma vez pautados na perspectiva do atendimento integral de seus usuários, Até porque essas ações, segundo fontes oficiais, serão executadas, em conjunto, por 15 órgãos do governo federal, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos, com metas que devem ser atingidas até o ano de 2014. (1) Ademais, como previsto pelo Viver Sem Limite, tais iniciativas carecem de apreciação do Comitê Nacional de Assessoramento e Apoio às Ações de Saúde do Plano Nacional para Pessoas com Deficiência, fórum específico e norteador das ações vinculadas ao Sistema Único de Saúde – SUS. (3) Com a estruturação da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência - SUS, que será um conjunto de serviços, ações e estratégias de saúde com o objetivo de garantir a assistência integral a toda população que necessita deste tipo de atendimento, mais pertinente seria optar pela implantação dos também previstos Centros-Dia, por disporem de mais recursos e equipes multiprofissionais, e se adequarem melhor ao modelo de atendimento integral de pessoas com deficiência, em situação de dependência. Ao que nos sugere, mais uma vez, repete-se a gafe de não serem consultados especialistas na área de conhecimento e sujeitos sociais que vivenciam cotidianos de pessoas com deficiência, em situação de dependência, para se traçarem elementos norteadores essenciais a constituição das residências inclusivas. A participação de especialistas em planejamento e execução de cuidados diários e de longo prazo, como enfermeiros reabilitadores, é determinante para que a iniciativa seja bem sucedida. Igualmente essencial convocar cuidadores domiciliares de pessoas com deficiência, em situação de dependência, para contribuir com suas experiências e subsidiar a sustentabilidade e sucesso das residências inclusivas. É inegável o mérito da iniciativa do MDS, porém, reitera-se a já conhecida máxima “Nada de nós, sem nós”. Acrescenta-se que a implantação dos Centros-Dia, para atendimento e convivência de pessoas com deficiência, maiores de 18 anos, em estado de vulnerabilidade social, de acordo com o previsto no Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite restringe-se a 27 unidades a serem instaladas, preferencialmente, nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal. Com capacidade de atender 30 pessoas por turno, para cada Centro, o Governo Federal repassará uma parcela de R$ 20 mil para montagem e parcelas mensais de R$ 40 mil para despesas com equipe técnica, materiais e manutenção. Por que não reavaliar a proposta e ampliar a implantação de Centros-Dia, em substituição às residências inclusivas, unidades fadadas ao fracasso, já no nascedouro? Uma conjunção de esforços e vontade política interministerial seria mais coerente, em particular, se implantados Centros-Dia para atendimento integral de crianças, adolescentes e adultos com paralisia cerebral, poupando suas mães e demais cuidadores domiciliares do desgaste advindo da sobrecarga do cuidado diário, investindo na promoção da sua saúde física, mental e emocional, além do substantivo aumento da expectativa de vida de milhares de cidadãos e cidadãs brasileiras. Mais ainda, reduzindo sobremaneira a incidência de órfãos com deficiência e a conseqüente exposição da fragilidade do sistema público, em suas três esferas de governo. Referências 1 - Sem limites para aprender a conviver. Bengala Legal. (SP): [citado 14 oct 2012] Disponível em: http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=27135 2 – Presidência da República (BR). Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 7.612, de 17 de dezembro de 2011. Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. Brasília (DF): 2011. 3 – Ministério da Saúde (BR): Portaria nº 2.672, de 16 de novembro de 2011. Institui o Comitê Nacional de Assessoramento e Apoio ás Ações de Saúde do Plano Nacional de para Pessoas com Deficiência. Brasília (DF): 2011.

Artigo de Wiliam César Alves Machado.

Wiliam César Alves Machado
Estamos prestes a assistir apenas mais uma simples mudança na denominação do que se compreende por abrigos para pessoas com deficiência. Mais um lapso de natureza política para efetivamente mascarar a histórica exclusão dessas pessoas, agora, pela (re)criação de modelo assistencialista que já se mostrou ineficaz anos a fio, por falta planejamento consistente e escassez de recursos para manutenção dos serviços básicos que demandam usuários de unidades dessa categoria.
Como executivos do alto escalão do governo federal ousam afirmar que as residências inclusivas oferecerão atendimento integral a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, se o cofinanciamento federal previsto é de apenas R$ 10 mil mensais para cada residência inclusiva? Nem mesmo contando com hipotético cofinanciamento dos governos estaduais, com repasse equivalente a pelo menos 50% do valor transferido pelo governo federal, o montante R$ 15.000,00 seria suficiente para pagamento de pessoal, materiais e equipamentos, imprescindíveis ao pleno e integral funcionamento das supostas unidades. (1)
É importante enfatizar que atendimento integral à pessoas com deficiência, em situação de dependência, requer, em primeira instância, prever e admitir que podem variar de média a alta complexidade. E a depender do nível de complexidade e características dos usuários dos serviços, como tipo de deficiência, dependência funcional ou intelectual, a demanda por materiais, equipamentos e profissionais especializados pode surpreender e frustrar expectativas de natureza meramente política.
Muito mais que despesas com alimentação, higiene pessoal, transporte adaptado, atividades lúdicas, esportivas e culturais, pessoas com deficiência, em situação de dependência, também não sobrevivem com estáveis níveis homeostáticos sem atendimentos e cuidados diários com profissionais de saúde que deverão atuar nas residências inclusivas. São pessoas que necessitam de avaliação e atendimentos médicos, fonoaudiológicos, odontológicos, de enfermagem, nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, instrutores de braile, intérpretes de libras,. Além de outros profissionais para desenvolver programas de educação e reinserção no mercado de trabalho.
O Governo Federal ao lançar o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite definiu que suas ações envolveriam iniciativas nas áreas de educação, saúde, cidadania e acessibilidade. (2) No caso das residências inclusivas, todas essas áreas são essenciais para seu profícuo funcionamento, uma vez pautados na perspectiva do atendimento integral de seus usuários, Até porque essas ações, segundo fontes oficiais, serão executadas, em conjunto, por 15 órgãos do governo federal, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos, com metas que devem ser atingidas até o ano de 2014. (1)
Ademais, como previsto pelo Viver Sem Limite, tais iniciativas carecem de apreciação do Comitê Nacional de Assessoramento e Apoio às Ações de Saúde do Plano Nacional para Pessoas com Deficiência, fórum específico e norteador das ações vinculadas ao Sistema Único de Saúde – SUS. (3) Com a estruturação da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência - SUS, que será um conjunto de serviços, ações e estratégias de saúde com o objetivo de garantir a assistência integral a toda população que necessita deste tipo de atendimento, mais pertinente seria optar pela implantação dos também previstos Centros-Dia, por disporem de mais recursos e equipes multiprofissionais, e se adequarem melhor ao modelo de atendimento integral de pessoas com deficiência, em situação de dependência.

Ao que nos sugere, mais uma vez, repete-se a gafe de não serem consultados especialistas na área de conhecimento e sujeitos sociais que vivenciam cotidianos de pessoas com deficiência, em situação de dependência, para se traçarem elementos norteadores essenciais a constituição das residências inclusivas. A participação de especialistas em planejamento e execução de cuidados diários e de longo prazo, como enfermeiros reabilitadores, é determinante para que a iniciativa seja bem sucedida. Igualmente essencial convocar cuidadores domiciliares de pessoas com deficiência, em situação de dependência, para contribuir com suas experiências e subsidiar a sustentabilidade e sucesso das residências inclusivas. É inegável o mérito da iniciativa do MDS, porém, reitera-se a já conhecida máxima “Nada de nós, sem nós”.
Acrescenta-se que a implantação dos Centros-Dia, para atendimento e convivência de pessoas com deficiência, maiores de 18 anos, em estado de vulnerabilidade social, de acordo com o previsto no Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite restringe-se a 27 unidades a serem instaladas, preferencialmente, nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal. Com capacidade de atender 30 pessoas por turno, para cada Centro, o Governo Federal repassará uma parcela de R$ 20 mil para montagem e parcelas mensais de R$ 40 mil para despesas com equipe técnica, materiais e manutenção.
Por que não reavaliar a proposta e ampliar a implantação de Centros-Dia, em substituição às residências inclusivas, unidades fadadas ao fracasso, já no nascedouro? Uma conjunção de esforços e vontade política interministerial seria mais coerente, em particular, se implantados Centros-Dia para atendimento integral de crianças, adolescentes e adultos com paralisia cerebral, poupando suas mães e demais cuidadores domiciliares do desgaste advindo da sobrecarga do cuidado diário, investindo na promoção da sua saúde física, mental e emocional, além do substantivo aumento da expectativa de vida de milhares de cidadãos e cidadãs brasileiras.
Mais ainda, reduzindo sobremaneira a incidência de órfãos com deficiência e a conseqüente exposição da fragilidade do sistema público, em suas três esferas de governo.

Referências

1 - Sem limites para aprender a conviver. Bengala Legal. (SP): [citado 14 oct 2012] Disponível em: http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=27135
2 – Presidência da República (BR). Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 7.612, de 17 de dezembro de 2011. Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. Brasília (DF): 2011.

3 – Ministério da Saúde (BR): Portaria nº 2.672, de 16 de novembro de 2011. Institui o Comitê Nacional de Assessoramento e Apoio ás Ações de Saúde do Plano Nacional de para Pessoas com Deficiência. Brasília (DF): 2011.


Fonte: Rede Saci
14/06/2013

Exposição "A natureza transformada", da artista plástica Pérola Ventura.


Arte de Pérola pode ser visitada até 28 de junho 

A partir de 5 de junho, na sede de Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o Memorial da Inclusão recebe a exposição "A natureza transformada", da artista plástica Pérola Ventura. 

A artista contemporânea, que possui deficiência auditiva, adota como técnica a utilização de tinta acrílica para pintar os desenhos em painéis, ao mostrar diversos significados da natureza transformada em cubos e arabesco. 

A técnica geométrica abstrata sobre a obra conjunta é formada por quatro telas, feitas com tinta acrílica e são composições que mudando as posições das telas, formam diferentes imagens, que mexem com a imaginação. As caixas laminadas com espelho ondulado refletem pinturas internas e externas sobre a moldura. As cores aplicadas são tons alegres e quentes e a forma do desenho pode gerar a impressão de alto ou baixo relevo.
 

As pinturas geram numerosos efeitos ópticos que mexem com o imaginário. A artista já teve trabalhos expostos em todo o país. A exposição fica no Memorial da Inclusão até 28 de junho e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. A entrada é gratuita.


Conheça Pérola, a artista plástica que descobriu a arte como forma de inclusão social

A artista plástica Hudla Perla Venturas, descobriu o gosto pela arte aos 8 anos de idade quando fez seu primeiro curso de pintura e outras técnicas. Surda desde bebê, Pérola, como é conhecida no meio artístico, viu a arte como forma de inclusão. A artista desenvolve pintura acrílica sobre telas de vários tamanhos, são seqüências harmoniosas de formas abstratas e multicoloridas que transmitem ao expectador suas emoções e alegrias. 

Pérola sempre gostou de arte, quando tinha 16 anos, chegou a dar aula de pintura, como assistente de professora, para crianças na FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado. Foi nesta fundação que a artista, aprendeu técnicas contemporâneas como: texturas, rabiscos, imagens de modelo vivo, natureza morta e cerâmica. Durante o mês de janeiro de 2003, Pérola expôs seus quadros no Parque Avenida Galeria de Arte, em São Paulo. A exposição de pinturas com o nome de Infiltração na Natureza, apresentou composições formadas por quatro telas que mudando de posições, formam diferentes situações atraentes. Esta foi a primeira exposição de Pérola, depois de ter ficado quase 20 anos sem expor para dedicar um tempo maior à família. A artista já participou de várias exposições coletivas como: XVI Salão Nacional da Arte, VII Salão Paulista de Arte Contemporânea e de muitas outras dentro e fora do estado de São Paulo. "Agora que voltei pretendo continuar apresentando meu trabalho para muitas pessoas, pois a arte é meio de transmitir alegria", afirma Pérola.

Esta dedicada filha de poloneses, sempre lutou para encorajar as pessoas surdas a participarem da vida dos ouvintes, procurar estar presente em todos lugares públicos para que os surdos também possam conquistar, objetivos e ideais. Pérola já foi conselheira do Conselho Municipal da Pessoa Deficiente, por duas vezes. 

Em 1992, foi a primeira mulher surda a falar em público, em evento homenageando o Dia Internacional da Mulher. "Na época pessoas com deficiência, ainda não tinham coragem de falar em público. Então eu subi no palco para falar por elas e mostrar que existe mulher deficiente que luta pelos seus ideais", Pérola lembra orgulhosa. 

Casada e com três filhos, Pérola continua se dedicando muito à família, à arte e também às pessoas surdas. É uma das fundadoras da Copavi - Cooperativa Padre Vicente de Paulo Penido Burnier, que trabalha com e para deficientes auditivos, buscando resgatar a cidadania das pessoas. Esta paulistana também é muito extrovertida e não se acanha ao perguntar algo que deseja saber, quando precisa se dirigia a uma pessoa ouvinte. "Gosto de conversar com todas as pessoas, principalmente com aquelas que preenchem o meu vocabulário", ela revela, informando que não faz questão de utilizar a Língua de Sinais. "Não importa a forma com a qual o surdo se comunica e sim, que ele tenha coragem de aprender com os ouvintes e participar da sociedade". (Revista Sentidos: inserida em: 21/3/2003, cedida pela artista Pérola)


SERVIÇO

Exposição “A natureza transformada” 
Data: 05 a 28 de junho– segunda a sexta-feira das 10h às 17h
Local: Memorial da Inclusão da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo
Endereço: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 564, portão 10, Barra Funda (próximo a estação de trem, metrô e ônibus Barra Funda), São Paulo, capital.



Fonte: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/ 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Dia dos Namorados

Artigo de Adriana Lage sobre suas experiências ao lado de seu namorado com deficiência visual

Adriana Lage
Ultimamente, tenho evitado me expor demais em meus textos. Como tem gente de todo tipo nesse mundo, muitas vezes, informações que seriam úteis para outros cadeirantes acabam sendo usadas de forma leviana e prejudicial. Portanto, agora, conto os milagres, mas não conto os nomes dos santos!
“Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
sem amor eu nada seria.”
Com a proximidade do dia dos namorados, resolvi falar um pouco sobre minha história de amor. Não sou muito a favor dessas datas comerciais já que, para mim, todo dia é dia dos namorados. Certa vez, li um artigo do Fabiano Puhlmann que falava sobre a necessidade de se alimentar um grande amor. Concordo com isso! Vivemos em época de amores descartáveis, de pessoas mais individualistas e onde acreditar em contos de fadas e no famoso “felizes para sempre” chega a ser chacota. Costumo sofrer bullyng por ser mais romântica! Risos. Brincadeiras a parte, acredito que todo amor precisa ser cuidado e cultivado diariamente. O ser amado precisa ser “mimado” e conquistado a cada dia. Pequenas surpresas em datas inesperadas, mensagens de amor, uma rápida ligação apenas para dizer que está sentindo saudades, pequenas concessões, sinceridade, muito diálogo, respeito, cumplicidade, fidelidade... Para mim, são os pequenos gestos os grandes responsáveis pela manutenção do amor. Certa vez, me disseram que sou uma mulher cara. Nada disso! Uma rosa comprada no sinal tem um efeito tão avassalador quanto uma jóia.
Chega de divagações! Hoje, vou compartilhar com vocês um pouco sobre a
história do meu namoro. Querendo ou não, somos um casal fora do padrão. Afinal, não é todo dia que encontramos na esquina um casal formado por uma
cadeirante e um cego.
Conheci meu sapríncipe – como traduziu bem minha terapeuta, metade príncipe e metade sapo! – através da Rede Saci. Ele entrou em contato com o site dizendo que lia meus artigos e que gostaria de conversar comigo. Na época, fiquei toda convencida, pois era fã da figura e nunca tinha imaginado que lia meus artigos e, muito menos, que gostava! Nossas agendas andaram desencontradas até que, no final do ano, fizemos uma entrevista. Após conhecer mais sobre sua história, ficou impossível não admirá-lo ainda mais. Vale lembrar que a admiração ainda se mantinha apenas na esfera da amizade. O tempo foi passando e, após uma decepção violenta, encontrei nele o ombro amigo que precisava. Ele foi fantástico! Uma gracinha... Tornou tudo tão mais fácil de ser superado... Além de me dar consultorias jurídicas e sentimentais, ele me fez rever vários conceitos, me fez voltar a dar boas risadas e a ter de volta o brilho no olhar. Ele entrou na minha vida com a força de uma tsunami. Chegou com tudo! Levou embora muitas coisas que já não faziam mais sentido... Estamos juntos há três meses. Pode parecer pouco tempo, mas a intensidade desses dias é semelhante a uma bomba atômica! Quantas novidades e descobertas...
No início, relutei muito para aceitar conhecê-lo pessoalmente. Na outra encarnação, só podem ter enterrado um sapo com meu nome costurado na boca em São Paulo! O sotaque paulista é minha criptonita. Só pode! Enfim, não estava bem emocionalmente e nem me sentia preparada para iniciar um relacionamento. Mas, uma das qualidades que mais admiro no meu namorado é sua persistência. Acabei me rendendo, rapidamente, e nos conhecemos em 1º de março. Bastou encostar nele para ter certeza que meu coração já havia sido roubado!
No início, tive muito medo. Eram muitas novidades! Nunca tinha convivido
com um cego tão intensamente. Preferi pecar pelo excesso de perguntas que manter as dúvidas. É como sempre falo nos meus textos: na dúvida, melhor perguntar que fazer coisa errada. Como já compartilhei com vocês em outro texto – quando completamos um mês juntos, meu coração acelerava toda vez que precisava descobrir a quantidade correta de tempero a ser colocada no prato dele. Várias dúvidas me atormentavam. Por exemplo, Será que ele resistiria ao meu lado sabendo que precisaria me ajudar com coisas básicas como me transferir da cadeira e me sentar? Essa ansiedade quase adolescente e os medos não foram privilégio de se tratar de um relacionamento entre um cego e uma “tetra falsa” - como ele diz, (rsrs). Qualquer coisa que
nos tire da zona de conforto, causa um friozinho na barriga. Minha sorte é que ele já tinha alguma experiência com cadeirantes, mas, para mim, era tudo novo! Tratei logo de ler muita coisa sobre cegueira. Um dos blogs que me ajudaram muito a destruir meus fantasmas foi oCotidiano Cego.
A convivência fez com que desenvolvêssemos uma sintonia que nunca imaginei. Para mim, é mágico saber que as coisas são bem mais fáceis do que imaginava! Hoje, meu namorado já consegue me transferir, me sentar, me ajudar com o que preciso. Até me colocar no carro ele consegue. A sintonia só não é maior por minha culpa. Até então, nunca tinha percebido a grande dificuldade que tenho com lateralidade! Ele tem sofrido comigo. Ainda sou uma péssima guia. Quanto mais quero acertar e ser rápida, mais me complico com as noções de direita/esquerda. Já pedi ajuda a minha fisioterapeuta e estou cuidando disso... Em breve, meu amor poderá pilotar minha cadeira de rodas sem nos colocar em risco. É como sempre falo para ele: “eu confio em você; o problema é falta de confiança na minha coordenação motora”! Ainda preciso aprender a guiá-lo melhor.
Tenho vivido muitas experiências novas. Dias intensos e de muitas descobertas. Adorei quando fomos ao cinema e consegui descrever o filme
para ele. Também tenho lido sobre audiodescrição e pretendo desenvolver habilidades básicas nesse sentido para tornar nossa comunicação ainda mais eficiente. Com ele, tenho freqüentado lugares novos, modificado algumas opiniões e olhares, feito coisas inimagináveis até pouco tempo atrás... Inclusive, descobri que existem milhares de marcas de cervejas e cachaças.
Estou me tornando uma bebum passiva! Risos. Já tinha me esquecido o quanto é gostoso e gratificante amar e ser correspondida. Acho que os pilares da nossa relação são o companheirismo, a cumplicidade e a sinceridade. Isso sem falar no diálogo. Achei alguém que fala mais do que eu! Além de admirá-lo muito, ele me dá coragem para modificar o que for preciso. Querendo ou não, depois que entrou na minha vida, muitos sonhos e planos que se encontravam engavetados se tornaram realidade. E na velocidade da luz... E eu que pensava em arrumar um moreno alto de 1,80m... Acabei me rendendo aos encantos de um sapríncipe “curintiano”. Só tenho que agradecer a ele por tudo! Ele tem coloridos meus dias e me feito flutuar por aí.
Ainda costumo me sentir um ET quando saio com meu namorado. É engraçada e, às vezes, um pouco incômoda a reação das pessoas. A maioria sempre comenta que somos corajosos e acham linda nossa história. Em compensação, outros seres sem luz só faltam nos fotografar. Fazem um raio x com olhar. A mentalidade de algumas pessoas ainda é tão atrasada que, há pouco tempo, um mendigo do centro de BH disse para minha cuidadora: “meu Deus! Quanta desgraça. O que você fez para cuidar de dois”?! Cada coisa que se escuta por aí... Olhares e opiniões à parte, formamos um belo casal.
Falar que um relacionamento entre uma tetra e um cego é fácil, seria mentira. Mas, posso garantir que é bem menos complexo do que imaginava e, plenamente, viável. Sejamos honestos: quem disse que existe relacionamento fácil? Todo casal tem suas limitações. No nosso caso, se vivêssemos em uma
sociedade realmente inclusiva, tudo seria mais fácil. A falta de acessibilidade costuma dificultar um pouco nossa vida. Provas disso são os bares com acesso apenas pelas escadas, a falta de poltrona para acompanhante no local reservado para cadeirantes no cinema, calçadas mal conservadas, obstáculos arquitetônicos mal sinalizados... Mas, felizmente, onde falta acessibilidade há sempre um ser iluminado para nos ajudar.
Como ele mesmo diria, por que estou dizendo tudo isso a vocês? Simplesmente, para mostrar que, quando se ama de verdade, todos os obstáculos podem ser contornados. Com um pouquinho de criatividade e cumplicidade, encontramos solução para tudo! No meu caso, acredito que tanto nossas habilidades quanto deficiências se complementam. Sou seus olhos enquanto ele faz por mim o que minhas pernas e braços não conseguem. Para terminar, deixo uma mensagem que li numa rede social que, para mim, resume bem o que penso sobre a vida e suas possibilidades: “Quando deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir”. Pensem nisso!

Fonte: Rede Saci
11/06/2013