quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cego, brasileiro destrói limites, surfa em Pipeline e ganha telas de cinema

Derek Rabelo, que já dividiu ondas com gente como Kelly Slater, Gabriel Medina e Mick Fanning, será o protagonista do documentário 'Além da Visão'

João Gabriel Rodrigues
Bruno Lemos viu aquele menino com deficiência visual entrar em uma igreja no Havaí e lamentou. “Eu pensei: ‘Que pena um rapaz cego aqui, não vai conseguir ver e curtir a beleza local’”, relembra. Mas não demorou para que o garoto provasse que sabia aproveitar aquele pedaço de paraíso como ninguém.
Apresentado ao capixaba Derek Rabelo por amigos em comum, o fotógrafo se impressionou com a história daquele jovem de 17 anos que lutou contra o preconceito para aprender a surfar. Anos mais tarde, depois de ter dividido ondas com gente como Kelly Slater, Gabriel Medina e Mick Fanning, o rapaz é o protagonista do documentário "Além da Visão", que está sendo filmado por Bruno e por Luiz Werneck, ainda sem data para estrear.
A história de Derek conquistou o mundo do surfe rapidamente. O menino, hoje com 20 anos, nasceu cego em Guarapari, filho de um casal apaixonado pelo esporte. Tanto que recebeu seu nome em homenagem ao havaiano Derek Ho, campeão mundial em 1993. E, com o tempo, foi perdendo o medo do preconceito para que pudesse realizar o sonho de aprender a surfar.
- Eu sempre morei perto da praia, minha família toda surfava. Chegou um momento da minha vida que eu quis surfar, quando tinha 17 anos. Eu sabia que a galera estava indo surfar e ficava na vontade. No início, foi meio complicado, estressante. Eu tentava surfar todo dia, o treinador ficava sempre à disposição. A galera me dava muita força, incentivava. E eu consegui – disse o surfista, em entrevista por telefone.
Foi quando começou a nutrir sonhos maiores. Incentivado pelo amigo Magno Oliveira, um dos principais nomes do bodyboard nacional, Derek quis conhecer o Havaí. Melhor: queria surfar a Pipeline, conhecida por ser uma das maiores e mais perigosas ondas do mundo. Tirou o visto americano e embarcou. E, mesmo em um lugar por vezes avesso a surfistas estrangeiros, conquistou a confiança e a simpatia local para atingir um feito até então impensável.
- Pipeline foi a bênção de Deus na minha vida, fiquei “amarradão” em fazer isso. Foi uma situação muito diferente, água quentinha, altas manobras. O pessoal do Havaí me deu muita força, gostaram da minha história e deram paz para que eu pudesse surfar a Pipeline. Foi um momento muito maneiro também - explica Derek, que precisa da ajuda de outro surfista para orientá-lo, gritar e empurrá-lo na hora exata de entrar na onda.
Derek ganhou as páginas dos jornais e foi protagonistas de matérias na televisão havaiana. Sua história circulou o mundo e ganhou fãs de peso, como Slater e Fanning, que logo quiseram conhecer o "brasileiro cego que havia surfado a Pipeline".
Foi nessa época que Derek se encontrou com Bruno. O fotógrafo, que se mudou para o Havaí em 1991, aos 21 anos, se impressionou com a força do menino. E, já com a ideia de se arriscar pelo cinema, pensou em “adotar” o capixaba como protagonista de seu documentário. Chamou o amigo Luiz Werneck, já com experiência cinematográfica e na televisão, e começou a gravar em locações como Rio de Janeiro, Espírito Santo e, claro, Havaí, mesmo sem garantias de lançamento. Lançou um vídeo de pouco mais de três minutos no "You Tube", que, em poucas semanas, teve quase 500 mil visualizações. O que o motivou a dar sequência ao projeto, que já tem um trailer, com depoimentos de gente como Carlos Burle, Evandro Mesquita e Gabriel, o Pensador (clique aqui para assistir).
- Quando nós colocamos o Derek na frente da câmera e começamos a entrevistá-lo, vimos que a sua história era realmente incrível e achamos que tínhamos em mãos um grande potencial para fazer um bom documentário. Mas o filme não poderia ser somente sobre ele. Resolvemos, então, tentar mostrar um pouco de como os deficientes visuais “enxergam” o mundo e como eles vivem. Mas, ao mesmo tempo, não queríamos fazer nada muito “profundo” ou “melancólico”. Queríamos fazer algo alegre e que pudesse vir a motivar e servir de exemplo para todos – disse o diretor.
Nos últimos dias, a equipe aproveita a etapa de Trestles do Mundial para gravar mais algumas cenas. Derek, inclusive, participou da transmissão via internet do campeonato. Conversou com o ídolo Taj Burrow e ouviu uma série de elogios do australiano.
- Ele é muito mais talentoso que eu. Está conseguindo coisas sensacionais, merece muito estar onde está e ainda mais – disse o surfista.
Derek, então, fez o pedido:
- Quero dividir uma onda com você – falou o garoto.
Bruno espera que a história de Derek possa incentivar outros meninos, com ou sem problemas a praticar esportes.
- Na verdade, no início, nós imaginamos que isso seria uma das coisas principais que iriam acontecer. Mas com o passar do tempo, percebemos que o “ efeito Derek” estava atingindo todos os tipos de pessoas, independentemente da idade, da classe social. O que mais vimos até agora foram pessoas “normais”, atletas, pessoas famosas, virem até nós para dizer que ficaram extremamente tocados e motivados a realmente tentar mudar de atitude em relação à maneira que eles vivem e da maneira que enxergam a vida.
Os diretores, no entanto, ainda esperam apoio para finalizar o projeto. Bruno tem, inclusive, a cena perfeita para encerrar o documentário.
- É o meu primeiro filme como diretor. E eu quero um final bem emocionante. Estamos tentando fazer sem orçamento até agora, só nos preocupamos em contar a história. Mas estou tentando trazer os pais dele para Pipeline. Queria que eles o vissem entrando em Pipeline. Sempre sofreram muito com discriminação. Tiveram problemas para colocá-lo na escola, em campeonatos de surfe. Foi uma vida sofrida. E os dois gostam muito de surfe. Tanto que deram o nome dele em homenagem ao Derek Ho, que participa do filme. Queria colocá-los na mesma onda em Pipeline, com os pais vendo. Seria um final legal – afirmou o diretor.


Fonte: Globo Esporte
27/09/2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Peça de Nelson Rodrigues com audiodescrição

O “Amigos pra Valer!” numa parceria e apoio do SESI e Ver com Palavras tem o prazer de convidá-los para a peça: A FALECIDA,

da Redação
Data: 04 de outubro (quinta-feira).
Horário: 20h
Local: SESI, Avenida Paulista 1313 (próximo ao metrô Trianon).
Garanta seu convite. Serão 50 lugares.
amigospravaler@amigospravaler.org
Cel.: 99594-9875


Sobre a peça: Considerada um marco na obra de Nelson Rodrigues, a peça A Falecida, em cartaz no Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso, retrata em três atos a vida de Zulmira, uma pobre mulher frustrada, doente e sem perspectivas em sua vida. Mesmo tuberculosa, ela ainda consegue alimentar sua ambição por um funeral de luxo. Sua pretensão é resultante do ódio que sente pela sociedade abastada e por sua prima e vizinha Glorinha, por quem é ignorada. Tendo-a como adversária, Zulmira chega a ficar feliz ao saber que a seriedade de sua prima decorre de um câncer. Tuninho, marido de Zulmira, é um desempregado que passa o tempo no bar bebendo e falando sobre futebol com amigos.
Incumbido pela esposa de arrecadar o dinheiro para seu enterro, ele demonstra que seu interesse pelo time do coração, somado à boemia, vai além do amor por Zulmira. O enredo é essencialmente uma amostra irônica e debochada da vida como ela é, bem como a sordidez humana e sua capacidade de inventar verdades e ocultar mentiras.

Fonte: Rede Saci
24/09/2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

CNH: deficientes auditivos podem fazer prova

Hoje, surdos-mudos fazem o exame em português; mudança deve entrar em vigor até o fim do ano no DF, prevê Detran.

da Redação
Após anos de espera, os brasilienses com deficiência auditiva poderão fazer prova em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para tirar o CNH (Carteira Nacional de Habilitação). O Detran-DF (Departamento de Trânsito do DF) espera que, ainda este ano, passe a usar a linguagem dos surdos-mudos nos exames teóricos para tirar carteira de motorista, que atualmente são aplicados apenas em português.
A novidade foi celebrada pela Apada-DF (Associação de Pais e Amigos dos Surdos do DF), que há anos luta para conseguir que os órgãos públicos adaptem provas e atendimentos aos deficientes. “Nós pressionamos a direção do Detran há tempo, assim como outros órgãos que oferecem intérpretes, mas ainda não fazem material específico para os surdos”, fala Marcos de Brito, coordenador do curso de Libras da associação.

A deficiente auditiva Maria Pedrivânia Batista, 33, conseguiu a aprovação no teste teórico e agora faz aulas práticas para obter a habilitação. Ela é aluna do instrutor de direção Diógenes de Oliveira Costa, 36, que desde 1999 dá aulas para alunos surdos.

Por meio do intérprete, Vânia, como gosta de ser chamada, acredita que a mudança vai ser boa para todos, porque permite a dissociação do português e da Libras. “Passei [no exame], foi tranquilo, porque me dediquei. Mas, quando tinha alguma palavra complicada precisava chamar o fiscal e pedir ajuda”, conta ela.

Barreira
O coordenador da Apada explica que a dificuldade é enorme para os surdos fazerem o exame. “Uma palavra como núcleo, usada em ‘núcleo de trânsito’, tem vários significados, mas, para eles, a primeira coisa que conseguem imaginar é a parte química, ligado aos átomos”, diz. Marcos acrescenta que ao ler a prova eles buscam imagens na mente para tentar responder. “A semântica e a realidade são muito diferentes”, afirma.

Diógenes reforça que a nova prova vai facilitar para os alunos. “Eles ainda têm muito dificuldade e acabam sendo reprovados várias vezes.” Mas, por precaução, o instrutor ainda não havia dado a notícia aos novos alunos. “Se por acaso não acontecer logo, eles vão ficar frustados”, diz.


Fonte: Band
21/09/2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Museu Nacional da Imigração e Colonização de Joinville oferece o curso Educação Patrimonial e Acessibilidade: dilatando a função social do museu

O objetivo é democratizar o acesso a bens patrimonializados por meio de ações educativas voltadas a acessibilidade.

da Redação
O Museu Nacional de Imigração e Colonização durante a 6ª Primavera dos Museus, que será realizada entre 24 e 30 de setembro e tem como tema A Função Social dos Museus – em homenagem aos 40 anos da Declaração da Mesa Redonda de Santiago do Chile, realizada em 1972, se propõem a discutir temáticas ligadas a acessibilidade.
A opção por tal temática remete a uma preocupação que vem norteando as ações educativas dentro do museu. Essa proposta integra o projeto “Educação Patrimonial e Acessibilidade – Museu Nacional de Imigração e Colonização, Patrimônio Cultural Brasileiro” que vem sendo estruturado desde 2011. O projeto em desenvolvimento vem oferendo subsídios para que as ações de educação patrimonial e a fruição do espaço museal se torne cada vez mais acessível.
Objetivos do curso:
• Promover a sensibilização de profissionais que atuam em museus e na educação;
• Ofertar novas possibilidades de fruição do espaço museal, pautando-se em ações educativas voltadas a acessibilidade;
• Fomentar o acesso a informações e conceitos que se apoiam na temática da acessibilidade;
• Refletir sobre a defesa e ampliação da acessibilidade em espaços públicos e privados;
• Estimular ações de acessibilidade nos espaços e instituições em que os participantes estão inseridos;
PROGRAMAÇÃO
Módulo 1: Comunicação em Libras – Saúde auditiva.
Sub-tema: Entendendo a audição e convivendo com a pessoa surda.
Objetivos:
• Conhecer a anatomia do sistema auditiva, entender seu funcionamento - sistema todo, habilidades auditiva, conhecer as tecnologias existentes para as pessoas que não ouvem bem e como é a reabilitação fonoterápica.
• Entender como promover a adaptação à pessoa com surdez e estimular essa convivência;
Data: 27/09/2012
Horário: 08:00 às 12:00
Local: Auditório Amunesc - Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina. (Rua Max Colin, 1843)
Ministrantes: Patrícia Pacheco – Centro de Referência Prefeito Luiz Gomes e Juliana Cipriano – Casa de Inclusão - Sesi.
Módulo 2: Mobilidade reduzida
Sub-tema: Universalização dos Espaços
Objetivos:
• Entender as especificidades de cada tipo de deficiência na relação com o
Patrimônio Cultural;
• Capacitar os técnicos para visitas monitoradas;
• Criar instrumentos para a qualificação física e eliminação de barreiras no Patrimônio Cultural.
Data: 28/09/2012 (matutino e vespertino)
Local: Auditório do Sindicato dos bancários – Rua Itajaí, nº 410.
Horário: 08:00 às 12:00 e 13:30 às 17:30
Ministrante: Mário Cezar da Silveira.
Módulo 3: Baixa visão e não-videntes
Sub-tema: Acessibilidade Cultural para Pessoas com Deficiência Visual: Comunicação sensorial e audiodescrição.
Objetivos: Apresentar teorias em torno da pessoa com deficiência visual e as formas de inclusão cultural e comunicação acessível.
Data: 02/10/2012 e 03/10/2012
Horário: 08:00 às 12:00
Local: Auditório Amunesc - Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina. (Rua Max Colin, 1843)
Ministrantes: Viviane Sarraf – Museus Acessíveis e Osmar Pavesi - Casa de Inclusão – Sesi; Biblioteca Municipal Rolf Colin.
Público alvo:
* Educadores, monitores e demais técnicos da Fundação Cultural de Joinville;
* Professores da rede pública de ensino;
* Demais membros da sociedade civil;
Carga Horária: 20 horas
GRATUITO
Inscrições e Informações: (47) 3433-3736 e pelo e-mail: educativomnic@joinvillecultural.sc.gov.br


Fonte: Rede Saci
Joinville - SC, 18/09/2012

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Acessibilidade passa despercebido pelos candidatos à prefeito

É comum ver pelas ruas da cidade, cadeirantes dividindo o espaço com carros. Uma luta profundamente desigual.

da Redação
I
Até o momento os candidatos a prefeito e vice de Erechim não fizeram qualquer alusão a acessibilidade para deficientes físicos, visuais e auditivos. Algumas ações já foram feitas em Erechim, mas são muito tímidas as mudanças. Como um deficiente físico pode subir as escadas da prefeitura? A Câmara de Vereadores colocou um elevador. Vagas de estacionamento foram criadas, mas a cidade esconde várias armadilhas, que para quem não sofre de nenhuma deficiência nem percebe. É comum ver pelas ruas da cidade, cadeirantes dividindo o espaço com carros. Uma luta profundamente desigual.
II
Existe uma certa dúvida, preconceito e desconhecimento sobre o que de fato é acessibilidade. Se você pensa que trata-se somente de pensar nas pessoas deficientes, está muito enganado. O conceito de acessibilidade vai muito além de se preocupar com as deficiências em si, mas trata de todo um processo para dar acesso.
III
Segundo o Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, acessibilidade está relacionada em fornecer condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
IV
No mesmo documento, barreiras são definidas como qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação.
V
Imagine como seria a vida de pessoas com deficiência se não tivéssemos departamentos responsáveis pela acessibilidade na arquitetura e do urbanismo de nossa cidade, pois em locais onde há escada também deve haver rampa de acesso, o posicionamento de postes, árvores e telefones públicos, deve ser bem pensado para que não causem danos a pessoas com deficiência visual. Mas Erechim carece de uma atenção especial neste quesito.
VI
Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população.
VII
Podemos concluir então, que Acessibilidade é tornar as coisas acessíveis para qualquer pessoa com algum tipo de limitação temporária ou permanente.
VIII
Acessibilidade é a forma de facilitar a aproximação das pessoas em locais com determinado objetivo, ou seja, o direito de ir e vir de qualquer cidadão. (Constituição Federal Brasileira de 1988, art. 5º, inc. XV). Todos têm direito a utilização dos espaços da Cidade, das construções privadas e públicas, ao transporte, livre de qualquer obstáculo que nos limite, com toda autonomia e segurança. Por que hoje se ouve e se fala tanto, sobre o assunto? Parece novidade, mas não é. De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais de 25 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência.
IX
Embora seja comumente relegado a esse público um papel passivo, parece que é chegado o momento de ocupar o espaço de forma ativa, o lugar mais elevado na sociedade moderna: o consumidor, o usuário, o torcedor, o que paga impostos e têm direitos.
X
As pessoas devem ter direitos, deveres e acessos. O que se coloca em xeque é o termo igualdade e na realidade, o mais importante é o respeito às diferenças pessoais, não significa que devemos nivelar as personalidades de cada um. Muito pelo contrário, não se ganha uma efetiva igualdade sem que tenhamos as condições distintas de cidadãos. Ao se reconhecer as diversidades e suas necessidades próprias, estamos permitindo suas livres escolhas e a igualdade de oportunidades, chegando definitivamente a uma sociedade mais justa, exercendo seu papel de pluralidade inclusiva, baseada nos direitos humanos.
XI
As barreiras arquitetônicas são impostas por projetos equivocados, e também por execuções inadequadas, por falta de conhecimento, de manutenção e principalmente fiscalização, do projetado e efetivamente executado.
XII
A falta de conhecimento da sociedade que a todos envolve, reforça ainda mais os critérios de acessibilidade. Não apenas como atendimento a legislação vigente, mas como a necessidade de direitos iguais ao uso dos equipamentos urbanos, aos acessos de espaços públicos.
XIII
O leigo não conhece a flexibilidade do uso, os espaços mínimos, a dimensão, a interação entre eles e quem sabedor é, continua abdicando desta oportunidade. Quem anda por uma calçada ou faz compras em um supermercado, ou aquele que vai assistir a um jogo de futebol num estádio, não é necessariamente uma pessoa com deficiência. Pode ser uma pessoa obesa, uma mais idosa, uma senhora grávida...pode ser você. Precisamos compreender o conceito de restrições de mobilidade, valorizando as diferenças entre os indivíduos que compõe a sociedade. As áreas que envolvem uma edificação devem ser integradas, possibilitando acesso amparado de condições mínimas de uso com dignidade e respeito ao próximo.
XIV
Mas, é ai que surge uma pergunta que muitas vezes é respondida de forma incorreta e incompleta: “Para você, quem é que se beneficia com a Acessibilidade?“Todos! Afinal, um mundo acessível é um lugar mais justo e igual. É um mundo que respeita as diferenças existentes entre as pessoas para se locomoverem e se comunicarem. É um mundo que garante que essas são premissas básicas para toda e qualquer sociedade. Mas afinal, o que você tem a ver com isso?
XV
Você já pensou sobre o assunto? Já reparou como são as calçadas da sua rua, o shopping que freqüenta, o supermercado que faz as compras? E no seu condomínio? No seu local de trabalho? Na sua escola ou universidade? Como são as condições de Acessibilidade? Você estaciona em vagas reservadas para Pessoas com Deficiência? Respeita a prioridade de Pessoas com Deficiência, idosos e gestantes na fila do banco? Você, dono de empresa, contrata pessoas com deficiência? A sua empresa está preparada para receber os funcionários com deficiência? E os clientes? Você, que tem uma loja, pensa na Acessibilidade na hora de organizar o espaço e dispor os produtos? Você, Arquiteto ou Engenheiro, conhece e respeita as Normas Brasileiras de Acessibilidade na hora de realizar um projeto? Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas é não, então você tem que repensar o seu entendimento e conceito sobre Acessibilidade!
XVI
A ACESSIBILIDADE diz respeito a TODOS NÓS. Em resumo, existe lei, há a consciência delas e até mesmo o reconhecimento e o apreço por estes indivíduos. O que falta é tornar prático o discurso de acessibilidade como direito a todos os seres humanos.


Fonte: Jornal Boa Vista
Erechim - RS, 14/09/2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Deficiente auditivo se fere gravemente ao ser atropelado no Abadia

Acidente aconteceu na cidade de Uberaba, Minas Gerais

Carlos Paiva
Portador de necessidades especiais atravessa avenida repentinamente e é atropelado por motociclista. O acidente foi registrado ontem, por volta de 10h45, na avenida Orlando Rodrigues da Cunha. Segundo o vigilante O.F., 43 anos, ele trafegava pela citada avenida em sua motocicleta Honda Titan 150, cor preta, placa HDZ-7511, sentido bairro Abadia-Leblon, quando, em frente da antiga Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Abadia, o idoso Francisco José Xavier, 87 anos, atravessou a avenida sem os devidos cuidados.
Ainda conforme o vigilante, não foi possível evitar o choque. Uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou os primeiros socorros, levando o idoso, que é surdo-mudo, ao pronto-socorro do Hospital de Clínicas da UFTM, onde ficou constatado que sofreu traumatismo craniano e um corte na testa.
Na noite de ontem, seu estado era considerado grave. A vítima ficou internada sob observação. O condutor da motocicleta, que durante todo o tempo permaneceu no local, prestou os devidos socorros e nada sofreu. Apenas o veículo foi danificado. A perícia técnica da Polícia Civil compareceu ao local e realizou os trabalhos para futuro laudo.


Fonte: Jornal da Manhã
Uberaba - MG, 13/09/2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bailarinas cegas aprendem passos para fim de paralimpíadas pelo tato

Quatro brasileiras vão dançar nos oito minutos finais da cerimônia de encerramento dos Jogos de Londres, no próximo domingo.

da Redação
Deficientes visuais, as quatro bailarinas brasileiras que vão se apresentar na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas de Londres, no próximo domingo, aprenderam a coreografia que será dançada através do tato.
Os passos não são a única dificuldade enfrentada pelas dançarinas. Reproduzir a sutil gesticulação exigida pelo balet também é um desafio.
- O braço tem que ter uma leveza que eu nunca vi como era. É muito, muito difícil de adquirir - revela Mariana Guimarães.
As bailarinas se guiam pelos comando de voz, palmas, e estalos de dedos da professora Fernanda Bianchini. Duas delas nasceram cegas, as outras perderam a visão durante a infância.
- Eu entrei em depressão. Comecei a usar a bengala, o que é muito difícil para qualquer adolescente. O balet entrou na minha vida justamente neste momento - conta Gisele Dantas.
Há 16 anos, o método de ensinar balet para meninas com deficiência visual vem sendo aprimorado por Fernanda, que também é diretora da Associação de Balet para Cegos.
- Na minha primeira aula, fui ensinar um passo. Para ficar mais fácil, eu sugeri que elas imaginassem estar saltando dentro de um balde. Uma delas me perguntou o que era um balde. Nesse momento, eu percebi que precisava entrar no mundo dos deficientes visuais, entender as suas limitações, para depois apresentar o mundo da dança a eles - lembra Fernanda.
O Brasil tem 90 bailarinas com deficiência visual. No entanto, apenas o quarteto formado por Mariana, Gisele, Geiza e Aldenice terá o privilégio de se apresentar para 80 mil pessoas em Londres.
A festa brasileira, na qual o Rio de Janeiro receberá a bandeira paralímpica, terá oito minutos de duração e também contará com shows do grupo Paralamas do Sucesso e do cantor Carlinhos Brown.


Fonte: SporTV
11/09/2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Brasil sai de Londres com sétimo lugar e missão cumprida

Delgação brasileira conquistou 21 medalhas de ouro, 14 pratas e 8 bronzes.

da Redação
O Brasil sai de Londres com sentimento de missão cumprida. A Delegação Paralímpica Brasileira tem razões de sobra para comemorar seu desempenho nos Jogos de Londres. Além do total de 43 medalhas (21 ouros, 14 pratas e oito bronzes), o recorde de medalhas douradas brasileiras em Jogos Paralímpicos garantiu ao país o sétimo lugar no quadro geral, uma posição histórica e que atingiu a meta estabelecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
“Nosso desempenho foi espetacular, ainda mais se levarmos em conta que os outros países também registraram um salto qualitativo no último ciclo”, afirmou o presidente do CPB, Andrew Parsons.
E este salto foi nitidamente expressado na distribuição das medalhas paralímpicas. Em Pequim, há quatro anos, a concentração de pódios nas mãos das principais potências esportivas foi bem menor que em Londres. A Ucrânia, por exemplo, obteve a quarta colocação com 24 ouros, um total que só valeria a sétima posição em Londres.
“Nós nunca fizemos nosso planejamento com base no entusiasmo, mas sim com um trabalho técnico de muita análise das informações disponível. Sabíamos que a meta era ousada, mas factível, mesmo sabendo que os países com quem disputamos têm mais recursos financeiros e uma melhor estrutura”, completou o presidente.

20120909173143804027o.jpg
Daniel Dias deixa Londres com 6 ouros


Apesar de o Brasil ter conquistado quatro medalhas a menos que em Pequim e subido ao pódio em sete modalidades, contra 10 em 2008, Parsons ressaltou que o aumento no número de ouros era a prioridade. Ele apontou também para as medalhas inéditas conquistadas na Esgrima em Cadeira de Rodas (ouro) e Goalball (prata) e para fatores como a exclusão de provas do programa da natação e lesões como a de Johansson Nascimento nos 100m do atletismo, que tirou do Brasil um pódio praticamente certo.
“Em esportes como o ciclismo e o remo, estivemos muito perto do pódio. Se dois décimos de segundo vão decidir o que é fracasso ou vitória, há algo de errado com essa medida”, afirmou o presidente.
“Estamos felizes com algumas conquistas inéditas e frutos de muito planejamento, trabalho e investimento do CPB: como a evolução do goalball, do vôlei e da esgrima, a consolidação da bocha, o aumento de atletas campeões no atletismo, entre outros. Temos atletas promissores em modalidades que não subiram ao pódio, como remo, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas. O trabalho para 2016 já começou”, acrescentou .
Parsons lembrou que o sucesso aumenta a responsabilidade do Brasil para as Paralimpíadas do Rio. A meta anunciada em 2009 era a de brigar pelo quinto lugar, o que em tese exigiria do Brasil, com base nos resultados de Londres, pelo menos 32 ouros em 2016.
“Faremos uma análise detalhada dos resultados, mas isso não significa dizer que voltarmos atrás da meta ou algo parecido. O melhor teste que temos de nosso planejamento é a Paralimpíada e temos de levar em conta a realidade esportiva. Poderemos concluir que dá para brigar pelo quarto lugar, por exemplo. Somos um dos países que mais cresceram em termos de desempenho paralímpico, mas precisamos agora estar cientes de que vamos brigar apenas como os grandes”, afirmou Andrew Parsons.
O presidente do CPB disse esperar que o resultado em Londres e a chegada das Paralimpíadas à América do Sul sejam um catalisador para investimentos no esporte, sobretudo por parte da iniciativa privada.
“Lamento que a iniciativa privada ainda não veja o esporte paralímpico como uma oportunidade de investimento, comunicação com o público e de associação com a imagem de um Brasil que vence e se supera”.
Parsons, no entanto, fez questão de agradecer ao apoio recebido no último ciclo paralímpico, incluindo o de órgãos públicos no plano federal, estadual e municipal.
“Não conseguimos nada sozinhos, trabalhos em conjunto e em harmonia com órgãos públicos, confederações, clubes e atletas. É tudo feito com várias mãos”.
O CPB já identificou as prioridades na preparação para o próximo ciclo paralímpico. Segundo o presidente, áreas como a renovação na natação e um aumento de investimento em modalidades como ciclismo e halterofilismo estão no topo de uma lista que também inclui o maior intercâmbio com outras nações. Um exemplo é o início de negociações com o Comitê Paralímpico Chinês para uma parceria de trocas de experiências.
“Estamos nos mexendo e acredito que demos um exemplo de planejamento e gestão esportiva. Queremos que o Brasil tenha o esporte paralímpico como parte de sua cultura. O desempenho de elite é apenas um lado de nosso trabalho mas é importantíssimo para essa missão”, destacou o presidente do CPB.


Fonte: Superesportes
10/09/2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Começa hoje o Festival Cinemúsica - Conservatória 2012

Festival Cinemúsica - Conservatória 2012
Evento realizado em Conservatória/RJ chega a sua 6ª edição. Novo documentário sobre Tom Jobim dá início ao CineMúsica.
Começa hoje, 6 de setembro, a 6ª edição do Festival CineMúsica de Conservatória, que este ano tem como tema principal a Música Instrumental Brasileira. A Luz do Tom, de Nelson Pereira dos Santos, abre o evento em uma sessão em praça pública, às 21h. O filme retrata a história de Tom Jobim a partir de depoimentos da irmã Helena Jobim e de duas ex-esposas, Thereza e Ana, sendo uma espécie de continuação de A Música Segundo Tom Jobim.
Pereira dos Santos é um dos homenageados do festival em 2012, ao lado de Eduardo Coutinho e Wagner Tiso.
Apesar da abertura oficial acontecer apenas a noite, o evento receberá outras sessões ainda durante esta quinta-feira. O Projeto Formacine exibe 31 Minutos - O Filme e Capitães da Areia para crianças e adolescentes da região. Além disso, haverá uma sessão com audiodescrição de Vida de Menina, para pessoas com deficiência visual.
O CineMúsica 2012 vai até o próximo domingo, 9 de setembro, e contará mais uma vez com a cobertura do AdoroCinema. Fique ligado no site para maiores novidades!
por Lucas Salgado

Fonte: AdoroCinema

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Olho biônico devolve visão a deficiente visual

Um grupo de cientistas australianos conseguiu desenvolver o primeiro protótipo de olho humano anunciou a revista Ciência Hoje.

da Redação
Para os cientistas que conseguiram implantar o olho numa paciente a intervenção é um marco para a ciência desde o desenvolvimento do Braille.
O aparelho foi desenvolvido para uso pacientes que sofrem uma perda de visão degenerativa e hereditária, causada por uma condição genética conhecida como rinite pigmentosa.O olho biônico, é implantado parcialmente no globo ocular, dispõe de uma pequena câmera, colocada sobre uma lente, que captura imagens e as envia a um processador que pode ser guardado no bolso.
O dispositivo transmite um sinal dentro da retina para estimular os neurônios vivos, o que permite enviar imagens ao cérebro.
O projeto colocou a Austrália na linha de frente mundial nos estudos para a restauração da visão. Com informações do Portal SOL


Fonte: O Povo
03/09/2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Memorial da Inclusão recebe mostra com fotografias feitas por pessoas com deficiência visual

Exposição fica no Memorial da Inclusão até 18 de setembro e incluiu oficina fotográfica na quarta, 29 de agosto

da Redação
Na tarde desta quinta-feira, 23 de agosto, aconteceu no Memorial da Inclusão, na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a abertura da exposição Esportes Paralímpicos na Visão da Pessoa com Deficiência Visual. A mostra fica no espaço até 18 de setembro.
O Memorial da Inclusão, em parceria com o Senac São Paulo recebe 12 fotos realizadas por alunos com deficiência visual que fazem parte do projeto gratuito Alfabetização Visual, desenvolvido desde 1999, pelo Senac. Nesta mostra os fotógrafos são: Be Moraes, João Maia, Josias Neto, Maria José, e Marco Oton.
A ação capacita estudantes do Bacharelado em Fotografia do Centro Universitário Senac para se tornarem educadores em projetos socioculturais. Desde 2008, participam do projeto, também, alunos com deficiência visual.
Durante a abertura da mostra, o Secretário Adjunto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marco Antonio Pellegrini, parabenizou os artistas, os educadores e do professor João Kulcsár, docente do Bacharelado em Fotografia do Senac São Paulo e coordenador do projeto. Elza Ambrosio, gestora do Memorial da Inclusão; Wanderley Assis, presidente do Conselho Estadual para Assuntos das Pessoas com Deficiência; e Carlos Cruz, assessor parlamentar da Secretaria, estiveram presentes.
O grupo já realizou outras exposições desde 2008, como: “Percepções do visível”, “Acessibilidade”, e “Estética do (in)visível”, no Brasil e exterior. Agora o tema é Esportes Paralímpicos, como natação, atletismo, voleibol sentado, basquete em cadeira de rodas, entre outros. A atividade comemora os jogos paralímpicos de Londres 2012, que acontece entre 29 de agosto a 9 de setembro.
A mostra é acessível para as pessoas com deficiência, com fotografias desenhadas em alto relevo, acompanhadas de legendas e texto em braile para que todas as pessoas com deficiência possam se apropriar das imagens.
“O evento explora o papel que a fotografia pode desempenhar nas áreas de inclusão social, além de mostrar pessoas com deficiência exercitando sua cidadania e se expressando pelo imagético." diz o professor João Kulcsár.

Oficina de Lightpainting
Na quarta-feira, dia 29, data da abertura dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, aconteceu na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, uma oficina sobre a técnica fotográfica Lightpainting, reunindo pessoas com e sem deficiência. O objetivo foi proporcionar a vivência do cotidiano das pessoas com deficiência visual. Cerca de 20 pessoas sem deficiência produziram fotos com olhos vendados, sob orientação de fotógrafos com deficiência visual.
Lightpainting é uma técnica fotográfica em que a longa exposição registra o movimento de uma origem luminosa, assim é possível fazer figuras com uma câmera fotográfica utilizando fontes de luz.

SERVIÇO
ESPORTES PARALÍMPICOS na visão da pessoa com deficiência visual
Exposição: fotografias coloridas com recursos de acessibilidade
Data: de 23 de agosto a 18 de setembro de 2012
Horário: Segunda a sexta-feira, das 10h às 17h
Local: Memorial da Inclusão - Sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Portão 10 - Barra Funda - São Paulo - SP

Informações: 11 5212.3727
Mais informações: www.alfabetizacaovisual.com.br


Fonte: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
31/08/2012