sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Equipamento escaneia textos e transforma em sons.

Encontrar livros de poesias, histórias e até revistas é uma tarefa considerada fácil hoje em dia; mas, para os deficientes visuais ter acesso a esse tipo de informação é um verdadeiro desafio. Isso porque a quantidade de edições de livros transcritos para o Braille, sistema utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas cegas, ainda é muito pequena. O último censo nacional das bibliotecas públicas, realizado pela Fundação Getúlio Vargas, mostrou que apenas 9% das bibliotecas tinham acervo em Braille.

Mas, uma novidade promete facilitar e tornar as bibliotecas mais acessíveis para quem não consegue enxergar: São equipamentos que conseguem escanear um livro e transformar cada palavra em som. A ‘voz do equipamento’ possui até nomes: 'Raquel' para o idioma português e 'Ivo' para o espanhol. O aparelho é considerado um dos mais modernos no segmento, com controle de volume e de velocidade. A equipe de reportagem do G1 testou e conseguiu ouvir o soneto de Fidelidade de Vinícius de Moraes (veja o vídeo).

Na biblioteca do Sesc, em Sorocaba (SP), há uma das quatro máquinas disponíveis no estado de São Paulo. Para a bibliotecária responsável, Tatiana Amorim, o aparelho poderia ser utilizado por mais pessoas, mas muita gente ainda não sabe que o recurso está disponível gratuitamente. “Muitas pessoas acabam achando que é preciso pagar ou ter algum conhecimento técnico, mas a máquina pode ser usada por qualquer um”, explica.
Um dos usuários do serviço é o instrutor de informática Fabiano Lopes. “Eu utilizo o equipamento muitas vezes para ler uma conta,  poe exemplo. Muitas pessoas deveriam ter acesso, mas não é algo fácil. A boa notícia é que facilita nossas vidas”, conta.
A máquina também converte o texto digitalizado para o Braille. O professor da linguagem em ‘pontinhos’, Claudinei Nunes, conta que para quem é acostumado com outro tipo de recurso, o sistema ainda é inovador, mas que é possível aprender. “Eu já sou acostumado com o Braille há muito mais tempo. É mais fácil para levar para casa, mas ao mesmo tempo é mais limitado. Essa máquina pode até mudar nossas vidas”, conta.
Outra novidade é uma espécie de lupa eletrônica que amplia as palavras e facilita a leitura de quem tem baixa visão. O fundo da tela e as letras podem mudar de cor para ajudar ao leitor. A aposentada Maria José Duarte têm dificuldade para enxergar letras pequenas. Ela testou o equipamento e, animada, comemorou a experiência. “Muito bom poder ler melhor. Em casa gostaria de ler a bíblia, mas não consigo. Desse jeito fica muito mais fácil”, comenta.
Para quem quiser testar e usufruir o equipamento que está no Sesc de Sorocaba, basta ir até a unidade, que fica na rua Barão de Piratininga, 555, no Jardim Faculdade. Mais informações pelo telefone (15) 3332-9933.

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