quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Projeto beneficia alunos com deficiência visual

Presos da Penitenciária Estadual de Maringá confeccionaram materiais didáticos para crianças com deficiência visual

da Redação
O projeto Visão de Liberdade foi o vencedor na categoria Região Sul do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Ao todo, foram 1.116 projetos inscritos. O resultado foi divulgado no final de novembro, em Brasília. Por meio desse projeto, mais de 22 mil materiais didáticos adaptados para deficientes visuais, como livros em braile, audiolivros e materiais em alto relevo foram confeccionados por presos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) e distribuídos para 150 entidades em todos os estados brasileiros e para a Biblioteca Nacional de Lisboa.
O projeto é uma parceria da Secretaria de Estado da Educação, por meio do Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e o Conselho Comunitário de Segurança de Maringá (Conseg). “A iniciativa é uma inclusão de mão dupla, uma vez que ajuda os deficientes visuais e ressocializa os detentos”, comentou a coordenadora da CAP de Maringá, Maria Ângela Bassan Sierra.
O trabalho realizado pelos internos da PEM oferece aos deficientes visuais a possibilidade de acesso ao conhecimento. “Os alunos podem estudar de uma forma diferenciada, mais concreta, não apenas por meio da informação lida ou pela explicação do professor, mas pela informação tátil dos materiais em relevo, das maquetes, dos brinquedos adaptados ou ainda ouvindo os audiolivros”, disse a coordenadora.
Para o presidente do Conseg, coronel Antônio Tadeu Rodrigues, a premiação mostra que a ação cumpre seu papel social. “É um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, isso demonstra que o Visão de Liberdade, desde sua criação, está no caminho certo, oferecendo trabalho digno aos presos e oportunidade para as pessoas com deficiência visual aprenderem”, afirmou Rodrigues.
O prêmio de R$ 80 mil será utilizado para ampliar o projeto. Maria Ângela explicou que a intenção é melhorar os materiais produzidos e construir um estúdio de gravação na sede do CAP para que os presos que participam do projeto e estão em regime semiaberto possam dar continuidade ao trabalho que vêm desenvolvendo. Outra meta do projeto é distribuir audiolivros em todos os países de língua portuguesa.
Aproximadamente 20 presos produzem materiais de apoio para deficientes visuais, como livros em braile, audiolivros e ilustrações em relevo. Para três dias de trabalho, há remição de um dia na pena.
PRÊMIO - Realizado a cada dois anos, o prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social foi criado em 2001 e tem como objetivo identificar, selecionar, certificar, promover e fomentar tecnologias que apresentem respostas positivas às necessidades da sociedade.
A edição de 2011 teve nove categorias premiadas: cinco categorias regionais e uma para cada categoria especial – Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo Juvenil, Gestão de Recursos Hídricos, Participação das Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais e Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para a Erradicação da Pobreza.



Fonte: Secretária de Estado da Educação do Paraná
Maringá-PR, 04/01/2012

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