quarta-feira, 30 de maio de 2012

Por decisão judicial, filmes nacionais deverão ter closed captions

Da Redação.

A juíza federal Fernanda Soraia Pacheco Costa, substituta da 23ª Vara Cível em São Paulo/SP, determinou nesta segunda-feira, 28, que, no prazo de 60 dias, o BNDES inclua em seus novos editais e contratos a exigência de legendas ocultas (closed captions) em língua portuguesa, nos filmes nacionais por ele financiados. O Ministério Público Federal (MPF) entrou com pedido de tutela antecipada alegando que se faz necessário a inclusão de legendas abertas descritivas em língua portuguesa nos filmes nacionais para garantir o cumprimento do dever constitucional de inclusão das pessoas com deficiência auditiva, oferecendo condições de acesso à cultura. A juíza determinou ainda que a União e a Ancine devem cuidar do cumprimento da medida e fiscalizar as salas de exibição para que elas estejam preparadas para exibir os filmes em legenda oculta ante prévia solicitação do deficiente auditivo a partir do próximo ano.
 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Acessibilidade: esse negócio tem futuro?

"Estamos criando um mundo extremamente hostil a uma grande quantidade de pessoas, porque elas não se encaixam em determinados padrões. E então saímos rotulando gente e tentando criar mecanismos compensatórios, para tentar consertar o que já começou errado

Comentário SACI: Leda Spelta é psicóloga. Uma das primeiras pessoas cegas a trabalhar com informática no Rio de Janeiro, foi programadora, analista de sistemas, analista de suporte e coordenadora de equipe, em diversas empresas públicas e privadas. Como membro da Comissão Brasileira do Braille, coordenou a elaboração da Grafia Braille para a Informática, unificada para a língua portuguesa. Participa da Comissão de Estudos CE-04/CB-40/ABNT, que elabora proposta de normas técnicas sobre "Acessibilidade para a Inclusão Digital". É membro do Comitê de Ajudas Técnicaslink para um novo site. Trabalha com acessibilidade desde 2001, como moderadora de lista de discussão, instrutora, consultora, autora de artigos e palestrante. Seus principais focos em acessibilidade são a sensibilização e a motivação de empresários e webdesigners, a avaliação de sites, o treinamento e a normatização.
Lêda Spelta
01. A viagem
Quando eu ainda estudava no curso primário, li um pequeno texto, do qual não me lembro o autor, mas cujo conteúdo nunca esqueci. Tratava-se de uma tentativa de descrição dos seres humanos, feita por um viajante espacial de outro planeta. A descrição propriamente dita não me causou grande impacto; para ser sincera, até achei que o autor foi pouco criativo. O que me impressionou mesmo foram as alusões que ele fazia à pobreza de sons, cores e dimensões do nosso planeta.
Aquela foi a minha única, porém valiosa, viagem espacial. Naqueles poucos minutos, enquanto o meu corpo franzino de pré-adolescente jazia sentado na carteira do grupo escolar de um modesto subúrbio carioca, a minha mente viajou, por bilhões de anos-luz, para outros planetas, outras estrelas, outras galáxias... E se aquilo fosse verdade? Não importava o que a ciência podia comprovar, mas a possibilidade de pensar em realidades totalmente diferentes daquelas imagináveis dentro dos limitados parâmetros construídos a partir das nossas paupérrimas experiências terrestres.
Poucos anos mais tarde, descobri que não precisava sair do nosso planeta, nem mesmo do meu medíocre subúrbio, para estar completamente cercada por fenômenos que transcendiam a capacidade de compreensão do ser humano e viver bombardeada por estímulos que ultrapassavam largamente a capacidade de percepção dos nossos limitados cinco sentidos.
02. O misterioso planeta Terra
Para começar, a planície mais plana em que caminhamos não é plana, pois faz parte da superfície arredondada de uma quase esfera com 12.700 km de diâmetro, que é a Terra; e quando paramos para descansar, não ficamos parados, pois a Terra está sempre se movendo (ainda bem, caso contrário ela deixaria sua órbita de 365 dias e 6 horas e faria um mergulho de 150 milhões de quilômetros até cair no Sol).
Nossa brilhante e delicada Lua não tem brilho próprio nem delicadeza, pois é apenas uma grande esfera opaca, árida e rochosa, cujo diâmetro é cerca de 1/4 do diâmetro da Terra.
A imensa diversidade de sons que ouvimos não é mais do que uma fatia dos sons existentes (que vai dos 16 aos 20.000 Hertz de freqüência), da qual não fazem parte muitos sons conhecidos, como, por exemplo, as ondas de rádio, os sons do radar e da ultra-sonografia. Além disso, para entrar na fatia perceptível, o som não pode ter menos que uns 5 decibéis de intensidade.
O maravilhoso espectro de cores do arco-íris que vemos só abrange as freqüências do vermelho ao violeta, deixando de fora todo o resto, como por exemplo, o infravermelho e o ultravioleta. Sem falar nos raios X e na radioatividade, que atravessam o nosso corpo sem que tenhamos conhecimento do que está acontecendo. Aliás, até para perceber as ondas de energia emitidas pelo nosso próprio cérebro, precisamos de um aparelho de eletroencefalografia.
O nosso corpo está cercado e é freqüentemente invadido por minúsculos seres que não conseguimos perceber: os vírus e bactérias, cujo tamanho se mede em mícron, que é um milésimo de milímetro.
As substâncias mais sólidas e compactas e as superfícies mais lisas e contínuas, como barras de ferro e portas de vidro, não são nem compactas nem contínuas, pois são constituídas por ínfimas porções de matéria, separadas por espaços vazios proporcionalmente gigantescos, como nos explicam os físicos a respeito dos átomos e moléculas. E, apesar de não percebermos nada disso, não duvidamos deles!
03. Nossos pobres sentidos
Pois bem, com uma realidade desta, se o ser humano não consegue perceber o que está acontecendo aqui, debaixo do seu nariz, o que é que eu ia fazer nas estrelas? Fosse ou não a coisa por lá diferente e deslumbrante, nossos grosseiros sentidos humanos iriam captar o quê?!
Nossos olhos não conseguem perceber os lentos movimentos das nossas próprias unhas crescendo, nem mesmo os movimentos muito mais rápidos do desabrochar de uma rosa; e nem sequer se dão conta de que os movimentos dos nossos ídolos no cinema não são movimentos, são uma farsa montada com uma série de imagens estáticas. Nossas mãos não são capazes de detectar que estão cobertas de bactérias, nem percebem o quão ocas são as vigas de aço, concreto e ferro que sustentam os prédios em que moramos e trabalhamos.
Mas o que tem tudo isso a ver com o tema deste artigo?
04. Afinal, o que é Acessibilidade?
Infelizmente, nada disso tem relação alguma com acessibilidade, ao menos por enquanto. Nós, que julgamos entender alguma coisa de acessibilidade (felizmente esse grupo está crescendo), falamos nos direitos de igualdade, cidadania e independência de velhinhos, grávidas, deficientes e pessoas que usam dispositivos esdrúxulos, ou se encontram em ambientes diferentes; falamos em leis, diretrizes e padrões nacionais e internacionais. Os mais aplicados dentre nós estudam usabilidade, Universal Design, padrões Web, WCAG, DAISY, normas ANSI, NISO, ISO, ABNT... Quando focamos nos resultados, falamos na ampliação do universo de clientes e usuários, que pode ser alcançada com a conquista desta grande fatia de mercado, formada por toda essa gente diferente.
Como vemos, em todos estes enfoques, a acessibilidade aparece como algo que tem a ver com pessoas que têm alguma deficiência ou necessidade especial. Mas será que acessibilidade é mesmo "só" isso?
05. Mudando paradigmas
Não que isso seja pouco, não me interpretem mal, por favor... O que temos a fazer não é pouco, nem em quantidade de trabalho, nem em relação à qualidade de vida alcançada pelos seus resultados, nem quanto ao montante de negócios que pode ser gerado. É muito, muitíssimo! O que me parece inadequado e totalmente insuficiente não é o nosso trabalho, é a nossa perspectiva.
Vou tentar me explicar através de um exemplo. Não sei quem inventou o termo "ajudas técnicas". Se soubesse, prestaria aqui minha homenagem; esse conceito representa uma grande ajuda em discussões técnicas, pois funciona como um poderoso coletivo de toda a parafernália criada pela tecnologia, para ajudar pessoas com deficiências. Até aqui, tudo bem. Porém, um dia desses fui ao Jardim Botânico fazer uma visita guiada por um ornitólogo, para apreciar e entender alguma coisa sobre passarinhos. Como era de se esperar, algumas pessoas levaram lunetas; o próprio Jardim Botânico tem lunetas para emprestar. E foi aí que eu fiquei pensando... Por que não chamamos estas lunetas de "ajudas técnicas"? Só porque não são usadas por pessoas deficientes?
Portanto, para definir algum artefato como ajuda técnica, precisamos, antes, saber quem o está utilizando. Se for uma pessoa com deficiência, então é uma ajuda técnica; caso contrário, não é. Em termos de políticas públicas, esta separação pode ser bastante útil, pois precisar de uma luneta para ver passarinhos é muito diferente de precisar de uma luneta para conseguir ler o que o professor está escrevendo no quadro a três metros de distância.
Mas será que isto basta para compreender o problema?
06. Incapacidade X Deficiência
Definições como a de "Ajudas Técnicas" pressupõem uma clara separação das pessoas entre deficientes e não deficientes. Mas, na prática, como é que se faz esta separação?
Por exemplo, mesmo que uma pessoa seja totalmente cega de um dos olhos, se tiver visão "normal" no outro olho, não será considerada uma pessoa com baixa visão e não terá direito às ajudas e benefícios concedidos às pessoas com deficiências, pois, da maneira como nossa sociedade está organizada, esta pessoa continua podendo usar a visão para realizar atividades essenciais, tais como ler e se locomover. Imagino que, se a nossa principal atividade fosse a caça, talvez essa pessoa tivesse que ser considerada deficiente. Por outro lado, se as nossas placas e livros fossem escritos com letras maiores, menos pessoas seriam classificadas como deficientes visuais.
Quero dizer com isto que a deficiência e o seu grau de severidade dependem das atividades e dos recursos disponíveis em cada cultura. Os testes para avaliar uma deficiência visual, por exemplo, consideram o melhor olho, após a aplicação da melhor correção óptica possível.
É por isso que a CIF sabiamente diferencia os conceitos de "desvantagem" (handcap), "incapacidade" (disability) e "deficiência" (impairement), já que uma deficiência pode ou não causar uma incapacidade (dependendo do indivíduo e dos recursos disponíveis) e uma incapacidade pode ou não causar uma desvantagem (dependendo do contexto social). Por exemplo, uma pessoa que não tem uma das mãos (deficiência), dependendo de características individuais e dos recursos disponíveis, pode ter dificuldade ou não em conseguir realizar tarefas da vida diária (incapacidade) e, dependendo do contexto social, pode ter dificuldade para encontrar um emprego (desvantagem). Quando desconsideramos esta perspectiva, saímos por aí rotulando as pessoas, como se o problema estivesse nelas e não na sua interação com o meio em que vivem.
Estamos criando um mundo extremamente hostil a uma grande quantidade de pessoas, porque elas não se encaixam em determinados padrões. E então saímos rotulando gente e tentando criar mecanismos compensatórios, para tentar consertar o que já começou errado; sem falar naqueles indivíduos desajustados que ficam sem "rótulo", por falta de sensibilidade humana e competência diagnóstica.
Como disse certa vez uma grande amiga (que não é deficiente), acerca da minha deficiência visual:
"Você, pelo menos, tem uma deficiência que está aparente e, portanto, pode lutar para que ela seja respeitada e levada em consideração; porém, o que fazer quando a gente tem alguma incapacidade que gera uma dificuldade para lidar com as coisas deste mundo, se esta dificuldade não tem um diagnóstico e não está aparente?"
Quando será que vamos parar de segregar as pessoas desta maneira, num total desrespeito às suas peculiaridades, necessidades e potencialidades individuais?
07. Acessibilidade para todos
Todos temos limitações visuais (ou não precisaríamos de lunetas, microscópios e telescópios), limitações auditivas (ou não teríamos amplificadores e estetoscópios), limitações da fala (ou dispensaríamos tradutores e intérpretes), limitações da locomoção (ou não existiriam carros, navios e aviões), limitações da motricidade (ou não inventaríamos ferramentas com cabos compridos, extensores, ganchos, prendedores, acionadores, dispositivos de segurança), limitações de comportamento (ou não haveria atenuantes legais para crimes realizados em situações de stress ou de forte impacto emocional).
No dia em que cada ser humano tiver a exata noção da magnitude de suas próprias limitações, a nossa especialidade deixará de existir. Neste dia, quando alguém falar em acessibilidade, ninguém mais vai pensar num monte de gente esquisita, vivendo de maneira excêntrica. Acessibilidade fará parte do currículo de todas as profissões, será coisa do dia-a-dia de todas as pessoas e especialistas em acessibilidade e usabilidade seremos todos!
08. Epílogo
Este artigo é dedicado a todos vocês, que tiveram a paciência de chegar até aqui; e muito especialmente à amiga Rosa Nobre, que não é deficiente nem tem diretamente nada a ver com acessibilidade, mas que há pouco tempo me falou o seguinte:
"Existe tanta coisa neste mundo que a gente não consegue perceber... Quem tem todos os sentidos já tem tão pouco, imagina quando falta algum?!"


Fonte: iMasters
Rio de Janeiro-RJ, 29/05/2012

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Tecnologia abre espaço para cegos no mercado de trabalho de Uberlândia

Língua é um sistema essencial para deficientes visuais. Aprendizado do braile da autonomia e abre portas.

da Redação
Pessoas com deficiência visual descobrem um mundo novo através do braile e de novas tecnologias, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Trabalhos específicos são realizados para quem nasceu cego ou teve alguma doença que afetou a visão. Instituições e associações ajudam a inserir estas pessoas no mercado de trabalho.
De acordo com o presidente da associação dos deficientes visuais de Uberlândia, Ivando Pereira Araújo, muitos deficientes visuais foram inseridos no mercado de trabalho. “Vários estão atuando na área de massoterapia e secretariado. Fazemos de tudo para encaminhar essas pessoas para o mercado de trabalho”, disse.
A coordenadora do Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (Cepae), Lázara Cristina da Silva, afirma que os recursos oferecidos facilitam a vida de estudantes com deficiências na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). ”Nós damos uma formação para esses alunos para que eles aprendam a usar os recursos tecnólogicos e ter autonomia. Afinal, é algo necessário para que possam estudar em casa, na biblioteca e para construírem o próprio conhecimento”, disse.
Quando começou a estudar na UFU, Késia Pontes de Almeida não tinha acesso aos computadores. Hoje, um programa diferenciado e específico para deficientes visuais ajuda a aluna a entender a matéria. “Tem várias coisas que não podíamos fazer, mas conseguimos através da tecnologia”, comentou.
Segundo a professora de braile Heloisa Rosa e Silva, a língua é um sistema essencial. “O acesso à palavra escrita só é possível através do baile, por isso, eu considero um sistema importante na vida deles”, comentou.
Além das universidades e associações, há recursos focados no lazer. O consultor Weberson Lucas é um dos idealizadores do projeto ‘Um guia turístico em braile’ que foi lançado este ano. “É um projeto de inclusão social para facilitar a vida de turistas cegos que precisam de um material especifico para terem acesso ao que é oferecido em Uberlândia”, explicou.
O aposentado Ormando Messias ficou cego depois que um tumor afetou sua visão e contou sobre o aprendizado de braile. “Tudo na primeira vez tem uma dificuldade, mas a gente vai indo porque a única leitura que posso fazer é através do braile”, comentou.


Fonte: G1
Uberlândia - MG, 28/05/2012

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Todos@Web - Prêmio Nacional de acessibilidade na Web

Os vencedores de cada categoria serão conhecidos na Cerimônia de Premiação, que ocorrerá em São Paulo, no dia 14 de junho

da Redação
Depois de finalizada a votação feita pelo Juri, foram definidos os finalistas de cada categoria do Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web. Cada um dos finalistas receberá orientações para sua participação e apresentação final que definirá os vencedores de cada categoria.
Os vencedores de cada categoria serão conhecidos na Cerimônia de Premiação, que ocorrerá em São Paulo, no dia 14 de junho.
Categoria Pessoas / Personalidades / Instituições
Acessibilidade Digital do Governo do Estado de São Paulo por Hudson Augusto
Marco Antonio de Queiroz - MAQ
Secretaria de Educação a Distância - UFSCar

Projetos Web
Governo / Instituições
Adeva
Fundação Dorina Nowill para Cegos
Portal da Prefeitura Municipal de João Pessoa
Portal da Prefeitura de Rio das Ostras
Programa Censo-Inclusão de Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo
Serviços / E-commerce
Clareou - O Primeiro Buscador de Sites Acessíveis do Brasil!
Hotel Fazenda Parque dos Sonhos
Selur Social
Site Acessibilidade Virtual - Informação ao alcance de todos
Site Tuboar
Entretenimento / Cultura / Educação / Blogs
Bengala Legal
Blog Acessibilidade Virtual - Informação ao alcance de todos
Cartilha de Acessibilidade - Lupa Digital
Projeto DIVERSA
Vida mais livre
Tecnologias assistivas / Aplicativos
AccessibilityUtil.com, uma ferramenta de colaboração
Ferramenta CLAWS
LEBRAILLETWT
Uma Solução para o Auxílio à Geração de Páginas Web Acessíveis


Fonte:  W3C
São Paulo-SP, 25/05/2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Debate sobre políticas para pessoas com deficiência

Representantes de 39 municípios confirmaram presença.

da Redação
Acontece nesta sexta-feira, 25, na sede da Funad, às 8h, a quarta etapa do Fórum da Pessoa com Deficiência, em João Pessoa. A atividade é uma promoção do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Humano (Sedh) e da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), e irá debater propostas da política da pessoa com deficiência.
A abertura será feita pela Secretária de Desenvolvimento Humano, Aparecida Ramos, pela Presidente da Funad, Simone Jordão, e por um representante da Prefeitura de João Pessoa e do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficência.
Representantes de 39 municípios confirmaram presença. Duzentas pessoas são esperadas no encontro. Três cidades já realizaram fóruns semelhantes: Patos, Guarabira e Monteiro. Cada uma vai reunir as propostas, que serão apresentadas no Fórum Estadual, criado pelo Governo do Estado, programado para agosto deste ano, em João Pessoa. Em dezembro, elas vão compor o documento da Paraíba, na Conferência Nacional, em Brasília.
Durante a palestra de abertura, a secretária Aparecida Ramos vai discorrer sobre o tema da Conferência Nacional: Um Olhar sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU): Novas Perspectivas e Desafios.
Outro momento importante do Fórum de João Pessoa será a realização de Eixos Temáticos. Eles vão tratar de temas como saúde, esporte, trabalho, reabilitação profissional. Também, vão discutir acessibilidade, comunicação, transporte, moradia e outros temas relacionados à pessoa com deficiência, como acesso à justiça, proteção social adequada e segurança . Os Fóruns acontecerão, até junho, em nove cidades e em João Pessoa. Em cada etapa, serão escolhidos os delegados que vão participar do Fórum Estadual.


Fonte: WSCOM
João Pessoa - PB, 24/05/2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aluna deficiente visual de São Miguel do Iguaçu, Paraná, recebe equipamento especializado para estudar

Administração municipal viabilizou uma máquina de escrever em Braille para a pequena aluna

da Redação
A aluna Kauane, do 2º ano da Escola Municipal José Francisco de Oliveira e sua professora Sandra receberam do prefeito Armando Polita, do vice Volnei Adamante e da secretária de educação Margarida Pansera, uma máquina de escrever em Braille. A ferramenta irá auxiliar na aprendizagem da aluna que aguardava ansiosa por este dia.
Segundo a professora Sandra este é mais um desafio para as duas que não medem esforços em garantir a qualidade de ensino da pequena aluna deficiente visual.
"Nosso objetivo é nos empenharmos para que o ensino não deixe nada a desejar no desenvolvimento da aluna Kauane", comentou a professora.
A secretária municipal de educação, Margarida Pansera disse estar realizada com a entrega de mais um material que vai beneficiar aqueles alunos especiais e que precisam de uma estrutura diferenciada.
"Respeitar as diferenças e proporcionar oportunidade para que todos aprendam e que verdadeiramente haja a inclusão social, não só na escola, mas principalmente na sociedade onde os espaços são bem difíceis de serem conquistados, é a grande proposta da educação municipal", ressaltou a secretária.
O prefeito Armando Polita, também presente na entrega da máquina parabenizou a professora Sandra e a aluna Kauane pela lição de superação e exemplo de vida a todos nós.
"Proporcionar acesso ao conhecimento e oportunidade de um bom desenvolvimento do trabalho, faz da educação de São Miguel do Iguaçu um exemplo de inclusão e também de ensino qualificado como um todo", avaliou o prefeito.


Fonte: Guia Medianeira
São Miguel do Iguaçu-PR, 23/05/2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Como surgiu a audiodescrição

Margaret Rockwell
Foto em preto e branco, da cintura para cima, de Margaret sorridente, cabelos escuros curtos, vestindo colete sobre blusa estampada e calça, sentada em uma poltrona com o braço em torno de seu cão-guia, um pastor alemão.
Nada mais oportuno, no mês das mães, que fazer uma homen'agem para Margaret Rockwell, aquela que é considerada a mãe da audiodescrição. Margaret e seu marido Cody Pfanstiehl estarão para sempre ligados à história da audiodescrição americana e também da audiodescrição no mundo, já que o primeiro espetáculo teatral com audiodescrição que se tem notícia no mundo foi resultado do trabalho dos dois.

Margaret tinha retinose pigmentar e, aos 30 anos, perdeu completamente a visão. A partir daí, tornou-se uma ativista pela acessibilidade das pessoas com deficiência visual e passou grande parte de sua vida trabalhando para que tivessem acesso à leitura de jornais, à televisão e ao teatro. Fundou em 1974 um serviço de leitura para cegos, transmitido via rádio, o Metropolitan Ear.
No blog Ver com Palavras, Lívia Motta conta a história da criadora da audiodescrição.


Fonte: http://www.blogdaaudiodescricao.com.br/2012/05/como-surgiu-audiodescricao.html

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Milhões para cinema e TV, quanto para a acessibilidade?

Fundo do Audiovisual: 145% a mais para cinema e TV
RIO - Num ano de 2012 em que as bilheterias dos filmes brasileiros estão em queda e em que se cancelou o Festival de Paulínia, enfim uma boa notícia foi dada para o cinema nacional. O Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que desde 2008 tem sido responsável pela maior parte dos investimentos públicos na produção de filmes e obras para TV, terá um aumento de 145% em 2012.
Na prática, para o espectador, isso vai significar uma maior oferta de conteúdo. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira, no auditório da Agência Nacional de Cinema (Ancine), o órgão que gerencia o FSA. Em 2011, o valor investido foi de R$ 84 milhões em quatro linhas de ação: produção de longas-metragens (Linha A), produção de obras para TV (B), distribuição de longas (C) e comercialização de longas (D).
As quatro linhas se mantêm, mas o valor vai saltar para R$ 205 milhões. Além disso, a Linha A, que terá disponível R$ 90 milhões, será desmembrada em duas categorias: aporte via edital para qualquer etapa da produção de um filme (R$ 50 milhões); e complementação de recursos, destinada a projetos que já tenham pelo menos 40% das verbas garantidas e cujo investimento será concedido via fluxo contínuo (R$ 40 milhões).
O fluxo contínuo significa que o produtor poderá solicitar verba a qualquer momento do ano, a partir da data de convocação da linha. Trata-se de uma exigência antiga do setor, que reclamava que os investimentos ficavam concentrados numa mesma época - a do lançamento do edital - e não atendiam a dinâmica da produção audiovisual. As linhas B (R$ 55 milhões), C (R$ 50 milhões) e D (R$ 10 milhões) também vão funcionar via fluxo contínuo.
Outra novidade no FSA é a mudança do agente financeiro que cuida do repasse dos recursos. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai dar lugar ao BNDES e ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). "Vamos receber os projetos durante o ano e estamos estipulando um prazo de três meses para análise. Isso dará mais agilidade para o fundo", explica Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine. "Sempre adotamos uma postura conservadora em relação ao Fundo Setorial do Audiovisual. Agora, achamos importante ter uma atitude mais agressiva".
Até abril, de acordo com dados do portal de análise de mercado Filme B, as bilheterias dos filmes brasileiros tiveram uma queda de 67,4% no público e de 61,3% na renda em comparação ao mesmo período de 2011. O ano também amargou o cancelamento do Festival de Paulínia, um dos principais do país, que ocorreria no fim de junho: o prefeito da cidade do interior paulista afirmou que usaria a verba de R$ 10 milhões para a "construção de casas, creches e escolas".
Ciente do ano ruim, Manoel Rangel chegou a dizer durante a apresentação das novidades no FSA que outros investimentos devem ser anunciados no segundo semestre - há, por exemplo, uma expectativa que seja criada uma linha específica para uma fase anterior à produção, a de desenvolvimento de projetos.
Esses novos recursos seriam possíveis com os novos recursos gerados pela Lei 12.485, que versa sobre o mercado de TV por assinatura no Brasil e que foi aprovada no ano passado. Cercada de polêmicas, a lei acabou sendo bastante discutida por obrigar os canais a exibir uma cota mínima de programas brasileiros em suas grades. Mas ela trazia uma novidade: foi criada uma nova modalidade de Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), aplicada a empresas que administram serviços e equipamentos de transmissão audiovisual. Os recursos do FSA vêm justamente da Condecine e do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel).
Acredita-se que o possível anúncio do segundo semestre pode fazer o montante total do fundo se aproximar dos R$ 400 milhões. (grifo do blog)
"Com o Fundo Setorial e o Cinema Perto de Você (uma lei aprovada neste ano de apoio à construção de salas de exibição), temos várias ações dando ao cinema um patamar mais seguro dentro do padrão brasileiro e do padrão internacional", afirmou a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, também presente ao anúncio.
O edital da Linha A será aberto na próxima segunda-feira e receberá propostas até 6 de julho. Já os projetos de complementação de recursos da Linha A e de comercialização da Linha D poderão ser apresentados a partir de 4 de junho. A Linha C terá seu fluxo aberto em 18 de junho; e a Linha B, em 28 de junho.
Recomendamos a leitura do artigo Acessibilidade será considerada pontuação para financiamento de projetos culturais. Nele, o governo diz que investiria em acessibilidade para os audiovisuais. A promessa será cumprida? Serão exigidas audiodescrição e legendas para esses financiamentos?


Fonte: O Globo, com informações do clipping da Abert

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Exclusão afeta aprendizagem de aluna com deficiência visual

A integração de uma garota de 17 anos com deficiência visual no cotidiano de uma escola regular mostrou que algumas práticas dos professores observados poderiam ser consideradas como comportamento de exclusão.

Mariana Melo
No trabalho “Educação de pessoas com deficiência visual: inclusão escolar e preconceito”, realizado no Instituto de Psicologia (IP) da USP entre 2008 e 2010, a psicóloga Diana Villac Oliva acompanhou por seis meses as aulas e os intervalos para recreio desta garota em uma escola particular de médio porte, no interior de São Paulo. A garota cursava a 9ª série do Ensino Fundamental.
Durante o recreio, segundo a pesquisadora, há boa interação da menina com seus colegas. Nas aulas, no entanto, a garota tende a ficar excluída. Poucos professores se preocupam em tomar uma postura que auxilie a garota a entender o que está sendo explicado. “A ausência de adaptações curriculares para a acessibilidade resulta na exclusão do conteúdo” afirma Diana.
Dessa forma, embora a menina consiga socializar, ela não tem a mesma oportunidade de aprender que os demais colegas, devido à imposição de alguns obstáculos, como volume baixo na voz dos professores ou mesmo a não utilização de recursos já adquiridos e destinados a deficientes visuais para as aulas de informática, como um teclado adaptado e um software para leitura de tela.
Justificativas
Ainda que os professores se justificassem dizendo não serem preparados para adaptar o conteúdo de suas matérias a jovens com deficiência visual, o comportamento dos docentes no decorrer das aulas demonstrou uma alienação em relação a um aluno que precisa de ações inclusivas para partilhar de um aprendizado semelhante ao do restante da turma.
As práticas observadas demonstram o quanto esses professores são, ao mesmo tempo, vítimas e reprodutores de uma pseudoformação. Diana destacou a exigência de que a aluna descrevesse em uma redação um objeto que nunca tinha visto. Para a psicóloga, falta a esses professores identificação com a aluna, para que as barreiras que ela enfrenta possam ser eliminadas.“Não é preciso capacitação para perceber que um aluno com deficiência visual não pode descrever objetos que não conhece” disse a pesquisadora.
Outro ponto verificado foi de que não havia diálogo entre a escola regular e a escola especializada frequentada pela aluna. Nas escolas especializadas, as técnicas de ensino são modificadas para tornarem-se viáveis para deficientes. Com a falta de diálogo entre as duas instituições, a aluna não conseguia aproveitar a possibilidade da adaptação dos materiais para o acesso ao conteúdo na escola regular. Se isso fosse possível, a garota poderia ter provas e textos traduzidos para o braille e materiais de física, história e geografia, por exemplo, viabilizados para cegos. A exclusão do conteúdo ao qual essa aluna passa é uma manifestação do preconceito que ela sofre em sala de aula.
Uma das formas de diminuir o preconceito na sociedade, segundo Diana, é integrar crianças diferentes entre si, para que estas, durante a formação de suas personalidades, não reconheçam as distinções forjadas pela sociedade. “Tanto os alunos em situação de inclusão, quanto os demais membros da comunidade escolar, e em ampla escala, toda a sociedade, se beneficiam com a diversidade e a identificação propostas pela inclusão” finaliza a pesquisadora.
O estudo teve a orientação do professor José Leon Crochík, no IP, e foi defendido em maio de 2011.


Fonte: Agência USP de Notícias
17/05/2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Projeto ensina música a deficientes visuais e auditivos em Guarulhos

Alunos produzem no computador partituras em braile. Projeto, que existe há sete anos, formou 72 músicos.

da Redação
O Conservatório Municipal de Guarulhos, na Grande São Paulo, oferece a deficientes auditivos e visuais a possibilidade de descobrir na música uma forma de superar dificuldades. Os parceiros do SP Rosana Lis e Fábio Bordalo mostraram detalhes desse projeto no SPTV desta quarta-feira (16).

Os projetos de inclusão musical começaram a ser desenvolvidos desde 2005 no conservatório que atende os alunos gratuitamente. “Eles percebem a música pelo corpo. Eles ouvem o som mais grave e identificam que aquele som é diferente do agudo. Eles percebem no corpo, como o grave na barriga, por exemplo, e o agudo mais na região das costas”, explica Fabio Bonvenuto, professor e maestro.

A instituição também ministra aulas em braile. Os deficientes visuais utilizam o computador para produzir partituras nesse sistema de leitura para cegos. Depois, a música é passada para os instrumentos.

“A música traz mais sensibilidade para a pessoa. A música traz um modo de ver o mundo diferente. A partir do momento que perdi a visão eu pensei sobre o que faria da vida, como eu agiria e quais seriam as possibilidades. Na verdade, eu descobri a música e me descobri na música”, diz o bancário Pietro Aires Sanchini.

O conservatório, que já formou 72 músicos, está com as inscrições abertas para deficientes visuais e auditivos.

Serviço:
Conservatório Municipal de Guarulhos
Av. Tiradentes 2.521, 1º andar, Vila São Jorge
Jardim Bom Clima
Telefone: (11) 2087-7445


Fonte: G1
Guarulhos - SP, 16/05/2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Deficiência Visual: a cegueira e a baixa visão

Texto do Blog Bengala Legal

Antônio João Menescal Conde
É considerado cego ou de visão subnormal aquele que apresenta desde ausência total de visão até alguma percepção luminosa que possa determinar formas a curtíssima distância. Na medicina duas escalas oftalmológicas ajudam a estabelecer a existência de grupamentos de deficiencias visuais: a acuidade visual (ou seja, aquilo que se enxerga a determinada distância) e o campo visual (a amplitude da área alcançada pela visão). O termo deficiência visual não significa, necessariamente, total incapacidade para ver. Na verdade, sob deficiência visual poderemos encontrar pessoas com vários graus de visão residual.

A cegueira engloba prejuízos da aptidão para o exercício de tarefas rotineiras exercidas de forma convencional, através do olhar, só permitindo sua realização de formas alternativas. A cegueira total ou simplesmente AMAUROSE, pressupõe completa perda de visão. A visão é nula, isto é, nem a percepção luminosa está presente. No jargão oftalmológico, usa-se a expressão 'visão zero'.

Falamos em 'cegueira parcial' como aquela em que estão os indivíduos apenas capazes de CONTAR DEDOS a curta distância e os que só PERCEBEM VULTOS. o indivíduo é capaz de identificar também a direção de onde provém a luz. Mais próximos da cegueira total, mas ainda considerados com cegueira parcial ou visão subnormal, estão os indivíduos que só têm PERCEPÇÃO e PROJEÇÃO LUMINOSAS. Nesse caso, há apenas a distinção entre claro e escuro.

Pedagogicamente, entretanto, delimita-se como cego aquele que, mesmo possuindo visão sub-normal, necessita de instrução em Braille (sistema de escrita por pontos em relevo) ou por softwares de leitura de textos e como possuidor de visão sub-normal aquele que lê tipos impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos. Essa definição fica mais próxima da CIF - Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

A CIF toma em consideração os aspectos sociais da deficiência e propõe um mecanismo para estabelecer o impacto do ambiente social e físico sobre a funcionalidade da pessoa. Por exemplo, quando uma pessoa com uma deficiência visual tem dificuldade em trabalhar num determinado edifício ou serviço porque não existem pisos táteis, elevadores que sonorizem os andares a cada parada, onde não exista acessibilidades como leitores de tela para a utilização de computadores, a CIF identifica as prioridades de intervenção, o que supõe, neste caso, que esse edifício possua essas acessibilidades, em vez dessa pessoa se sentir obrigada a desistir do seu emprego. Assim, a deficiência desloca-se da pessoa com deficiência para o ambiente em que vive, pressupondo-se que, estando o ambiente devidamente adaptado, a funcionalidade da pessoa com deficiência pode ser igual ou muito próxima a de qualquer outra pessoa.
Na medicina, uma pessoa é considerada cega se corresponde a um dos critérios seguintes: a visão corrigida do melhor dos seus olhos é de 20/200 ou menos, isto é, se ela pode ver a 20 pés (6 metros) o que uma pessoa de visão normal pode ver a 200 pés (60 metros), ou se o diâmetro mais largo do seu campo visual subentende um arco não maior de 20 graus, ainda que sua acuidade visual nesse estreito campo possa ser superior a 20/200. Esse campo visual restrito é muitas vezes chamado "visão em túnel" ou "em ponta de alfinete". Nesse contexto, caracteriza-se como indivíduo com visão sub-normal aquele que possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala métrica) e/ou um campo visual entre 20 e 50º.


Fonte: Bengala Legal
14/05/2012

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Investindo na acessibilidade

Desde o ano passado, o Palco Giratório tem levantado a questão da acessibilidade como uma de suas principais bandeiras. Evento traz este ano um espetáculo de rua com áudio-descrição e tradução para LIBRAS

da Redação
Desde o ano passado, o Palco Giratório tem levantado a questão da acessibilidade como uma de suas principais bandeiras. Este ano, o evento aumentou os investimentos na área e, entre as novidades apresentará, pela primeira vez na sua grade, um espetáculo de rua que contará com áudio-descrição e tradução em libras (ver matéria de capa). Apesar de ainda incipientes no Estado, iniciativas do tipo tem cumprido dois importantes papéis: permitir a apreciação das artes cênicas por plateias historicamente preteridas desses espetáculos e, assim, formar público.
Uma das experiências mais fortes (e importantes) para os seres humanos é a fruição de uma obra de arte. Este prazer, no entanto, nem sempre está ao alcance da maioria das pessoas. Seja por limitações físicas ou por privação do acesso por questões financeiras, muitos são excluídos desse que deveria ser um direito de todos. Por isso, iniciativas como a do Palco Giratório e de grupos que, independentemente, têm posto a acessibilidade como uma prioridade em seus trabalhos, são tão importantes.
Inserir públicos historicamente excluídos e, dessa maneira, formar plateias, é uma política que precisa ser mais discutida e, principalmente, mais aplicada, tanto pelo setor público quanto pelos artistas de modo geral. Afinal, nessa equação os dois lados ganham - o público e os envolvidos nos espetáculos.


Fonte: Folha de Pernambuco
10/05/2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

TRE-CE recebe pedidos para acessibilidade até esta quarta-feira

Eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida podem informar ao TRE.

da Redação
Os eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida podem informar sua situação à Justiça Eleitoral até esta quarta-feira (9). Para isso, é necessário preencher um formulário disponível no site do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). No formulário, é preciso fornecer seus dados para que o TRE tome providências no sentido de melhorar acesso aos locais de votação nas eleições de outubro deste ano.
O TRE-CE informa ainda que quem não informar a necessidade de acesso especial até esta quarta-feira (9), poderá fazê-lo no dia 7 de outubro, dia da realização das eleições municipais, para que o TRE-CE tome as providências sobre acessibilidade nos locais de votação para as eleições de 2014.
Para tirar dúvidas dos eleitores, o TRE-CE disponibilizou o telefone 148, que funciona de 8h às 19h.
Mutirão
O mutirão do TRE-CE em Fortaleza começou no último dia 30 de abril e termina nesta quarta-feira (9), quando também termina o prazo para os eleitores regularizarem sua situação com a Justiça Eleitoral. Para quem deixou para o último dia, o atendimento vai de 8h às 18h. Quem estiver na fila até o horário de encerramento dos trabalhos receberá uma senha para ser atendido no mesmo dia. O TRE-CE está atendendo no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza.
Os eleitores que vão tirar o título pela primeira vez, vão fazer a transferência, revisão ou resolver alguma pendência com a Justiça Eleitoral, devem levar um documento oficial com foto e um comprovante de residência (originais e cópias). Os homens com 18 anos completos, que vão tirar o título pela primeira vez, devem levar ainda o documento de alistamento militar, alerta o TRE-CE.
Até a última segunda-feira (7), o TRE-CE contabilizou mais de 19 mil eleitores atendidos. No ginásio, foram montados 65 postos de atendimento, sendo 50 para atendimento normal e 15 para preferencial, com capacidade de atendimento de 8 mil eleitores por dia. Para atender aos eleitores foram mobilizadas 350 pessoas, entre juízes, servidores da Justiça Eleitoral, terceirizados e de segurança (policiais militares e guardas municipais).


Fonte: G1
Fortaleza - CE, 09/05/2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

Viver Sem Limite- audiodescrito, legendado e com Libras

Viver sem Limite
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Mulher jovem e bonita está sentada em frente a uma penteadeira. Ela tem cabelos castanhos com mechas loiras e veste uma blusa verde. Sua imagem está refletida no espelho da penteadeira, emoldurado por lâmpadas. Na mesa estão espalhados frascos de maquiagem. Uma arara cheia de roupas penduradas está atrás da moça. O cenário é um camarim
A modelo Vanessa Vidal, uma das protagonistas do vídeo.
Vídeo institucional do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o Viver sem Limite. O plano, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em novembro de 2011, busca aumentar a integração da pessoa com deficiência na sociedade por meio de ações em educação, saúde, inclusão social e acessibilidade.

Os protagonistas do vídeo são Juliana Oliveira, cadeirante e apresentadora de televisão, Gabrielzinho do Irajá, estudante, compositor e deficiente visual, Fernanda Honorato, repórter de televisão que tem Síndrome de Down e Vanessa Vidal, modelo e deficiente auditiva.
O vídeo destaca que os 45 milhões de brasileiros com deficiência também devem ter seus direitos assegurados para que possam exercer sua cidadania e seu papel na sociedade. Passando a mensagem do Viver sem Limite, o vídeo fala em derrubar barreiras que a sociedade apresenta para as pessoas com deficiência, tanto barreiras físicas, como a falta de rampas para cadeirantes, quanto barreiras invisíveis, como o preconceito.
Ative o vídeo no plug-in, ou assista clicando neste link acessível para usuários de programas leitores de telas.
Observações: com legenda, com audiodescrição e com LIBRAS.


Fonte: Videoteca Legal - Rede SACI

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Guia reúne atrações de SP com acessibilidade para deficientes

Os cerca de um milhão de moradores de São Paulo com algum tipo de deficiência ganharam nesta segunda-feira um guia da cidade com as atrações onde são bem recebidos.

da Redação
Foi lançado hoje o "Guia de Acessibilidade Cultural", uma guia virtual que lista 186 estabelecimentos entre teatros, museus, cinemas e bibliotecas que têm estrutura para receber diversos tipos de pessoas.
Segundo o texto de apresentação, os locais "recebem bem qualquer perfil de público --pessoas com mobilidade reduzida, pessoas mais baixas, crianças e todos aqueles que apresentam uma estrutura física diferente da média".
O guia foi elaborado pelo Instituto Mara Gabrilli, da deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), em parceria com a Secretaria da Cultura e patrocínio da Sabesp.
Ele pode ser acessado no endereço acessibilidadecultural.com.br.



Fonte: Folha
07/05/2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Empregabilidade da pessoa com deficiência é discutida em Fórum

O Fórum aconteceu nesta quarta-feira, 02 de maio, e foi realizado pela empresa Serasa Experian

da Redação
Na manhã desta quarta-feira, 02 de maio, aconteceu o 26º Fórum de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência realizado pela empresa Serasa Experian. O objetivo do Fórum foi de promover a troca de experiências e traduzir o encontro numa ferramenta eficaz de responsabilidade social, para o crescimento da empregabilidade das pessoas com deficiência no País.
Segundo dados do Ministério do Trabalho de 2009, o número de pessoas com deficiência aumentou 0,7% e a média de cumprimento da Lei das Cotas é 21,4%. Já o número de autos de infração emitidos pelo não cumprimento da lei subiu de 336, em 2005, para 1.167, em 2010, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho.
A principal discussão foi a criação de uma rede nacional de empregadores de pessoas com deficiência. A gerente de Cidadania Corporativa da Serasa, Andrea dos Santos Regina, explicou que a criação da rede nacional tem o objetivo de fomentar uma nova cultura entre empresas de médio e grande porte para que haja o respeito e inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho com dignidade e reconhecimento.
“Hoje é a primeira reunião para desenharmos a rede em conjunto. As regras e o modo de agir serão definidos em conjunto e a governança será de todos”, disse Andrea. Ela informou ainda que apesar da existência de uma lei federal (Lei de Cotas 8213/91) que garanta o emprego dessas pessoas, a medida ainda não é suficiente. “Ainda há grandes desafios, como a atração da pessoa qualificada com deficiência”, destacou.
“Achar uma pessoa qualificada com deficiência não é fácil e reter essa pessoa dentro da empresa é outro desafio. A rede nacional de empregadores se propõe a discutir como tratar esses desafios e trabalhar para que não sigamos apenas cumprindo a cota”, ressaltou a gerente.
Além da gerente, o evento contou com a presença da Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella, e a especialista em inclusão de pessoas com deficiência, da Organização Mundial do Trabalho, Debra Perry. Também esteve presente o Coordenador de Diversidade e Inclusão do Serasa Experian, João Baptista Cintra Ribas.
A Secretária Dra. Linamara apresentou um panorama nacional sobre a inclusão de pessoas com deficiência e discorreu sobre o tema empregabilidade e inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ela citou a evolução do número de vagas para pessoas com deficiência. “Cerca de 110 mil trabalhadores nessas condições foram contratados formalmente em cumprimento à Lei de Cotas. Há ainda 30 mil trabalhadores contratados sem vínculo com a política afirmativa”. A Secretária acrescentou ainda: “Temos procurado criar mecanismos. Por um lado, o mercado está convencido da importância de tratar dessa questão da diversidade humana de maneira séria. Por outro lado, o governo tem procurado soluções de capacitação para essas pessoas”.
Dra. Linamara avaliou, ainda, que a carência de profissionais com deficiência capacitados é um mito. Segundo ela, cabe ao sistema de ensino parte da capacitação, mas a empresa também é responsável por fornecer ferramentas ao funcionário para que ele se especialize ainda mais.
“Você aprende a executar sua tarefa no desenvolvimento dela. Ninguém te ensina a ser um bom operador de telemarketing, por exemplo. Você aprende a mexer no equipamento, mas o trabalho se aprende na prática”, frisou.
“Em 2011, tivemos um ganho expressivo de vagas ocupadas por pessoas com deficiência... Os direitos das pessoas com deficiência dependem do mecanismo de fiscalização. Precisamos garantir que esses órgãos estejam presentes, que eles sejam alinhados.”
A Secretária de Estado ainda comentou sobre a importância da participação de São Paulo na 1ª Conferência Estadual do Emprego e Trabalho Decente, evento de iniciativa pública, voltado ao assunto. E como um dos pontos recorrentes é a Lei de Cotas, Dra. Linamara não deixou margem de dúvida sobre sua defesa da lei. “A Lei de Cotas não protege, o que nos protege é a nossa capacidade de fazer acontecer. A Lei de Cotas é uma lógica inquestionável”, ressaltou, em resposta a afirmação de João Ribas sobre que “a Lei de Cotas não protege as pessoas com deficiência”.
A representante da OMT, Debra Perry discursou sobre exemplos de redes de empregadores ao redor do mundo. Os fóruns da Serasa acontecem há alguns anos sempre com abordagem acerca da empregabilidade das pessoas com deficiência. Desde a primeira edição, em 2002, renomados especialistas do Brasil e de outros países já participaram dos debates, compartilhando informações, opiniões, conhecimento e experiências.


Fonte: Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo
São Paulo-SP, 03/05/2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Acessibilidade, DIREITO (in)acessível

Texto do Prof. Dr. Wiliam Machado, pesquisador da Qualidade de Vida e Saúde de Idosos e Pessoas com Deficiência.

da Redação
A cada dia que vejo nos noticiários dos jornais e demais mídias, matérias que denunciam a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida nas cidades brasileiras, mais fico certo de que iniciativas para eliminar essa questão tão presente nos discursos das elites dominantes da classe política se perpetuam na conivência dos próprios gabinetes, talvez por receio de implementar medidas que possam comprometer seus anseios eleitorais. Isso mesmo, uma desfaçatez que se caracteriza pelo total bloqueio da coerência entre discurso e prática política, ainda que se trate de medidas fundamentalmente legais.
Fico envergonhado ao ver que as pessoas ainda enfrentem dificuldades de circular com autonomia nas calçadas da Cidade do Rio de Janeiro. Cidade Maravilhosa, mas com calçadas verdadeiramente caóticas, armadilhas a espera da próxima vítima, seja por seus inúmeros buracos, desníveis, degraus, seja pela presença de postes, desvios, bugigangas, anteparos de toda sorte. Isso as vésperas de dois grandes eventos internacionais que atraem atenção do mundo para nossas belezas naturais, para o emblemático crescimento da nossa economia em tempos sombrios para tantos países do chamado mundo desenvolvido. Da mesma forma, estejamos certos, inseguros quanto ao que poderão encontrar aqui, no Atlântico Sul.
O péssimo estado de conservação das calçadas e a degradação em termos de mobilidade urbana não é exclusividade das grandes regiões metropolitanas do Brasil. Pode ser constatado nos mais de 5 mil municípios brasileiros, em maior ou menor proporção, mas, sempre evidente. Assim como é regra a falta de oportunidade nos mais diversos setores da sociedade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Constrangedora mesmo é a situação enfrentada por cadeirantes que dependem do transporte público e são insultados por motoristas, cobradores e demais usuários do sistema, pelo fato de o equipamento não funcionar no embarque e desembarque, acabando culpados pelo eventual atraso dos demais em seus compromissos. Manifestação do que há de pior em cada ser humano, intolerância, insensibilidade e falta de empatia. Como se não tivéssemos direito de cidadania. De viver em plenitude.
Olha que fomos signatários e aqui até existe Decreto Presidencial que ratifica a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Direito de ir e vir teoricamente assegurado por dispositivo legal com valor de Emenda Constitucional, que emperra na inoperância da mentalidade politiqueira tupiniquim, das maquiagens e arranjos políticos, enquanto milhões de brasileiros amargam vivências no transporte coletivo inacessível, perdem anos em escolas excludentes, não ocupam vagas de trabalho por exclusiva falta de qualificação e escolaridade, não recebem atendimento digno nos serviços de saúde, não desfrutam dos mesmos direitos dos demais em atividades esportivas, de lazer e cultura. Tudo isso por absoluta falta de políticas públicas claras, objetivas, responsáveis, comprometidas com a diversidade da condição humana.
Afinal, o que foi feito dos compromissos protocolares? Onde se aplicam as disposições legais? Até onde se pode suportar tanto desrespeito? Como milhões de atentos cidadãos e cidadãs nesse país, podemos mudar o rumo dessa história. Vamos começar? Como disse o poeta, "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".


Fonte: Prof. Dr. Wiliam Machado
03/05/2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Inclusão escolar: direito ou dever?

A elaboração de Políticas Públicas Educacionais para a inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais ( NEEs ), tem aumentado muito nessas últimas décadas.

Rosangela Adeodato
O movimento pela inclusão escolar é um assunto debatido não só no Brasil, mas em todo o mundo. A elaboração de Políticas Públicas Educacionais para a inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais ( NEEs ), tem aumentado muito nessas últimas décadas.
Segundo Cavalcante ( 2005 ) entender a inclusão não significa apenas cumprir a lei, mas também levar à escola crianças que vivem isoladas de um mundo que só tem a ganhar com sua presença. A Declaração de Salamanca (1994) aponta a necessidade desses alunos de frequentar a escola regular em uma perspectiva inclusiva. A inclusão traz à comunidade escolar conhecimentos sobre as diferenças e possibilita aqueles que são excluídos pela deficiência a exercer a sua cidadania e o seu espaço na sociedade, respeitando o que ele é ou o que ele pode ser. ( MANTOAN apud CAVALCANTE, 2005).
Infelizmente, muitas escolas recebem alunos com NEEs não como um compromisso junto à proposta da educação inclusiva e sim, por determinação legal. E isso é o que me entristece. A falta de qualificação e a não disponibilidade de alguns profissionais da educação é o que dificulta o processo inclusivo dessas pessoas.
As lamentações de muitos docentes é que não estão preparados para receber esses discentes. E o que pude sempre observar é que quando surge a oportunidade de uma formação, alguns se recusam alegando a falta de tempo disponível ou não manifestam algum interesse sobre a questão, pois o que alguns argumentam é que em uma sala de aula com vinte e cinco a trinta crianças, não podem dar atendimento individualizado para esses alunos.
Algumas escolas já disponibilizam salas de recursos multifuncionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), porém, por falta de esclarecimentos, pensa-se que essas salas são responsáveis pela inclusão. É um grande equívoco quem pensa assim. O AEE é um serviço de educação especial que identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas (SEESP/MEC, 2008). O AEE não deve ser confundido com reforço escolar. Esse atendimento tem funções próprias do ensino especial, as quais não se destinam a substituir o ensino comum e nem mesmo a fazer adaptações aos currículos, às avaliações de desempenho e outros.
No entanto, levando em consideração a proposta de inclusão escolar, será necessária uma sensibilização por parte do governo e da sociedade de um modo geral, para atuar junto à diversidade, criando uma consciência sobre a questão do desenvolvimento das políticas de inclusão. Que os cursos de licenciaturas e pedagogia ampliem suas grades curriculares em relação a esse tema, pois, a consciência social e política sobre a inclusão, de mãos dadas a uma sólida formação constitui-se, portanto, o sucesso da proposta de escola inclusiva garantindo assim o direito daqueles que apesar de diferentes são iguais perante a Deus e às leis.


Fonte: O Povo
02/05/2012